quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Um Homem de Família




Um dia destes, resolvemos, a minha Mulher e eu, ir ver um filme. Primeira dificuldade: o que ver? O cardápio disponível não era muito animador. Segunda dificuldade: será que “Um Homem de Família” seria aceitável, sem ser um produto americanizado, violento e desbragado de costumes?

Depois da nossa indecisão, escolhemos “Um Homem de Família” que nos “cheirou” a uma abordagem interessante. O título induziu-nos a irmos. E fomos ver este filme. Como nada sabemos de actores, realizadores e outras especialidades ligadas ao cinema, a ficha que consultámos de nada nos servia!

E lá fomos. Curiosos. Temendo “enfiar um grande barrete”. Puro e total engano. Chegamos a casa “abalados” pela narrativa e pelo desempenho dos artistas (continuo a não saber os nomes, nem vou esforçar-me por adquirir esta informação). Mas sei, e isso não vou (vamos) esquecer, que é um dos melhores filmes que vi.

A realidade deste tempo, de capitalismo selvagem, que escraviza, sobretudo, os mais novos, sem qualquer tipo de respeito pela Pessoa Humana e pela sua dignidade. Pelo desprezo absoluto pela vida familiar. Pela promoção descarada do descartável conjugal… Estão lá, no filme, muito bem representados. Mas, o filme, está excelentemente imbuído de valores no meio da selva humana actual. Há fidelidade conjugal e paciência e doação conjugais. Compreensão no meio das tormentas. Tudo isto passa no meio da borrasca em que muitos dos nossos contemporâneos soçobram, impotentes ou “convertidos” a estes estilos de vida corrosivos.

E uma doença grave de um dos filhos, dá a volta a esta família, nomeadamente ao homem. Perde emprego. Ganha o amor. O amor conjugal. O amor parental.

“Um homem de família” é pesado e comovente. Muito interpelativo. Cada um dos espectadores, creio bem, não fica indiferente. Aquele pai sai muito digno de admiração. Aquela mãe fica a merecer o nosso aplauso incondicional: soube sobreviver a uma catástrofe eminente, eminente no dia-a-dia.

Valores fora de moda, mas, como nunca, tão urgentemente necessário recolocá-los nas nossas vidas, são postos no seu devido lugar e valorizados. Paciência. Amor. Doação. Opção pela vida de cada familiar, sobretudo se está mais fragilizado. Diálogo intenso, duro, por vezes, mas onde o amor vinga sempre. A solidariedade, tantas vezes tão difícil de se viver perpassa no filme. A partilha e alegria familiares. A dureza da vida presente mas que acaba por se diluir no positivo que emerge no filme.

Valeu a pena ir ver este filme.

Talvez devesse ser de visualização obrigatória na preparação para o casamento e em acções com jovens casais. Ver e discutir os contra-valores em que se vive hoje, na ânsia de ganhar muito e depressa, atropelando tudo e todos e os valores que acabam por ganhar e que só eles são capazes de salvar o Amor numa família.

Vá, caro leitor, se ainda não foi, ver “Um Homem de Família”!

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Carlos Aguiar Gomes
(O autor não acata o chamado AO)

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