sábado, 15 de outubro de 2022

SILERE NON POSSUM nº7

 

   SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 7

 

                      BRAGA – 13 de Outubro de 2022

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:

 

 

« …. Quero recordar a crise da memória e herança cristãs, acompanhada por uma espécie de agnosticismo prático e indiferentismo religioso, fazendo  com que muitos europeus dêem  a impressão de viver sem substracto espiritual e como herdeiros que delapidaram o património que lhes foi entregue pela história….» ( S. João Paulo II Magno , in “, Ecclesia in Europa”, nº 7).

  

   Em 28 de Junho de 2003, o grande Papa S. João Paulo II Magno, assinava a Exortação Apostólica Pós-Sinodal  « A Igreja na Europa» na qual analisou a situação do continente outrora cristão e irradiante do cristianismo para todo o mundo e propunha linhas de acção para a Igreja que está na Europa. Nesta Exortação Apostólica, que mantém todo o seu frescor e vigor, talvez ainda mais actual do que em 2003, o Papa fez múltiplas exortações e muitos apelos para que os europeus não se afundem mais na amnésia colectiva e indiferentismo religioso em que mergulharam e foram mergulhados. É impressionante como as novas jovens gerações ignoram o passado da sua família e da sua Pátria ou os fundamentos da Fé que construiu a sua idiossincrasia espiritual e cultural!

   Desde há décadas que se desenvolvem sistematicamente processos de memoricídio nas escolas, nas famílias cada vez mais destroçadas e divididas e os media não se cansam de “ bater” nesta campanha de “ cancelamento” da nossa memória colectiva.

   Quantas páginas da História são objecto de “ desconstrução”/ apagamento e tornadas páginas em branco só por que “ alguém” acha que não são politicamente correctas?

  Nos santos e heróis que fizeram este Portugal, nossa Pátria, nossa casa e casa dos nossos antepassados quem ousa falar?

  … Até a nossa língua sofre maus tratos tolerados ou, pior, incentivados!

   De facto vivemos um tempo de “ amnésia colectiva”.

   Um provérbio africano diz: “ Se não sabes para onde vais, ao menos lembra-te de onde vens! “.

   Chegamos a um ponto em que já poucos sabem de onde vimos como família ou como sociedade. E tantos não sabem para onde vão! Nas árvores a que cortam as raízes tudo morre , das raízes mais profundas até às folhas mais altas da copa. Assim, como podemos preparar o futuro se deixamos que nos cortem as raízes, as raízes da nossa família e da sociedade em estamos integrados?

  Sem raízes, nenhuma árvore sobrevive e resiste às intempéries. Facilmente os ventos derrubam e arrastam as árvores e, assim, ficam condenadas à morte. Connosco, humanos, sucede o mesmo. Perdemos o “norte” e vamos arrastados por simples brisas que nos descolam do nosso chão, da nossa terra ou da nossa família. É a morte da nossa memória. Assistimos, tantas vezes indiferentes, a um verdadeiro memoricídio. E este é fatalmente mortífero das comunidades humanas.

  Conhecer as nossas raízes e defende-las não é para nostálgicos do passado!      Conhecer as nossas raízes, respeitá-las e defende-las é caminhar para um  amanhã consistente.

   Perante tantos ataques à nossa memória familiar e comunitária, temos de reagir sem medos nem receios. Pessoalmente “ não posso calar”!

SILERE NON POSSUM!

  

    Carlos Aguiar Gomes, 13.X. 22

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