sábado, 31 de outubro de 2020

Miles Editora

 

[Nova Campanha]
Anunciamos em primeira mão a nova campanha da Miles Editora! Duas grandes obras do Pe. Julio Maria de Lombaerde: O Segredo da Verdadeira Devoção e Princípios da Vida de Intimidade com Maria Santíssima.
Você pode adquirí-las no combo "Devoção Mariana" ou individualmente. E ainda há um Combo Especial e Limitado onde você levará mais um livro de brinde: São Bento e a Vida Familiar.
Acesse o link da bio ou https://mileseditora.com.br para mais informações.
A Editora Miles, braço editorial da Milícia de Santa Maria – Cavaleiros de Nossa Senhora, tem um profundo compromisso com os princípios do Bem, do Belo e da Verdade. Por isso, por meio de obras novas ou clássicas reeditadas, a Editora busca levar ao leitor brasileiro, em edições bem cuidadas, livros verdadeiramente importantes. Obras quem podem transformar nossas vidas e as de nossas famílias.
Nesta coleção de obras marianas do padre Júlio Maria, buscamos uma seleção que leve o leitor a uma profunda intimidade com Maria Santíssima e, a partir dela, com Nosso Senhor. As obras foram cuidadosamente selecionadas entre as obras do padre Júlio por sua sublimidade e importância.
Igualmente, cada uma delas passou por um processo de revisão ortográfica, atualizando o português antigo ao moderno, mas sem nenhuma alteração no texto.
Por fim, a própria arte, seja de capa ou da caixa, busca, pela beleza, representar a humildade da Virgem Santíssima e, ao mesmo tempo, a plenitude de sua graça.

DAR AZO ÀS MEMÓRIAS DO CORAÇÃO


A Igreja celebra o Dia de Todos os Santos e o Dia de Todos os Fiéis Defuntos. Como criaturas que somos, se estamos marcados pela finitude e pelo limite, estamos destinados à eternidade, à Vida em plenitude. Sabemos que o homem tem atitudes contraditórias frente ao mistério da vida.
Tanto se esfola a defender a sua dignidade, como se encapricha a criar instrumentos que a destroem, como se dela fosse dono. Ninguém, nem sequer a morte tem a última palavra sobre a vida. Deus é a fonte e a plenitude da vida, “quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor”, “n’Ele vivemos, nos movemos e existimos”. Este dom da vida atinge a sua maior expressão em Jesus Cristo: “Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem acredita em Mim, mesmo que morra, viverá. E todo Aquele que vive a credita em Mim nunca morrerá”.
Nesta fé, a Igreja celebra o Dia de Todos os Santos e o Dia de Todos os Fiéis Defuntos. São dias de saudade na esperança do reencontro. São dias de apelo à responsabilidade pessoal neste peregrinar em direção à pátria definitiva.
Em Dia de Todos os Santos, recordamos todos aqueles que, embora não estejam nos altares, foram verdadeiras testemunhas da verdade do Evangelho. Com muitos deles nos cruzamos, convivemos, nos divertimos e crescemos. Mesmo no meio das suas imperfeições e fracassos, não desistiram de agradar a Deus. Lutaram, venceram, chegaram à meta, mantêm connosco laços de amor e de comunhão, protegem-nos. Por intercessão deles, muita coisa boa nos acontece e acontecerá enquanto caminhamos por este mundo.
A história da Igreja foi sempre enriquecida por homens e mulheres que viveram, com alegria e esperança, a sua fidelidade a Cristo e à Sua Igreja. Vivendo a sua vida no cumprimento do seu dever, fosse ele qual fosse, transformaram-se em imagem de Cristo que passou pelo mundo fazendo o bem. Fizeram o bem, defenderam valores, amaram e serviram Cristo nos irmãos. Santos entre os santos, acompanham-nos, intercedem por nós junto de Deus, estimulam-nos à santidade. Cada um pelo seu caminho, e sem ser cópia de ninguém, é chamado à santidade, quer no matrimónio ou na vida celibatária ou consagrada, quer nas alturas da cultura ou dos serviços ao bem comum, quer na lhaneza da vida ou dos trabalhos mais humildes. A santidade é um dever, uma vocação universal: “Sede santos, porque Eu sou santo” (Lv 11,45).
A melhor forma de amar e de comunicar com os que já morreram é, de facto, rezar por eles. É o que fazemos em Dia dos Fiéis Defuntos. Rezar pelos mortos é um santo e piedoso dever, como refere a Sagrada Escritura. A união entre nós que caminhamos sobre a terra e aqueles que já adormeceram na paz de Cristo, não se interrompe, antes pelo contrário, “é reforçada pela comunicação dos bens espirituais». Este acreditar que a vida humana não termina com a morte, torna presente que o nosso amor para com os que já partiram ultrapassa as fronteiras deste mundo e traduz-se em dever de caridade e de justiça. De forma bela, assim rezamos no prefácio da Missa dos Defuntos: «Se a certeza da morte nos entristece, conforta-nos a promessa da imortalidade. Para os que creem em Vós, Senhor, a vida não acaba, apenas se transforma». O Catecismo da Igreja Católica ensina que “os que morreram na graça e amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu” (nº 1030). A isso, a Igreja chama Purgatório. E desde os primeiros tempos do cristianismo cultivou, com muita piedade, a memória dos defuntos, oferecendo sufrágios em seu favor, particularmente o sacrifício eucarístico, recomendando também a esmola e as obras de penitência, para que sejam absolvidos de seus pecados, e, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus.
O mesmo Catecismo nos diz que “Não podemos estar em união com Deus se não O amarmos livremente. Mas não podemos amar a Deus se pecarmos gravemente contra Ele, contra o nosso próximo ou contra nós mesmos: ‘Quem não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia o seu irmão é um homicida; ora vós sabeis que nenhum homicida tem em si a vida eterna’ (1Jo 3,15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados d’Ele se descurarmos as necessidades graves dos pobres e dos pequeninos seus irmãos. Morrer em pecado mortal sem arrependimento e sem dar acolhimento ao amor misericordioso de Deus é a mesma coisa que morrer separado d’Ele para sempre, por livre escolha própria. E é este estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa pela palavra “Inferno” (nº1033). E continua: “As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a respeito do Inferno são um apelo ao sentido de responsabilidade com que o homem deve usar da sua liberdade, tendo em vista o destino eterno. Constituem um apelo urgente à conversão”.
No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. O próprio universo será renovado. A esta misteriosa renovação que há de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura chama “os Novos Céus e a Nova Terra”.
Na expectativa dessa nova e eterna Vida, vivemos como peregrinos, fazendo com que este mundo seja cada vez melhor. Dotados por Deus com uma inteligência hábil para criar, investigar e programar, com uma vontade capaz de fazer e construir, com um coração apto para amar e servir, construiremos a nossa santidade ao desenvolver esta terra, ao contribuir para o bem comum da sociedade, ao promover os valores da dignidade humana, a comunhão fraterna, a liberdade, a justiça, o amor, o bem estar para que Deus seja, desde já, “tudo em todos”.
Antonino Dias
Bispo de Portalegre-Castelo Branco, 30-10-2020.

MISSA PELOS BEBÈS NÃO NASCIDOS

 

El Arzobispo de Guayaquil oficiará una Misa por los bebés no nacidos

EL 4 DE NOVIEMBRE

El Arzobispo de Guayaquil oficiará una Misa por los bebés no nacidos

El movimiento «Bebés en los corazones de Jesús y María, la Junta de Beneficencia y la Archidiócesis de Guayaquil, por segundo año consecutivo celebrarán la «Santa Misa por los bebés no nacidos».

(Gaudium Press) La Eucaristía será presidida por Monseñor Luis Cabrera, arzobispo de la ciudad y Monseñor Giovanni Battista Piccioli, obispo auxiliar, el miércoles 4 de noviembre a las 11h00, en el marco de la conmemoración de los Fieles Difuntos.

Además de la celebración eucarística, se tiene previsto la sepultura de los restos de 11 neonatos y nonatos entregados a la Archidiócesis de Guayaquil el pasado 20 de septiembre y la presentación de la escultura de la «Virgen Madre de los nacidos y no nacidos», una advocación especial para este lugar, donada por Paola Cesa y el artista Jorge Velarde, este último, reconocido pintor guayaquileño.

Se busca ayudar a las familias a vivir su duelo, resaltando la dignidad humana de los pequeños su dignidad humana, y comprende una obra de misericordia corporal, que sin duda posee una fuerte dimensión espiritual porque implica intrínsecamente el acto de rezar por el alma de los difuntos.

Para este día quienes asistan a la Santa Misa podrán registrar con anticipación sus intenciones por el alma de su bebé en el siguiente enlace: https://forms.gle/1bKSTPzQwAxnYsSC9 el mismo que estará disponible en el Facebook de la Archidiócesis de Guayaquil.

El servicio social para los cuerpos de los neonatos y nonatos, tiene destinado un bloque de bóvedas donde serán sepultados los bebés que la institución reciba para este fin, las solicitudes para el espacio podrán realizarlos en las oficinas de cementerios de la Junta de Beneficencia de Guayaquil y la Arquidiócesis de Guayaquil

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

"Pois a sabedoria é a piedade

 Pois a sabedoria é a piedade, isto é, o culto a Deus, o amor que nos faz desejar vê-lo e que, vendo-o em espelho e em enigma, nos faz crer e esperar e todavia nos faz progredir rumo a visão da glória."

In. Carta de Ouro. St- Thierry, Guilherme de

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

S. João Paulo II, Magno pela voz do Papa Francisco

  ... el Papa ( Francisco) mencionó ( el 28) que el pasado 22 de octubre habíamos celebrado la memoria litúrgica de san Juan Pablo II. Siempre ha exhortado un amor privilegiado por los más pequeños e indefensos y por la protección de todo ser humano, desde la concepción hasta la muerte natural. Por intercesión de María Santísima y del Santo Pontífice polaco, pido a Dios que suscite en el corazón todo respeto por la vida de nuestros hermanos, especialmente los más frágiles e indefensos, y que dé fuerza a quienes los acogen y los cuidan, incluso cuando requiere un amor heroico”,

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Message de Mgr Marc Aillet // Mensagem de Mons Marc Aillet

 :

L’hypermédiatisation d’une parole prononcée par le Pape François sur la reconnaissance légale d’une « convivencia civil » – formule espagnole qu’il faudrait traduire plutôt par « cohabitation civile » que par « union civile » – pour les personnes de même sexe, a causé bien du trouble chez nombre de fidèles catholiques, prêtres et laïcs. Interpellé ces derniers jours sur la teneur de ce propos, il me semble opportun, comme évêque, d’apporter quelques éclaircissements.

Comme fils de l’Eglise et membre du Collège des évêques, placé sous l’autorité du Pape, il va sans dire que je renouvelle ici ma communion affective et effective au Successeur de Pierre, selon le serment de fidélité au Siège apostolique que j’ai prononcé, il y a douze ans, quand j’ai reçu la charge de l’épiscopat : « Avec une foi inébranlable, je crois tout ce qui est contenu ou transmis dans la parole de Dieu, et à tout ce qui est proposé par l’Eglise pour être cru comme divinement révélé, que ce soit par un jugement solennel ou par le magistère ordinaire et universel. J’embrasse aussi fermement et retiens pour vrai tout ce qui concerne la doctrine de la foi ou la morale et est proposé par cette même doctrine de façon définitive. Tout particulièrement avec un respect religieux de la volonté et de l’intellect, j’adhère aux doctrines énoncées par le Pontife romain ou par le Collège des évêques lorsqu’ils exercent le magistère authentique, même s’ils n’entendent pas les proclamer par un jugement définitif » (Code de Droit Canonique c. 833).

On comprendra ici qu’il y a divers degrés d’autorité de l’enseignement de l’Eglise qui entraînent différentes formes d’adhésion de la part des fidèles. Je dois adhérer dans l’obéissance de la foi à tout enseignement en matière de foi et de morale énoncé par le Pontife romain de manière solennelle, ex cathedra, c’est-à-dire lorsqu’il agit explicitement en tant que Pasteur et Docteur suprême de tous les fidèles : on dit qu’il jouit alors de l’Infaillibilité. Cette même infaillibilité réside dans le corps des évêques quand il exerce son magistère suprême en union avec le Successeur de Pierre. Les évêques jouissent encore de cette même infaillibilité, « lorsque, même dispersés à travers le monde, mais gardant entre eux et avec le successeur de Pierre le lien de la communion, ils s’accordent pour enseigner authentiquement qu’une doctrine concernant la foi et les mœurs s’impose de manière absolue » (Lumen Gentium n. 25) : c’est ce que l’on désigne sous le nom de Magistère ordinaire et universel. Les autres doctrines énoncées par le Pape et le collège des évêques, sans avoir pour autant de caractère définitif, pourvu qu’ils entendent exercer leur Magistère authentique, requièrent le respect religieux des fidèles.

Il ne s’agit pas ici d’un exercice du Magistère authentique du Pontife romain

Il convient d’abord de préciser que c’est dans le cadre d’un documentaire, au hasard d’une interview, que le Pape François a prononcé cette parole, relayée aujourd’hui par tous les médias. Or il semble s’agir d’un montage qui concentre en une seule phrase plusieurs passages séparés de l’interview. Et si le Pape a effectivement pu prononcer la parole ci-dessus, il n’a jamais légitimé pour autant le « mariage homosexuel », ni donné un statut aux familles homoparentales ; tout au plus demande-t-il aux parents de ne pas rejeter un enfant homosexuel qui a toujours besoin de sa famille.

Parce que ce propos semble prendre acte de l’évolution des mœurs et correspondre à une revendication de la société occidentale, les médias, ignorant les degrés d’autorité des interventions pontificales, rappelés dans le serment cité plus haut, croient pouvoir y discerner une révolution dans l’enseignement du Magistère. Pour autant, une telle parole n’a évidemment pas de caractère magistériel, ni dans la forme – il n’y exerce pas son Magistère authentique – ni dans le fond – et pour cause, puisque c’est en contradiction avec le Magistère ordinaire et universel. Le Pape François n’a d’ailleurs jamais prétendu imposer à l’assentiment des fidèles des propos de circonstance, ni leur donner le poids de son autorité de Successeur de Pierre, à qui le Christ a précisément confié la mission de confirmer ses frères dans la foi.

Tout en demeurant fidèle au Siège apostolique et en conservant a priori une attitude de bienveillance filiale par rapport à l’enseignement du Pape, et puisque le Magistère ordinaire et universel de l’Eglise n’est pas formellement engagé, il est donc légitime d’exprimer respectueusement son désaccord, pour autant que l’on puisse donner à l’expression « convivencia civil » le sens d’une reconnaissance des actes homosexuels.

Rigueur morale et miséricorde

Sans nul doute, le Pape a voulu exprimer ici l’attitude du Pasteur qui accueille tout homme, comme aimé de Dieu, quels que soient son histoire et ses comportements. Comme une Mère, l’Eglise exprime sa sollicitude pastorale pour tous et se refuse à juger les personnes, s’interdisant de réduire un homme ou une femme à ses actes. Pour autant, fidèle à l’enseignement du Père transmis par le Christ et le Magistère de l’Eglise, en matière de foi et de morale – « qui vous écoute, m’écoute » (Lc 10, 16), dit Jésus à ses apôtres –, elle ne peut jamais appeler bien ce qui est mal.  Elle a reçu mission de rappeler les grandes orientations de la Loi inscrite dans la nature de l’homme, par création et par grâce, non pour juger et condamner les personnes, mais pour leur indiquer un chemin de croissance vers un Bonheur qui consiste à conformer progressivement leur vie au dessein de Dieu, tel qu’il nous l’a révélé.

Comme l’écrit le Pape Saint Grégoire le Grand (+ 604), dans sa Règle Pastorale, à l’intention des évêques : « Il faudra donc veiller à ce que la tendresse montre aux siens, dans le pasteur, une mère, et la rigueur morale, un père ; il faut, avec tout le tact possible, s’arranger pour que la sévérité ne soit pas rigide, ni molle la tendresse. Comme nous l’avons dit dans les Morales, la rigueur de la règle (disciplina) et la miséricorde perdent beaucoup à être observées l’une sans l’autre (…) Le Bon Samaritain (cf. Lc 10, 33s) applique sur les blessures le mordant du vin et le réconfort de l’huile » (II, 6).

Ce que nous enseigne le Magistère ordinaire et universel de l’Eglise

       Le Catéchisme de l’Eglise Catholique (1992)

C’est pourquoi, quand le Successeur de Pierre donne à son enseignement le caractère du Magistère authentique, il ne peut pas contredire le Magistère ordinaire et universel de l’Eglise, rappelé par ses prédécesseurs de manière constante et tel qu’il est exprimé aujourd’hui dans le Catéchisme de l’Eglise Catholique. Or à propos de l’homosexualité, on peut y lire : « L’homosexualité désigne les relations entre des hommes ou des femmes qui éprouvent une attirance sexuelle, exclusive ou prédominante, envers des personnes du même sexe. Elle revêt des formes très variables à travers les siècles et les cultures. Sa genèse psychique reste largement inexpliquée. S’appuyant sur la Sainte Écriture, qui les présente comme des dépravations graves (cf. Gn 19, 1-29 ; Rm 1, 24-27 ; 1 Co 6, 10 ; 1 Tm 1, 10), la Tradition a toujours déclaré que ” les actes d’homosexualité sont intrinsèquement désordonnés ” (CDF, décl. ” Persona humana ” 8). Ils sont contraires à la loi naturelle. Ils ferment l’acte sexuel au don de la vie. Ils ne procèdent pas d’une complémentarité affective et sexuelle véritable. Ils ne sauraient recevoir d’approbation en aucun cas » (n. 2357).

Pour autant, le Catéchisme poursuit en s’interdisant de juger les personnes et en invitant au contraire à les accueillir avec respect et bienveillance : « Un nombre non négligeable d’hommes et de femmes présente des tendances homosexuelles foncières. Cette propension, objectivement désordonnée, constitue pour la plupart d’entre eux une épreuve. Ils doivent être accueillis avec respect, compassion et délicatesse. On évitera à leur égard toute marque de discrimination injuste. Ces personnes sont appelées à réaliser la volonté de Dieu dans leur vie, et si elles sont chrétiennes, à unir au sacrifice de la croix du Seigneur les difficultés qu’elles peuvent rencontrer du fait de leur condition(n. 2358).

C’est dans ce sens que le Pape François s’était exprimé dans l’avion qui le ramenait de Rio de Janeiro, en juillet 2013 : « Si une personne est gay et cherche le Seigneur, fait preuve de bonne volonté, qui suis-je pour la juger ? Le catéchisme de l’Église catholique l’explique de manière très belle ».

L’identité d’un homme ou d’une femme ne tient pas à son orientation sexuelle, mais à sa dignité d’« image de Dieu », et en ce sens toujours aimé de Dieu et infiniment respectable. Si l’Eglise ne porte pas de jugement sur les personnes – « Ne jugez pas et vous ne serez pas jugés ; ne condamnez pas et vous ne serez pas condamnés » (Lc 6, 37) – elle n’en pose pas moins un jugement sur la qualité morale des actes, sans enfermer jamais la personne dans ses actes, confiante dans la capacité de progrès de toute personne humaine, en vertu de sa liberté fondamentale qui ne peut jamais lui être déniée, sans la réduire complètement aux tendances qu’elle n’a effectivement pas choisies.

 Note de la Congrégation pour la Doctrine de la Foi (2003)

Dans une note de la Congrégation pour la Doctrine de la Foi, du 3 juin 2003, signée par le Cardinal Joseph Ratzinger et approuvée par le Pape saint Jean Paul II, on peut lire en conclusion d’un argumentaire très fouillé du point de vue biblique, théologique, anthropologique et juridique : « L’Église enseigne que le respect envers les personnes homosexuelles ne peut en aucune façon conduire à l’approbation du comportement homosexuel ou à la reconnaissance juridique des unions homosexuelles. Le bien commun exige que les lois reconnaissent, favorisent et protègent l’union matrimoniale comme base de la famille, cellule primordiale de la société. Reconnaître légalement les unions homosexuelles ou les assimiler au mariage, signifierait non seulement approuver un comportement déviant, et par conséquent en faire un modèle dans la société actuelle, mais aussi masquer des valeurs fondamentales qui appartiennent au patrimoine commun de l’humanité. L’Église ne peut pas ne pas défendre de telles valeurs pour le bien des hommes et de toute la société » (Considérations à propos des projets de reconnaissance juridique des unions entre personnes homosexuelles, n. 11).

Exhortation apostolique post-synodale Amoris Laetitia (2015)

Fidèle à l’enseignement de l’Eglise, le Pape François écrit dans son exhortation apostolique Amoris Laetitia : « L’Église fait sienne l’attitude du Seigneur Jésus qui, dans un amour sans limite, s’est offert pour chaque personne sans exceptions. Avec les Père synodaux, j’ai pris en considération la situation des familles qui vivent l’expérience d’avoir en leur sein des personnes manifestant une tendance homosexuelle, une expérience loin d’être facile tant pour les parents que pour les enfants. C’est pourquoi, nous désirons d’abord et avant tout réaffirmer que chaque personne, indépendamment de sa tendance sexuelle, doit être respectée dans sa dignité et accueillie avec respect, avec le soin d’éviter ‘‘toute marque de discrimination injuste » et particulièrement toute forme d’agression et de violence. Il s’agit, au contraire, d’assurer un accompagnement respectueux des familles, afin que leurs membres qui manifestent une tendance homosexuelle puissent bénéficier de l’aide nécessaire pour comprendre et réaliser pleinement la volonté de Dieu dans leur vie » (n. 250). Et en citant explicitement en référence la note de la Congrégation pour la Doctrine de la foi, il précise : « Au cours des débats sur la dignité et la mission de la famille, les Pères synodaux ont fait remarquer qu’en ce qui concerne le « projet d’assimiler au mariage les unions entre personnes homosexuelles, il n’y a aucun fondement pour assimiler ou établir des analogies, même lointaines, entre les unions homosexuelles et le dessein de Dieu sur le mariage et la famille ». Il est inacceptable que « les Églises locales subissent des pressions en ce domaine et que les organismes internationaux conditionnent les aides financières aux pays pauvres à l’introduction de lois qui instituent le “mariage” entre des personnes de même sexe » (n. 251).

Le Pape est le premier gardien de la doctrine de l’Eglise

Je rappelle donc que le Pape François, dans cette interview, ne pouvait pas prétendre donner un contenu magistériel à l’opinion qu’il a ainsi émise. Il faut donc en relativiser la portée et ne pas se scandaliser que les médias s’en soient emparé, au risque de mettre de la confusion et de la division au sein du peuple chrétien et au-delà.

C’est donc pour le moins un malentendu, quand les médias croient y discerner une expression de l’autorité suprême de l’Eglise. Il est utile de rappeler, contrairement à ce que j’ai entendu d’un journaliste sur France Info, que ce n’est pas le Pape qui fait la doctrine de l’Eglise, il est seulement le premier à avoir mission de veiller sur la foi catholique reçue des apôtres. Et s’il peut se faire qu’il soit amené à proclamer ex cathedra un nouvel enseignement à proposer à la foi des fidèles, ce ne peut être que dans des conditions très précises et en cohérence avec la Parole de Dieu écrite et transmise fidèlement par le Magistère bimillénaire de l’Eglise.

Comme le Pape Benoît XVI l’exprimait de manière si lumineuse dans l’homélie qu’il prononça pour prendre possession de sa cathèdre d’évêque de Rome, à St Jean du Latran, le 9 mai 2005 : « L’autorité d’enseigner, dans l’Eglise, comporte un engagement au service de l’obéissance à la foi. Le Pape n’est pas un souverain absolu, dont la pensée et la volonté font loi. Au contraire : le ministère du Pape est la garantie de l’obéissance envers le Christ et envers Sa Parole. Il ne doit pas proclamer ses propres idées, mais se soumettre constamment, ainsi que l’Eglise, à l’obéissance envers la Parole de Dieu, face à toutes les tentatives d’adaptation et d’appauvrissement, ainsi que face à tout opportunisme (…) Ainsi son pouvoir ne se trouve pas «au-dessus», mais il est au service de la Parole de Dieu, et c’est sur lui que repose la responsabilité de faire en sorte que cette Parole continue à rester présente dans sa grandeur et à retentir dans sa pureté, de façon à ce qu’elle ne soit pas détruite par les changements incessants des modes ».

Conclusion

Ne nous laissons donc pas intimider par l’insistance et la frénésie avec lesquelles les médias ont diffusé cette parole isolée du Pape François, dont le contexte a été si légèrement traité. On aimerait qu’ils diffusent avec la même insistance d’autres paroles du même Pontife romain qui heurtent de plein fouet la mentalité du monde, par exemple quand il condamne sans concession le drame de l’avortement et dont les occurrences sont si répétitives dans son enseignement.

On voit donc, pour conclure, que dans le traitement de cette information, les médias font preuve, au mieux, d’une ignorance sur les degrés d’autorité de la parole pontificale, au pire d’un acquiescement servile aux idéologies à la mode, sans doute sous la pression de lobbies extrêmement organisés et agressifs, qui prétendent imposer à l’Eglise un changement de sa doctrine constante.
L’hypermédiatisation d’une petite phrase, faisant caisse de résonnance, ne saurait en aucun cas donner un quelconque poids d’autorité à la parole du Pape.

 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

“Preparei-me para morrer…”

 Padre Pier Luigi Maccalli esteve sequestrado dois anos e oito meses

“Preparei-me para morrer…”

Foi libertado há três semanas no Mali depois de ter sido sequestrado no

Níger, em Fevereiro de 2018. Na primeira grande entrevista já em Itália, o

padre Pier Luigi recorda como tudo se passou. O rapto, o dia-a-dia em

cativeiro, o silêncio do deserto, as ave-marias rezadas com um terço feito

de cordas, e a libertação. Foram cerca de mil dias sob a ameaça de

jihadistas. Um tempo impossível de esquecer...


Em cerca de trinta minutos, o padre Pier Luigi Maccalli fala, perante as câmaras de TV

do programa “La minute interview”, da Sociedade das Missões Africanas, do tempo de

sequestro às mãos de um grupo terrorista no Mali. Libertado há três semanas, o

missionário italiano, de 59 anos de idade, reconhece estar ainda “um pouco confuso”

com tanta alegria e emoção”. O rapto aconteceu a 17 de Setembro de 2018. Estava em

casa, na paróquia, em Bomoanga. Ouviu barulho, foi investigar e deparou-se com

homens armados. “Gritei, foi uma confusão.” Amarraram-lhe as mãos. Era o começo

do cativeiro que iria prolongar-se até Outubro de 2020. “Preparei-me para morrer,

mas disse para mim que talvez não fosse o caso. Respeitavam-me. Era o velho,

chamavam-me ‘shébani’ – o velho – o objectivo era mais converter-me ao Islão.” Ao

fim de algum tempo, o padre Pier Luigi foi perdendo noção do local onde se

encontrava. “A zona era deserta… sem nada… e eu pensava: ‘onde vamos? Onde

estamos?’ E aí chorei.” (…) Senti-me perdido. Foi um momento de angústia e disse:

‘Senhor, onde estás?’” Apesar de tudo, o padre Pier Luigi sentia o conforto da presença

de Deus. “Estava… perdido. Mas, graças a Deus, nunca me senti abandonado. Sim,

gritei com Deus, zanguei-me com Ele, mas sentia que Ele estava presente e que podia

falar com Ele porque foi a Sua presença que me susteve em todas as horas.” No

cativeiro havia algumas rotinas. “O tempo era longo”, diz o missionário italiano. E

começava com o raiar do sol. “Quando me tiravam as correntes que tinha nos pés

durante a noite, levantava-me, fazia uma pequena ‘toilette’, podia andar um pouco,

rezava o terço que tinha feito com uma corda, depois ia aquecer água, tínhamos uma

pequena reserva de cebolas e outras coisas para cozinhar, e pronto, cuidávamos do

lume e tínhamos… havia um outro refém – Nicolas – trocávamos algumas palavras,

havia sempre qualquer coisa a dizer…”

A libertação


Almoçavam cedo, descansavam do calor debaixo de alguma árvore… “Nunca tivemos

outro tipo de abrigo…” “A tarde era ainda mais longa…” Depois, no serão, “rezava mais

um terço até ao pôr-do-sol… o sol nascia, o sol punha-se, a noite era sempre um céu

estrelado lindo, sobretudo no Sara, no deserto… e falávamos com as estrelas, punham-

nos as correntes e esperávamos pelo dia seguinte.” O anúncio da libertação aconteceu

no dia 6 de Outubro. Dois dias depois, deixou o acampamento. “Fomos ter a um lugar

com arbustos e aí encontrámos Sophie Petronin, a refém francesa e o senhor Soumaïla

Cissé, um político do Mali que tinha sido raptado há seis meses.” Dali até ao aeroporto

de Tessalit ainda apanharam uma tempestade de areia e chuva. No aeroporto estava já

um avião militar que levou até Bamako, a capital do Mali, o padre Pier Luigi e o outro

ex-refém italiano. Chegaram a Roma na quinta-feira, 8 de Outubro. Nessa manhã o

padre Pier Luigi voltou a celebrar a Eucaristia. Na entrevista, Pier Luigi Maccalli

agradece a solidariedade e as orações de todos pela sua libertação. E pede para se

continuar a rezar pois há outras pessoas em cativeiro. É o caso da irmã Gloria Narvaez

Argoti. A libertação do padre Pier Luigi foi uma vitória do bem contra o mal. Uma

vitória que tem de nos comprometer cada vez mais no apoio a estas comunidades

cristãs acossadas por terroristas, vítimas de violência. Ajudar estes sacerdotes, estas

irmãs, estes cristãos é a melhor maneira de agradecermos a coragem do padre Pier

Luigi nestes dois anos e oito meses de cativeiro.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

MOÇAMBIQUE: “Situação já era calamitosa, hoje não sei como classificar” diz Bispo de Pemba face aos deslocados de Cabo Delgado

 


Fundação AIS - Departamento de Informação

Anexosquinta, 22/10, 12:29 (há 3 dias)
para Fundação

MOÇAMBIQUE:

“Situação já era calamitosa, hoje não sei como classificar” diz Bispo de Pemba face aos deslocados de Cabo Delgado

Lisboa, 22 de Outubro de 2020 | PA

 

Nos últimos dias, especialmente desde o final da semana passada, tem havido um aumento significativo do número de pessoas em fuga dos grupos armados que continuam a espalhar violência e morte na província de Cabo Delgado, nomeadamente na região de Macomia.

Ontem, quarta-feira, dia 21, o Bispo de Pemba, D. Luiz Lisboa, e o Bispo de Lichinga, D. Anastásio Canira, testemunharam a chegada em massa de deslocados ao bairro de Paquitequete, o principal ponto de desembarque dos deslocados na cidade capital de Cabo Delgado.

D. Luiz Lisboa reconheceu estarem a chegar “inúmeros barcos”. Só no dia de ontem foram pelo menos oito e vinham sobrelotados. “A situação já era calamitosa e hoje não sei como classificar…”, disse ainda o prelado, numa mensagem divulgada pela Diocese de Pemba em que apelava à solidariedade de todos.

Por seu turno, o Bispo de Lichinga afirmou-se “muito impressionado” com a situação, que referiu ser “muito traumática” e que “ultrapassa as capacidades humanas para acolher toda a multidão que está a fugir…”

Esta é uma realidade que se vem repetindo nos últimos tempos. O Padre Fonseca Kwiriwi, um dos responsáveis pela comunicação da Diocese de Pemba, afirma, à Fundação AIS, que “as coisas continuam feias” na região, e que “cresce cada vez mais” o número de deslocados que procuram acolhimento junto dos principais centros urbanos.

De facto, a cidade de Pemba transformou-se num desses portos de abrigo. Barcos sobrelotados, normalmente com mulheres e crianças, têm chegado a esta cidade costeira agravando uma situação já muito frágil do ponto de vista humanitário.

Há pessoas que têm chegado a Pemba “em péssimas condições”, descreve o sacerdote explicando que, num dos grupos de deslocados, registou-se o caso dramático de “uma mulher que deu à luz na praia depois de desembarcar de um barco com muita gente…”

São pessoas em fuga dos constantes ataques que continuam a afligir a região de Cabo Delgado apesar do esforço das autoridades no combate aos “insurgentes”, como localmente são conhecidos os grupos armados que reivindicam pertencer ao Daesh, o Estado Islâmico.

“A região costeira de Macomia sofreu nesses dias alguns ataques, sim…”, explicou, ao telefone, o Padre Fonseca. De facto, apurou a Fundação AIS, há relatos de incidentes em Mucoio, Guludo, Naude, Pangane e Magaje, entre outras localidades.

Ao contrário do que aconteceu por exemplo em Agosto, quando os terroristas atacaram o ocuparam a zona portuária da cidade de Mocímboa da Praia, desta vez a táctica é diferente.

Agora, explica o sacerdote da Diocese de Pemba, “não se fala de conquista, fala-se só de ataques e não ocupação total como haviam feito em Mocímboa da Praia”. O Padre Kwiriwi Fonseca diz que “são só ataques e eles fogem”. “Acredito haver agora bastante presença das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique. Por isso eles só atacam e fogem…”

E provocam também a fuga das populações. Desde sábado passado, dia 17 de Outubro, calcula-se que cerca de 3 mil pessoas terão fugido de suas casas, perdendo tudo o que tinham, por causa desses ataques dos grupos armados.

“Nós tínhamos 250 mil deslocados mas agora são mais de 300 mil deslocados”, diz o Padre Fonseca à Fundação AIS. “Ou seja, está cada vez mais em crescendo.” Perante esta situação, houve a necessidade de mobilização de meios para o acolhimento destas pessoas.

“Houve já a definição de uma aldeia, uma espécie de assentamento para todos aqueles que estão nos enormes acampamentos de Metuje perto de Pemba”, explica o responsável de comunicação da Diocese. “Por estes dias – acrescenta –, a Caritas está no terreno fazendo a distribuição de alimentos. Essa notícia já é oficial: a Caritas está no terreno fazendo a distribuição enquanto o governo já providenciou lugar de alojamento definitivo para que essas pessoas já terem as suas próprias casas.”

Perante o aumento no número de deslocados, torna-se cada vez mais urgente mobilizar recursos para a Diocese ter também meios para socorrer com um mínimo de eficácia tantas pessoas de mãos vazias.

O Padre Fonseca deixa, por isso, um apelo à Fundação AIS. “Na medida em que aumenta o número de deslocados aumentam as necessidades. A campanha está aí circulando e alguns benfeitores estão com certeza a responder positivamente mas a Igreja continua ainda com necessidades e está de braços abertos para qualquer um que queira canalizar ajuda para a Diocese de Pemba por meio da Caritas Diocesana.”

De facto, a Fundação AIS está a promover uma grande campanha de ajuda para a Diocese de Pemba. Uma campanha que está a decorrer no nosso país, com uma assinalável adesão dos benfeitores portugueses mas também a nível internacional com o envolvimento activo de diversos secretariados, nomeadamente o do Reino Unido.

 

 

Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal

sábado, 24 de outubro de 2020

O JOVEM FRASSATI E O FUTURO PAPA

 


O JOVEM FRASSATI E O FUTURO PAPA
Termino hoje a divulgação dos jovens citados pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica Cristo Vive. Embora haja por lá outros nomes de gente boa e santa, estes são treze, contei pelos dedos. Porque foram jovens que marcaram a diferença, ao apresentá-los tive duas intenções: rasgar horizontes no coração daqueles que andam à procura de vida com sentido e reiterar que, de facto, a santidade, sendo tarefa que não se pode delegar, é possível a todos, crianças, jovens e menos jovens, cada um pelo seu caminho e nas suas circunstâncias existenciais.
Pier Giorgio Frassati (Pedro Jorge) nasceu em Turim, em 6 de abril de 1901. Aí viveu e cresceu, a maior parte da vida, no seio de uma família abastada e da alta burguesia. Seu pai, Alfredo Frassati, era jornalista, fundador e dono do jornal "La Stampa". Foi embaixador em Berlim, demitiu-se quando Mussolini assumiu o poder. Sua mãe, Adelaide Ametis, era uma pintora famosa. Embora fosse educado cristãmente, a vivência da fé em família ficava muito aquém do que ele desejava. Sua mãe animava-o a comprometer-se nas dinâmicas da paróquia. Aí foi fazendo o seu caminho, em vida feliz e socialmente comprometida. Embora o pertencer às estruturas eclesiais não seja sinónimo de santidade e a maior parte dos batizados se santifique sem qualquer ligação a elas, Pedro Jorge, porém, espevitou nelas o seu crescimento espiritual e a sua ação apostólica. Conheceu a Ordem Terceira dos Dominicanos, a Ação Católica, o Apostolado da Oração, a Liga Eucarística, a Associação dos jovens adoradores universitários, os centros da Juventude Mariana Vicentina e a Conferência de São Vicente de Paulo. Tinha como passatempo favorito visitar os doentes e os casebres das periferias de Turim. Por isso, o ruído menos saudável dos seus amigos e familiares era música que ouvia mas não lhe desafinava os acordes da sua vida. E dizia: “Ao redor dos pobres e dos enfermos eu vejo uma luz particular que nós não temos”, ou: “Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no mísero modo que posso, ou seja, visitando os pobres”. Porque levava às casas dos mais necessitados as mais variadas coisas, desde lenha e roupas a alimentos e móveis, porque gastava a mesada que a família lhe dava nestas atividades caritativas, os seus colegas chegaram a denominá-lo como a “Empresa de Transportes Frassati”.
A sua determinação neste compromisso social da caridade brotava da Eucaristia diária, da frequente adoração ao Santíssimo Sacramento, da palavra evangélica e da devoção a Nossa Senhora, cujos rosários ele oferecia a seus amigos e outros. O Papa Francisco comentou assim: “Pedro Jorge era um jovem que compreendera o que significa ter um coração misericordioso, sensível aos mais necessitados. Dava-lhes muito mais do que meras coisas materiais; dava-se a si mesmo, disponibilizava tempo, palavras, capacidade de escuta. Servia os pobres com grande descrição, não se pondo jamais em evidência (...) Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua morte, gravemente doente, ainda se pôs a dar orientações sobre o modo como ajudar os seus amigos necessitados”.
Pedro Jorge, porém, tinha uma máxima: “A Caridade não é suficiente: precisamos de reformas sociais”. E para explanar os ensinamentos sociais do Papa Leão XIII, foi um dos fundadores do jornal “Momento”. Chegou a ter polémicas acesas com adeptos do Partido Fascista e esteve inscrito no Partido Popular Italiano. Na escolha do seu curso académico pesaram os objetivos que ele tinha para a sua vida. Como desejava trabalhar perto dos operários pobres, decidiu estudar Engenharia Industrial Mecânica, em Turim, com especialização em mineração, pelo facto de os mineiros serem os operários mais pobres de entre os explorados. Quando esteve em Berlim, em tempos que seu pai era Embaixador, conheceu, pessoalmente, o Padre Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", e pôs a questão de vir a ser sacerdote. Logo deixou a ideia, achava que não tinha vocação.
A sua irmã Luciana era com quem ele partilhava a sua vida, sobretudo quando seus pais queriam exigir dele mais alguma coisa do que ele aparentava querer. Seu pai chegou a classificá-lo de “homem inútil” e à deriva, acompanhando pessoas que não estavam à sua altura. Pedro Jorge sorria, aceitava as repreensões de modo sereno, sabia lidar com os seus familiares, com os necessitados e com os da sua classe social. A todos amava e ajudava por igual. Gostava do teatro, da poesia, da arte, da música, da ópera, de visitar museus, recitava versos de Dante Alighieri de cor, escrevia com beleza e profundidade, amava o desporto, sobretudo o esqui e o montanhismo, escalou os Alpes e o Vale de Aosta, adorava as montanhas, extasiando-se a contemplar o ar puro e a beleza do Criação. Entre os escaladores, conheceu uma jovem pela qual mantinha uma paixão que não chegou a anunciar publicamente, quer para não embaraçar a jovem quer para não afrontar a sua família que não aceitaria bem este namoro por ela ser de classe social inferior. A brevidade da sua vida, porém, não lhe deu tempo para nos mostrar quais seriam os passos seguintes. Nesta sua maneira séria e divertida de estar na vida, chegou a fundar a “Sociedade de Tipos Estranhos” ou dos “arruaceiros”, cujos membros, “desonestos e vigaristas”, recebiam apelidos engraçados. O dele era “Robespierre”. Faziam excursões, contavam piadas, mas, sobretudo, aspiravam à amizade mais profunda fundada na oração e na fé.
São João Paulo II, junto do seu túmulo, testemunhou: “Também eu, na minha juventude, senti o benéfico influxo do seu exemplo e, como estudante, fiquei impressionado pela força do seu testemunho cristão”. Como Arcebispo de Cracóvia, e a propósito duma exposição que sobre Pedro Jorge ali havia sido levada a cabo, ele desafiou os jovens a ir ver e observar como aquele jovem das oito bem-aventuranças carregava consigo a graça do Evangelho, a alegria da salvação em Cristo. Aliás, na homilia da sua beatificação, voltou a destacá-lo como o “homem das bem-aventuranças” capaz de comunicar amor e paz e de testemunhar que “a santidade é possível a todos”. De facto, “a revolução da caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um futuro melhor”.
No dia do enterro da sua avó, Pedro Jorge, com uma forte dor de cabeça, nem conseguia levantar-se da cama. Foi atingido por uma meningite fulminante. Faleceu cerca de quinze dias depois, em 4 de julho de 1925, com apenas 24 anos de idade. Milhares de pessoas participaram nas exéquias. Familiares e amigos ficaram estupefactos com a presença de tantos pobres de Turim que ele havia ajudado, material, social e espiritualmente. Seu pai ficou inconsolável e arrasado pelo vazio que a morte de Pedro lhe causara, ficou impressionado com a multidão presente, reconheceu que só compreendeu bem quem era o seu filho no momento em que o perdeu para sempre: "Não reconheço meu filho!", murmurou. Aos poucos, foi-se aproximando da fé numa conversão maravilhosa que muitos consideraram ser o "primeiro" milagre de Pedro Jorge. Seu pai veio a falecer em 1961.
Os restos mortais de Pier Giorgio Frassati, foram transladados do túmulo de família para a Catedral de Turim. As suas relíquias estiveram presentes na Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, em 2016, como já tinham estado na de Sidney, em 2008. É amado e venerado em todo o mundo, desde a Patagónia à Polónia, das Filipinas à França, dos Estados Unidos à Austrália. Os testemunhos sobre ele são extraordinários, os sites a divulgar a sua vida são inumeráveis e dos quais também me servi par divulgar mais um pouco a sua vida.
Antonino Dias
Bispo de -Castelo Branco, 23-10-2020.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

ACADEMIA S. JOÃO PAULO II, Magno

 

              Hoje, dia 22 de Outubro, festa de S. João Paulo II, Magno, foi criada a ACADEMIA CULTURAL S. JOÃO PAULO II, MAGNO.






             MILITIA SANCTAE MARIAE – cavaleiros de Nossa Senhora

                        Priorado de S. Nuno de Santa Maria ( Portugal)

                        

                                                        

 

 

 

                            ACADEMIA CULTURAL S. JOÃO PAULO II, MAGNO

                                   Santo Patrono: S. JOÃO PAULO II, MAGNO                             

                                          Justificação

 

 

 

   A MILITIA SANCTAE MARIAE – cavaleiros de Nossa Senhora , Priorado de S. Nuno de Santa Maria ( Portugal) , desejando assinalar o 1º centenário do nascimento de S. João Paulo II, Magno – 18 de Maio de 1920 em Wadowice, Polónia –  fundou a ACADEMIA CULTURAL S. JOÃO PAULO II, MAGNO, como testemunho da enorme gratidão para com este santo Papa pelo muito que deu à Igreja e ao mundo em todos os domínios do humano.

  A MSM deseja, assim, estudar e divulgar os ensinamentos deste santo Papa polaco, ensinamentos tão profundos que nunca perderão o seu vigor e actualidade.

 

 

Statement of Bishop Thomas Tobin on the comments of Pope Francis Regarding Civil Unions ( USA)


  • Statement of Bishop Thomas Tobin on the comments of Pope Francis Regarding Civil Unions
    October 21, 2020
    The Holy Father’s apparent support for the recognition of civil unions for same-sex couples needs to be clarified. The Pope’s statement clearly contradicts what has been the long-standing teaching of the Church about same-sex unions. The Church cannot support the acceptance of objectively immoral relationships. Individuals with same-sex attraction are beloved children of God and must have their personal human rights and civil rights recognized and protected by law. However, the legalization of their civil unions, which seek to simulate holy matrimony, is not admissible
    .

terça-feira, 20 de outubro de 2020

NÃO É NECESSÁRIO LEGISLAR SOBRE A EUTANÁSIA!

 NÃO É NECESSÁRIO LEGISLAR SOBRE A EUTANÁSIA!

Mais uma vez junto a minha voz à de todos os que dizem NÃO à eutanásia e ao suicídio assistido, porque é uma interrupção voluntária do amor e da vida! Formamos um grande coral, pois são incontáveis as pessoas e entidades que dizem NÃO, nomeadamente a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Enfermeiros e o Conselho Nacional de Ética para Ciências da Vida. Estas e muitas outras entidades fazem questão de publicamente deixar claro que a lei da eutanásia e do suicídio assistido não encontra qualquer justificação que não seja a crença dos seus proponentes.
Junto o meu clamor e indignação aos que se perguntam: Como é possível que, num tempo de emergência em que a pandemia continua a alastrar, o Parlamento Português discuta a eutanásia?
Nas difíceis e imprevisíveis circunstâncias de crise pandémica em que vivemos, o que se pede aos deputados e a todos nós, é que velemos e zelemos para que sejam respeitados os direitos, já consignados em lei, associados à dignidade humana e que devem ser praticados durante o período em que se avizinha o fim da vida. Usamos conscientemente a expressão “fim de vida digno” em vez de “morte digna”.
Os direitos do fim da vida incluem: o direito aos cuidados paliativos, o direito a que seja respeitada a sua liberdade de consciência, o direito a ser informado com verdade sobre a sua situação clínica, o direito a decidir sobre as intervenções terapêuticas a que se irá sujeitar (consentimento terapêutico), o direito a não ser sujeito a obstinação terapêutica (tratamentos inúteis e desproporcionados, também designados como fúteis), o direito a estabelecer um diálogo franco e esclarecedor com os médicos, familiares e amigos; o direito a receber assistência espiritual e religiosa.
Apesar da pandemia, é preciso fazer tudo o que está ao nosso alcance para que sejam dadas respostas adequadas às necessidades dos doentes em fim de vida e terminais, que assentam essencialmente no alívio do sofrimento físico e psíquico, prestado por uma equipa devidamente capacitada, no apoio espiritual e no suporte afetivo através da família e amigos.
O sofrimento psíquico não deve ser menosprezado. Estes doentes apresentam com frequência perturbações depressivas que obrigam a uma terapêutica antidepressiva e a um adequado apoio psicológico. É importante que o doente sinta que não está sozinho, sinta que a sua vida tem sentido e que tem o apoio de uma equipa a tratar dele, o que, juntamente com o carinho da família e dos amigos, proporciona um precioso auxilio para contrariar o sentimento de isolamento e insegurança que ocorre com frequência nestes casos.
As necessidades espirituais (comuns a crentes e não crentes) e religiosas devem ser justamente valorizadas. O apoio que permite dar sentido ao sofrimento deve ser garantido a estes doentes.
Há que reafirmar com todas as forças que o direito à vida é indisponível. Não pode justificar-se a morte de uma pessoa com o consentimento desta. O homicídio não deixa de ser homicídio por ser consentido pela vítima. A inviolabilidade da vida humana, consagrada no artigo 24º, nº 1, da Constituição Portuguesa, não cessa com o consentimento do seu titular.
O direito à vida é indisponível, como o são outros direitos humanos fundamentais, expressão do valor objetivo da dignidade da pessoa humana. Também não podem justificar-se, mesmo com o consentimento da vítima, a escravatura, o trabalho em condições desumanas ou um atentado à saúde, por exemplo. É irrenunciável o direito à segurança social. Até em questões de menor relevo, como na obrigatoriedade de uso de capacetes de proteção ou cinto de segurança, no trânsito ou em determinados trabalhos, se manifesta a indisponibilidade de alguns direitos.
Para justificar a legalização da eutanásia e do suicídio assistido, há quem alegue que dessa forma o Estado não toma qualquer partido a respeito de conceções sobre o sentido da vida e da morte e respeita, apenas, a vontade e as conceções sobre o sentido da vida e da morte de quem solicita tais pedidos.
Não é assim. O Estado e a ordem jurídica, ao autorizarem tal prática, dando-lhes o seu apoio, estão a tomar partido, estão a confirmar que a vida permeada pelo sofrimento, ou em situações de total dependência dos outros, deixa de ter sentido e perde dignidade, pois só nessas situações seria lícito suprimi-la.
Quando um doente pede para morrer porque acha que a sua vida não tem sentido ou perdeu dignidade, ou porque lhe parece um peso para os outros, a resposta que os serviços de saúde, a sociedade e o Estado devem dar a esse pedido não é: «Sim, a tua vida não tem sentido, a tua vida perdeu dignidade, és um peso para os outros». Mas a resposta deve ser outra: «Não, a tua vida não perdeu sentido, não perdeu dignidade, tem valor até ao fim, tu não és peso para os outros, continuas a ter valor incomensurável para todos nós». Esta é a resposta de quem coloca todas as suas energias ao serviço dos doentes mais vulneráveis e sofredores e, por isso, mais carecidos de cuidados e amor; a primeira é a atitude simplista e anti-humana de quem não pretende implicar-se na questão do sentido da verdadeira «qualidade de vida» do próximo e embarca na solução fácil da eutanásia ou do suicídio assistido.
A legalização da eutanásia e do suicídio assistido são habitualmente apresentadas junto da opinião pública como mais um sinal de progressismo, numa linha de promoção da liberdade individual. Os opositores surgem como antiquados.
É importante recordar que a legalização da eutanásia e do suicídio assistido não são um progresso civilizacional, mas antes um retrocesso. A valorização e a defesa da vida humana em todas as suas fases foram instituídas, em grande parte, pelo cristianismo. O verdadeiro progresso da humanidade foi no sentido de criar leis e normas que defendam a vida humana e impeçam o mais forte de exercer o seu poder sobre o mais fraco (a abolição do infanticídio, da escravatura, da tortura, da discriminação racial, etc.). Uma sociedade será tanto mais justa e fraterna quanto melhor tratar e cuidar dos seus membros mais vulneráveis.
A quebra de um interdito fundamental (“não matar”) que estrutura, como sólido alicerce, a vida comunitária, não pode deixar de afetar a confiança no seio das famílias, entre gerações, e na comunidade em geral.
Há o sério risco de que a morte passe a ser encarada como resposta à doença e o sofrimento, já que a solução não passaria por um esforço solidário de combate a essas situações, mas pela supressão da vida da pessoa doente e sofredora, pretensamente diminuída na sua dignidade. E é mais fácil e mais barato. Mas não é humano!
Neste novo contexto cultural, o amor e a solidariedade para com os doentes deixarão de ser tão encorajados, como já têm alertado associações de pessoas que sofrem das doenças em questão e que se sentem, obviamente, ofendidas quando vêm que a morte é apresentada como “solução” para os seus problemas. E também é natural que haja doentes, de modo particular os mais pobres e débeis, que se sintam socialmente pressionados a requerer a eutanásia, porque se sentem “a mais” ou “um peso”.
É este, sem dúvida, um perigo agravado num contexto de envelhecimento da população e de restrições financeiras dos serviços de saúde que implícita ou explicitamente se podem questionar: para quê gastar tantos recursos com doentes terminais quando as suas vidas podem ser encurtadas?
Não podemos ignorar que entre nós uma grande parte dos doentes, especialmente os mais pobres e isolados, não tem acesso aos cuidados paliativos, que são a verdadeira resposta ao seu sofrimento. A legalização da eutanásia e do suicídio assistido contribuirá para atenuar a consciência social da importância e urgência de alterar esta situação, porque poderá ser vista como uma alternativa mais fácil e económica.
Não é preciso legislar sobre a eutanásia e sobre o suicídio assistido. O que precisamos, neste tempo incerto de pandemia, é de concretizar e cumprir o que já está legislado para que todos tenham uma existência feliz, apesar das lágrimas, e um fim de vida digno.
+Nuno Almeida, Bispo Auxiliar de Braga

PEQUENOS LUZEIROS!

                                                                                                                   NÃO DUVIDES! PEQUENOS LUZ...