domingo, 23 de outubro de 2022

SILERE NON POSSUM nº 8

 

SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 8

 

                      BRAGA – 20 de Outubro de 2022

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:     

 

 

“ Do amor divino, Gianna Beretta Molla foi uma mensageira simples, mas mais significativa do que nunca…”

 

 

 

   No dia 16 de Maio de 2004, o Papa S. João Paulo II Magno canonizava uma Mulher, Mãe e Médica: Joana Beretta Molla. Era a primeira vez que alguém com este perfil humano e profissional passava a integrar o “ catálogo” dos santos, de homens e mulheres recomendados como modelo de vida. Nesse dia memorável, o Papa da vida e da família, João Paulo II Magno, à homilia disse:

   “ Do amor divino, Gianna Beretta Molla foi uma mensageira simples, mas mais significativa do que nunca. Poucos dias antes do matrimónio, numa carta enviada ao futuro marido, escreveu: ”O amor é o sentimento mais bonito que o Senhor colocou nas almas dos homens”.

   Segundo o exemplo de Cristo, que “tendo amado os seus, amou-os até ao fim” (Jo 13,1 ), esta santa mãe de família   manteve-se heroicamente fiel ao compromisso assumido no dia do matrimónio . O sacrifício eterno que selou a sua vida dá testemunho de que somente quem tem a coragem de se entregar totalmente a Deus e aos irmãos se realiza a si mesmo…”. “Possa a nossa época descobrir de novo, através do exemplo de Gianna Beretta Molla, a beleza pura, casta e fecunda do amor conjugal, vivido como resposta ao chamamento divino”.

   Mas quem foi esta Mulher cujo centenário do nascimento já estamos a celebrar desde 4 de Outubro?

   Joana Beretta Molla nasceu em Itália ( Magenta – Milão) em 4 de Outubro de 1922. Foi a décima de treze filhos que seus pais tiveram. Aos 3 anos mudou-se com os seus pais e irmãos para Bérgamo. Cursou medicina entre 1942e 1949 tendo-se especializado em Pediatria em 1952 na Universidade de Milão. A sua vocação passou pelo matrimónio. Casou com o Eng. Pietro Molla em Setembro de 1955. Deste casamento nasceram 4 filhos: Pierluigi, Mariolina, Laura e, finalmente , Gianna Emanuela em 1962 ( Abril). A gravidez de Gianna Emanuela foi bastante complicada e difícil e para salvar esta filha deu a sua vida recusando o aborto que lhe era proposto pelos seus colegas médicos. Aceitou com enorme resignação as dificuldades desta gravidez e para salvar o bebé exigiu que a opção final fosse sempre salvar a vida do 4º filho, Gianna Emanuela.

   Joana Molla era uma  mulher alegre, divertida e desportiva sobretudo gostava muito de esquiar na neve. Melómana amava também flores. No fundo, Joana Molla, era uma mulher e profissional competente do seu tempo. Tinha um cuidado proactivo relativamente aos pobres. Possuía, porém, uma particularidade: uma fé inabalável e uma confiança total na Divina Providência.

   “ Sempre me ensinaram que o segredo da felicidade é viver cada momento, e agradecer ao Senhor por tudo o que Ele, na Sua bondade, concede dia após dia. Por isso, o coração no céu e vivamos felizes”.

Vamos celebrar o ANO JOANITA – 4 de Outubro de 1922/4 de Outubro de 2023 !

  Não posso calar este centenário, sobretudo quando a “ cultura da morte” está a dominar o pensar e o agir deste mundo.

 

SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes, Braga , 20.X.22

sábado, 15 de outubro de 2022

SILERE NON POSSUM nº7

 

   SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 7

 

                      BRAGA – 13 de Outubro de 2022

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:

 

 

« …. Quero recordar a crise da memória e herança cristãs, acompanhada por uma espécie de agnosticismo prático e indiferentismo religioso, fazendo  com que muitos europeus dêem  a impressão de viver sem substracto espiritual e como herdeiros que delapidaram o património que lhes foi entregue pela história….» ( S. João Paulo II Magno , in “, Ecclesia in Europa”, nº 7).

  

   Em 28 de Junho de 2003, o grande Papa S. João Paulo II Magno, assinava a Exortação Apostólica Pós-Sinodal  « A Igreja na Europa» na qual analisou a situação do continente outrora cristão e irradiante do cristianismo para todo o mundo e propunha linhas de acção para a Igreja que está na Europa. Nesta Exortação Apostólica, que mantém todo o seu frescor e vigor, talvez ainda mais actual do que em 2003, o Papa fez múltiplas exortações e muitos apelos para que os europeus não se afundem mais na amnésia colectiva e indiferentismo religioso em que mergulharam e foram mergulhados. É impressionante como as novas jovens gerações ignoram o passado da sua família e da sua Pátria ou os fundamentos da Fé que construiu a sua idiossincrasia espiritual e cultural!

   Desde há décadas que se desenvolvem sistematicamente processos de memoricídio nas escolas, nas famílias cada vez mais destroçadas e divididas e os media não se cansam de “ bater” nesta campanha de “ cancelamento” da nossa memória colectiva.

   Quantas páginas da História são objecto de “ desconstrução”/ apagamento e tornadas páginas em branco só por que “ alguém” acha que não são politicamente correctas?

  Nos santos e heróis que fizeram este Portugal, nossa Pátria, nossa casa e casa dos nossos antepassados quem ousa falar?

  … Até a nossa língua sofre maus tratos tolerados ou, pior, incentivados!

   De facto vivemos um tempo de “ amnésia colectiva”.

   Um provérbio africano diz: “ Se não sabes para onde vais, ao menos lembra-te de onde vens! “.

   Chegamos a um ponto em que já poucos sabem de onde vimos como família ou como sociedade. E tantos não sabem para onde vão! Nas árvores a que cortam as raízes tudo morre , das raízes mais profundas até às folhas mais altas da copa. Assim, como podemos preparar o futuro se deixamos que nos cortem as raízes, as raízes da nossa família e da sociedade em estamos integrados?

  Sem raízes, nenhuma árvore sobrevive e resiste às intempéries. Facilmente os ventos derrubam e arrastam as árvores e, assim, ficam condenadas à morte. Connosco, humanos, sucede o mesmo. Perdemos o “norte” e vamos arrastados por simples brisas que nos descolam do nosso chão, da nossa terra ou da nossa família. É a morte da nossa memória. Assistimos, tantas vezes indiferentes, a um verdadeiro memoricídio. E este é fatalmente mortífero das comunidades humanas.

  Conhecer as nossas raízes e defende-las não é para nostálgicos do passado!      Conhecer as nossas raízes, respeitá-las e defende-las é caminhar para um  amanhã consistente.

   Perante tantos ataques à nossa memória familiar e comunitária, temos de reagir sem medos nem receios. Pessoalmente “ não posso calar”!

SILERE NON POSSUM!

  

    Carlos Aguiar Gomes, 13.X. 22

SEM DISTORÇÕES AMBIGUIDADES OU REDUÇÕES

 SEM DISTORÇÕES AMBIGUIDADES OU REDUÇÕES

Se algum personagem ilustre, de trabalho reconhecido, tivesse sido convidado para um almoço de gratidão e homenagem, se aceitasse o convite, aparecesse no dia e à hora, tivesse o devido acolhimento e se sentasse à mesa para a refeição, mas, agora, ao servir a refeição se negasse a comer, com certeza que todos arregalariam os olhos a fazer perguntas. Que se passará? Encontrar-se-ia mal? Estará doente? Não gostará da comida? Querer-nos-á ofender? Queimou os fusíveis? Claro que isso não aconteceria, seria ridículo se acontecesse.
Essa é, no entanto, a figurinha que muitos de nós, os cristãos, fazemos. E não somos nós quem convida uma pessoa ilustre. É a Pessoa ilustre, o Filho de Deus, que, com o sacrifício da sua própria vida, veio propositadamente ao nosso encontro para nos convidar para a sua Ceia, sem outro interesse se não o de manifestar o seu amor por nós e desejar que nós estivéssemos com Ele. Somos felizes porque o Senhor se lembrou de nós: “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor”. É certo que ‘todo o mundo está convidado, mas ainda o não sabe’. Se o encontro com Cristo provoca a urgência de testemunhar e evangelizar, “não podemos permitir-nos um momento de descanso, ao saber que ainda nem todos receberam o convite para esta Ceia ou sabendo que outros dele se esqueceram ou se perderam pelo caminho nas reviravoltas da vida humana”.
Nós aceitámos o convite, no dia e à hora comparecemos, somos acolhidos e criamos bom ambiente uns com os outros, sentamo-nos à volta da Mesa do Altar, coloca-se a comida sobre a mesa e não comemos. Porque será? Será porque estamos doentes? Talvez ... ou talvez não. O doente físico, de facto, se está mesmo doente e não respeita a dieta, morre mais depressa. Mas ninguém gosta de estar doente. Ninguém, por descuido ou incúria, deseja agravar a doença. Ninguém anseia que a doença se torne crónica. Ora, se estamos espiritualmente doentes, isto é, em pecado grave, também temos de respeitar a dieta, para que a doença não se agrave, comungando. Mas será que nos sentimos bem assim, doentes, em pecado grave, tornando esta doença numa espécie de doença crónica? Será que rejeitamos a terapia necessária para podermos comer saudavelmente da Ceia do Senhor para a qual fomos amorosamente convidados e comparecemos?
Nas nossas comunidades é capaz de haver quem, sem ter impedimento de pecado grave, não participe da Ceia do Senhor por indiferença ou desconhecimento, por falta do real entendimento da importância deste Sacramento. Mas também pode haver quem, pelas mesmas razões, sem a devida preparação e até talvez em pecado grave, sempre que participa na eucarística apresenta-se à Comunhão. Ambas as situações merecem vigilância, não são boas. É verdade que o Senhor disse que se não comermos a sua carne e não bebermos o seu sangue, não teremos a vida em nós (cf. Jo 6, 53), mas também sabemos que quem come e bebe, sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação (cf. 1Cor 11, 27-29). E poderemos perguntar: Mas a Eucaristia, o pão da vida, não é um remédio para os pecadores? Sim é, de facto, a Eucaristia não é um prémio para os justos e santos. Tomada como deve ser, é um remédio sem igual para curar e transformar a dureza do coração e da mente em docilidade e misericórdia, a hipocrisia e a mentira em retidão e verdade, a duplicidade de caráter e o fingimento em coerência de vida, a exploração e a injustiça em respeito e fraternidade... A Eucaristia faz-nos assimilar o modo de viver de Cristo que passou pelo mundo fazendo o bem, fez-se nosso companheiro de viagem, respondeu ao mal com o bem, doou-se como alimento, fez-se preço na cruz para nos resgatar e foi-nos preparar um lugar porque quer que onde Ele estiver nós estejamos também. É remédio salutar, sim, é a grandeza de Deus na fragilidade de um pedaço de pão que se parte e dá, ensinando-nos a amar e a servir, a dar e partilhar também a nossa vida. No entanto, tal como há doenças físicas cujas pessoas, antes de iniciarem certa medicação, precisam de se sujeitar a uma cirurgia, assim também a receção conveniente da Eucaristia pode reclamar a necessidade da Reconciliação com Deus e com a Igreja, o traje apropriado. Para usufruir frutuosamente da riqueza eucarística, “dos valores que exprime, das atitudes que inspira e dos propósitos de vida que suscita”, a pessoa precisa de ouvir o apelo à conversão. Habituar-se, sentir-se no ‘direito’ de comungar e não fazer esforço por se converter pode ser desastroso no ser, estar e agir, no testemunho que se deve dar. Este Sagrado Banquete “é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e reduções”.
+ Antonino Dias, Bispo de Portalegre-Castelo Branco
Portalegre-Castelo Branco, 14-10-2022.

sábado, 8 de outubro de 2022

CÓDIGO DE HONRA

 

                                                                   

                        MILITIA SANCTAE MARIAE – Cavaleiros de Nossa Senhora

                                                           Código de Honra

 

I – O cavaleiro combate por Cristo e pelo Seu Reino.

II – O cavaleiro serve a sua Dama, a Virgem Maria.

III – O cavaleiro defende a Santa Igreja até ao sangue.

IV – O cavaleiro mantém as tradições dos seus antepassados.

V – O cavaleiro combate pela Justiça, pela Ordem Cristã e pela Paz.

VI – O cavaleiro trava contra o mundo e o seu Príncipe uma guerra sem tréguas nem descanso.

VII – O cavaleiro honra e protege os pobres, os fracos e os deserdados.

VIII – O cavaleiro despreza o dinheiro e os poderes deste mundo.

IX – O cavaleiro é humilde, magnânimo e leal.

X – O cavaleiro é puro e cortês, ardente e fiel.

 

* Dignare me laudare Te, Virgo Sacrata.

* Da mihi virtutem contra hostes tuos.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

SILERE NON POSSUM nº 6

 

SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 6

 

                      BRAGA – 6 de Outubro de 2022

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:

 

     «Todos los niños, las niñas,les niñes …»

 

   Em 21 de Setembro pp, ao apresentar a nova lei do Aborto, no Parlamento espanhol, Irene Montero, ministra para a Igualdade, aproveitou para  garantir uma educação sexual para menores, como “ um direito dos meninos e das meninas independentemente de quem ´é a sua família”! O Estado a arrogar-se de um direito que nenhum Estado tem: educar os filhos ao arrepio dos seus pais. Só visto em regimes totalitários.

   Irene Montero teve o cuidado de não deixar dúvidas: « Todos os meninos, as meninas e “es” niñes deste país têm o direito a conhecer o seu próprio corpo, a saber que nenhum adulto pode tocar no seu corpo se eles não quiserem, se não quiserem, que tal seria uma forma de violência». E não ficou por aqui. Explicou o que quer promover: « Têm ( as crianças) de saber que podem amar e ter relações sexuais com quem quiserem, baseadas, isso sim, no consentimento, e tal são direitos que têm de ser reconhecidos.» que, para pessoas com um mínimo de seriedade, é a apologia da PEDOFILIA!

   Portanto, num altura em que se debate na praça pública casos de pedofilia, verÍdicos ou inventados, Irene Montero e com ele todos os da sua família política e afins terão de ter cuidado quando fazem uma acusação de pedofilia e procurar saber se as crianças queriam ter relações sexuais ou se a tal foram induzidas. Se as crianças, pobres crianças, estavam conscientes e queriam usar do dito “ direito a ter relações sexuais”. Neste caso não é pedofilia. É o exercício de um direito sobre o qual ninguém pode interferir. Nem os pais. O Estado decidiu assim como “ dono” das crianças.

   Os defensores desta aberração da chamada “engenharia” social  encarregam-se de “ educar” as crianças para o prazer sexual quando a sua maturidade ainda tem muito que crescer e, na maioria dos casos, o que as crianças querem é brincar e que as deixem em paz.

   E estas relações sexuais em crianças são entre si, como uma brincadeira sobre as quais ninguém pode interferir?

   …. E onde ficam os adultos que praticam actividades sexuais com crianças se a estas lhes “ apetece” “ brincar” com os seus órgãos sexuais? Podem ser penalizados se as crianças dizem querer “ entreter-se” com um adulto em actividades sexuais?

   Irene Montero criou o “ direito” das crianças a ter relações sexuais se tal for do seu agrado. Obviamente que isto se passa aqui ao lado em Espanha mas nos Países Baixos já há vários anos que se discute a despenalização da pedofilia, desde que as crianças não se oponham a tê-las entre si ou com adultos. Esperemos para ver quando em Portugal se vai pedir no Parlamento essa mesma despenalização e a “ proclamação” do dito direito! Já faltou mais.

   Entretanto … sim, entretanto, os pais andam completamente alheados do que se passa nas nossas escolas onde a chamada” linguagem inclusiva” já está a ter lugar. Infelizmente há muitos cidadãos que acham que esta é uma moda e que não passa de algo engraçado não tendo graça nenhuma.

  Não faltará muito para as nossas crianças ouvirem nas aulas qualquer coisa como :

       Queridos meninos, queridas meninas e querides menines!

Poderei ficar calado? Não!

SILERE NON POSSUM!

 

 Carlos Aguiar Gomes, Braga,6 de Outubro de 2022

 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

SILERE NON POSSUM nº 5

 

    SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 5

 

      BRAGA – 29 de Setembro de 2022 – festa de S. Miguel Arcanjo

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:

 

 

S. João Paulo II, Magno, na oração do “ Regina Coeli” , em 24 de Abril de 1994, dirigindo-se aos fiéis reunidos na Praça de S. Pedro, exortou-os à recitação da oração a S. Miguel Arcanjo, composta pelo Papa Leão XIII, deste modo:

« Queira Deus que a oração fortaleça para a batalha espiritual de que fala , na Carta aos Efésios: “ Fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder( Ef 6,10 ).A essa mesma batalha se refere o livro do Apocalipse, revivendo diante dos nossos olhos a imagem de S. Miguel Arcanjo ( cf, Ap.12,7 ). Seguramente teria muito presente esta cena quando, no final do século passado ( XIX),o Papa Leão XIII, introduziu em toda a Igreja uma oração especial a S. Miguel: « S. Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate contra as insídias e ciladas do diabo; sede nosso auxílio…».

Ainda que na actualidade esta oração já não se reze no final da celebração eucarística, convido-vos a não a esquecer e a rezá-la para obter ajuda na batalha contra as forças das trevas e contra o espírito deste mundo.».

O Papa Francisco, em 29 de 2018, na festa de S. Miguel Arcanjo, pediu que se rezasse esta oração de Leão XIII que  transcrevo a seguir:

«S. Miguel Arcanjo, defendei-nos neste combate; sede nosso auxílio contra as insídias e ciladas do demónio; exerça Deus sobre ele o seu império, humildemente vos pedimos! E Vós, Príncipe da milícia celeste, por divino poder, precipitai no inferno a satanás e a outros espíritos malignos que vagueiam no mundo para perdição das almas.

Amen».

  Nestes tempos conturbados e em que temos tantas dificuldades em continuarmos fiéis às promessas do nosso Baptismo, como seria importante recuperar esta belíssima oração! No final da Missa ou em qualquer outro momento do dia, dentro ou fora da igreja.

  S. Miguel é o Príncipe da milícia celeste e pode ajudar-nos a lutar contra as “ insídias e ciladas” do Demónio.

   Hoje celebramos S. Miguel, então por que não começarmos já e agora a recitar e a meditar nesta oração que foi inspirada ao Papa Leão XIII?

   Que ele, o Arcanjo S. Miguel, nos ajude a descobrir e nos defenda do Mal que nos cerca e que, muito frequentemente, já nem nos apercebemos de que nos ronda a alma e nos torna tíbios e indiferentes, perante tanto mal à solta.

“E Vós, Príncipe da milícia celeste, por divino poder, precipitai no inferno a satanás e a outros espíritos malignos que vagueiam no mundo para perdição das almas.”

… Não foi por acaso que o Fundador da MILITIA SANCTAE MARIAE – Cavaleiros de Nossa Senhora, Dom Gérard Lafond OSB, escolheu S. Miguel como Grão-Mestre da Ordem que fundou!

   Invoquemos S. Miguel nestes momentos complexos da história da humanidade.

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes, Braga , na festa do Arcanjo S. Miguel de 2022

 

 

 

 

 

 

 

IGREJA PERSEGUIDA!

 Nove cristãos raptados e igreja incendiada e reduzida a cinzas nos Camarões

“Que Deus tenha piedade…”

Foi um ataque brutal. Cinco padres, uma irmã e três leigos foram raptados

na aldeia de Nchang, Diocese de Mamfé, nos Camarões. Foram raptados

por homens armados a 16 de Setembro. Para que não restassem dúvidas

sobre o alvo do ataque, a igreja foi também queimada. Ficou em ruínas,

irreconhecível. Mal soube do ataque, o Bispo foi lá salvar o Santíssimo

Sacramento. Destruíram o edifício, mas o essencial ficou intacto…

O vídeo tem menos de dois minutos. Vê-se o Bispo, D. Aloysius Fondong Abangalo, e

por vezes um outro sacerdote. Não há palavras. Não são precisas palavras. Mal se

percebe que aquele edifício que está em ruínas foi uma igreja. O templo sucumbiu ao

calor das chamas, as madeiras calcinaram, as paredes estão escurecidas. A Igreja de

Santa Maria, na aldeia de Nchang, na Diocese de Mamfé, é um escombro depois do

ataque, violento, por homens armados, a 16 de Setembro. No dia seguinte, o Bispo foi

lá. O vídeo, enviado para a Fundação AIS, mostra-o a caminhar com cautela, entre

ruínas, até parar junto ao Sacrário. A igreja foi destruída, mas o Sacrário sobreviveu

intacto. D. Aloysius pega numa chave e abre-o. Com cautela, retira o cálice que guarda

as hóstias consagradas, o verdadeiro tesouro da igreja. O incêndio criminoso queimou

tudo, mas não tocou no essencial. “Fui buscar o Santíssimo Sacramento, para o manter

seguro e o levar para a casa do bispo”, diz. O incêndio na Igreja de Santa Maria, em

Nchang, foi apenas um dos sobressaltos por que passou o Bispo. Ao mesmo tempo em

que as chamas foram ateadas, homens armados – julga-se que ligados ao grupo que

luta pela independência da região anglófona dos Camarões – raptaram nove pessoas

da paróquia. Cinco padres, uma religiosa e três leigos. Em troca das suas vidas, exigem

o pagamento de um resgate. Todos eles dedicaram as suas vidas ao serviço dos outros,

sempre de forma gratuita, sempre com amor. “O que aconteceu aqui é uma

abominação. Penso que não se contentaram em tentar a paciência dos homens, e

agora estão a tentar a paciência de Deus. É uma coisa terrível lutar com o Senhor. Que

Deus tenha piedade de nós”, disse o Bispo em declarações à Fundação AIS. “Devemos

todos ajoelhar-nos e pedir perdão pelos pecados que foram cometidos”, acrescentou.

Sem fim à vista

Os Camarões são um país africano mergulhado num conflito obscuro, conhecido como

“a crise anglófona”. Uma crise que nasceu da vontade separatista das regiões onde

predomina a língua inglesa. Um conflito que ganhou relevo em 2016 e já causou

milhares de mortos e cerca de meio milhão de deslocados. E muita destruição. Nada

nem ninguém parece escapar. É o caso das crianças e dos jovens. Eles, em particular,

tornaram-se vítimas desta violência e muitos estão profundamente traumatizados.

Perante este cenário, a Igreja lançou um projecto que procura dar algumas respostas

aos anseios da juventude local. A Diocese de Mamfé, situada na região anglófona,


onde agora aconteceu o ataque, introduziu um programa de educação para a paz

como parte da sua preocupação com os mais jovens. O objectivo desta iniciativa, que

está a ser apoiada directamente pela Fundação AIS, é promover uma cultura de não-

violência. Mas como isso está tão distante do dia-a-dia das populações locais… O

ataque de 16 de Setembro à Igreja de Santa Maria trouxe para a primeira página dos

jornais este conflito meio esquecido em África. Noutras ocasiões, padres e catequistas

já conheceram a violência nos Camarões. Na memória de todos, apesar de terem

passado já mais de quatro anos, está o assassinato do Pe. Nougi Alexander, na

Paróquia de Bomaka. Aliás, esse ano de 2018 revelar-se-ia brutal para a comunidade

cristã. Em Outubro, Gerard Anjiangwe, um seminarista de Bamenda, seria assassinado

por militares quando estava em frente a uma igreja paroquial. Estava ajoelhado no

chão quando soldados dispararam contra ele. Três vezes. Estava a rezar. Tinha apenas

19 anos de idade.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

PEQUENOS LUZEIROS!

                                                                                                                   NÃO DUVIDES! PEQUENOS LUZ...