quinta-feira, 25 de maio de 2023

25 de Maio - Dia de S. BEDA O VENERÁVEL

 Alguns pensamentos de S. Beda o VENERÁVEL, monge beneditino, fundador da historiografia inglesa:

1, Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe, não praticar o que se ensina, e não perguntar o que se ignora.


484 compartilhamentos

2. Desdobre as velas e deixe Deus  guiar - nos para onde Ele quiser.


3. Tenho dedicado as  minhas energias ao estudo das Escrituras, observando a disciplina monástica e cantando nos  ofícios diários  na igreja. Estudar, ensinar e escrever sempre foram meu deleite.



4. Como o justo faz o que é justo sem interrupção, ele também vai fazer as suas orações sem descanso e nunca deixará de rezar, a menos que deixe de ser justo.

 

.5. A reputação das boas acções que os justos praticam subirá à altura de Deus, na imagem de orações.


DeGREGORIO, Scott. “The Venerable Bede on Prayer and Contemplation”. Traditio 54 (1999): 1–39.


6.A tenacidade na oração só merece dar frutos se o que pedimos com a boca também meditamos em nossa mente; e se o choro de nossos lábios não for tão afastado do foco do nosso pensamento.

 

SILERE 39

 

                   «Deus nos chama é nossa a hora,
  Alerta pela Cruz!

                   Almas bravas de soldados,
 Senhor, já surgem de além,
                  E há caminhos não andados
 Que esperam por alguém.

                 Em nós, acendei em nós, ó Deus,
 Flamas de um nobre ideal…» (Hino da Acção católica)



SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

           

 

 

         

 

          Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

 

                     

                   

 

 

                   Carta aos meus amigos – nº 39            

                             

 

                           BRAGA , 25 – Maio - 2023

 

 

 

   +

PAX

 

«Deus nos chama é nossa a hora,
  Alerta pela Cruz!

                   Almas bravas de soldados,
 Senhor, já surgem de além,
                  E há caminhos não andados
 Que esperam por alguém…»

 

   Desculpem-me os meus caros Amigos-leitores desta minha Carta ser muito “ revivalista”. De facto, fui buscar ao meu passado memórias que me foram gravadas e de nunca me esqueço. Quem, da minha idade ou próximo, não se lembra do belíssimo poema popular da “ BARCA BELA” que estava no livro da então chamada “ 3ª Classe” do ensino primário? Não sei se o escultor do monumento, tão rico e cheio de significado, que é o monumento aos Descobrimentos, época que nós, os portugueses, nos devemos (ou deveríamos?) orgulhar e que hoje o Pensamento Woke quer fazer “ resert”, como tal nos enchesse de opróbrio! Não houve já quem propusesse a sua demolição? Sem vergonha e sem memória essa gente que “ manda” em nós e quer demolir (“ desconstruir”) o nosso passado. Se “ não há machado que corte a raiz ao pensamento” também não podemos admitir que haja machados que cortem a expressão , por qualquer meio, desse mesmo pensamento e de que não faltam já exemplos de censura explícita e implícita. Um exemplo: o famigerado selo do Vaticano celebrativo da Jornadas Mundiais da Juventude, inspirado no já citado monumento aos Descobrimentos que abriram o conhecimento de novos mundos e levaram a Fé a todos os cantos da Terra, malgrado erros e exageros que se cometeram e que, hoje, se continuam a cometer com outras roupagens, é bom não o esquecer. “ Pobre país este, cuja grande aventura na História é objecto de polémicas e de censura! E pobre Vaticano, que agora navega ao sabor das redes sociais.” (in Nascer do Sol,19.V.23)

  Como éramos felizes e, muitos jovens do tempo em que cantávamos aquele hino, estávamos cheios de Fé, felizes e com horizontes de vida!

   …. No selo… do meu ponto de vista, olhando e revendo o poema acima copiado, a que ainda adiro sem reservas, o Papa, devia corresponder ao Piloto e Jesus Cristo, à frente, o general! Estaria mais correcto. E os jovens, quais anjos, convidados e representados a fazer o esforço de remar. E Nossa Senhora, ausente do selo, estaria no barco. Enfim, o meu entendimento.

  Transcrevi,também, intencionalmente, parte do hino da Acção Católica Portuguesa, nascida em 1933 pela mão do Cardeal Cerejeira, grande escola preparatória do apostolado laical destruída sem se ter o cuidado de a substituir, o que seria muito difícil. O seu projecto para a acção resumia-se a três verbos de uma imensa actualidade: VER + JULGAR + AGIR. Um hino dinâmico. É Deus que nos chama, não a deusa“ Mãe Terra” pagã. É a hora, sim é agora o “ tempo favorável”. Tantos caminhos que andados em tempos deixaram de ser andados e que a maioria dos jovens já não identifica ou nem vislumbra, por lhes terem “ morto” Deus feito Homem em Jesus Cristo: Caminho, Verdade e Vida. O caminho que deveríamos convidar a trilhar. O único Salvador de que tantos estão á espera sem saber por quem estão à espera. Será preciso inventar novas “ tretas” para anunciar o Caminho a trilhar? São estes os caminhos ainda não andados.

 E para terminar, em Carta de memórias, recordo o hino da JEC ( Juventude Escolar Católica) que tanto me marcou e a quem tanto devo, que começava assim:

                                    “Ó jecista lança as redes

                                     Vai pescar para o Senhor!

                                     Leva no barco contigo

                                     O teu bom e doce Amigo…”

Retiro e sublinho, pela sua perene actualidade, as ideias contidas nestas palavras cheias de vigor e entusiasmo: LANÇA AS REDES + VAI PESCAR + LEVA … O TEU BOM E DOCE AMIGO. Um convite. Uma convocatória. Um repto. Será preciso inventar mais?

Em nós, acendei em nós, ó Deus

Flamas de um nobre ideal…

… Faltam-nos chamas de nobres ideais!

Posso ficar calado?         

Silere non possum!

Carlos Aguiar Gomes

terça-feira, 23 de maio de 2023

PELA LIBERTAÇÃO DE DOM ROLANDO ALVAVAREZ - preso político na Nicarágua!

 Piden iniciar una campaña internacional por la liberación de Mons. Rolando Álvarez

 Monseñor Rolando Álvarez, obispo de Matagalpa (Nicaragua)

JUNTO CON OTROS 46 PRESOS POLÍTICOS EN NICARAGUA

Piden iniciar una campaña internacional por la liberación de Mons. Rolando Álvarez

 

(Agencias/Infocatólica) Maradiaga, quien fue excarcelado y expulsado hacia Estados Unidos por las autoridades nicaragüenses el pasado 9 de febrero junto a otras 221 personas, dijo a través de una declaración que esa campaña por la liberación de monseñor Rolando Álvarez incluye a «los otros (46) presos políticos de Nicaragua».

«Desconozco otro lugar en América Latina donde se encarcele a un líder de una comunidad religiosa simplemente por ejercer su derecho a practicar su fe y predicar la paz, la no violencia y la justicia desde el púlpito de su iglesia», lamentó Maradiaga, quien aspiró a ser candidato presidencial por la oposición en las elecciones de 2021, antes de ser encarcelado.

Las relaciones del Gobierno de Daniel Ortega y la Iglesia católica viven ahora momentos de gran tensión, marcadas por la expulsión y encarcelamiento de sacerdotes, o la prohibición de actividades religiosas.

Otra de las propuestas de Maradiaga, quien dijo haberlas presentado en la Cumbre de Ginebra que se realizó entre el 16 y 18 de este mayo en Suiza, es «promover un nuevo convenio internacional contra el arresto arbitrario y la prisión política, que proteja a los defensores de los derechos humanos y a los disidentes de caer víctimas de encarcelamientos arbitrarios».

«Este convenio elevaría a la categoría de crimen de lesa humanidad el encarcelamiento de personas inocentes por el simple hecho de expresar sus ideas, ejercer una opción política, profesar su fe o religión o simplemente por pertenecer a un grupo étnico o demográfico», puntualizó. «Los instrumentos disponibles han demostrado ser ineficaces», agregó.

También propuso apoyo al trabajo continuo del grupo de expertos de la ONU, cuyo mandato ha sido extendido por dos años; y evaluar «nuestra propuesta de declarar la ilegitimidad del régimen de Daniel Ortega y Rosario Murillo, dado que llegaron al poder sin ningún proceso electoral legítimo».

Asimismo, que se implementen las recomendaciones del Grupo de Expertos de la ONU sobre Nicaragua, «en particular en lo que respecta a cortar los canales financieros que apoyan al régimen opresivo».

También «tomar medidas humanitarias urgentes para abordar las necesidades apremiantes de cientos de miles de nicaragüenses desplazados por la fuerza, que han buscado refugio, se han desplazado o se han convertido en solicitantes de asilo en varios países de todo el mundo, especialmente en Estados Unidos, Costa Rica, España y México».

Asimismo, apoyar los procesos de búsqueda de justicia internacional «ante los crímenes de lesa humanidad cometidos por la dictadura».

«Les pido solidaridad en nuestra búsqueda de justicia y fin a la impunidad por los crímenes contra la humanidad que han sido documentados repetidamente por diversas organizaciones de derechos humanos. Estos crímenes atroces no deben ser olvidados»

sábado, 20 de maio de 2023

NICARÁGUA: Comissão dos EUA classifica país de Ortega como de “particular preocupação” na questão da liberdade religiosa

 




NICARÁGUA: Comissão dos EUA classifica país de Ortega como de “particular preocupação” na questão da liberdade religiosaNICARÁGUA:

Comissão dos EUA classifica país de Ortega como de “particular preocupação” na questão da liberdade religiosa

Lisboa, 19 de Maio de 2023 | PA

 

A Nicarágua foi designada, pela primeira vez, como país de “particular preocupação” pela Comissão dos Estados Unidos que elaborou o mais recente relatório sobre a Liberdade Religiosa Internacional. Juntamente com a Nicarágua, a Comissão norte-americana considera que Cuba, China, Afeganistão, Irão e Rússia, entre outros, são também países onde se verificou uma “regressão significativa” na promoção da liberdade de religião ou de crença.

Relatório Anual Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional, que documenta a perseguição religiosa em todo o mundo, denuncia o assédio e a repressão por parte do governo de Daniel Ortega e integra a Nicarágua, e pela primeira vez, no lote dos países considerados de “particular preocupação”. No documento, divulgado no início de Maio, pode ler-se que, no ano de 2022, “as condições de liberdade religiosa na Nicarágua pioraram consideravelmente”, e que as autoridades intensificaram a campanha “de assédio e perseguição severa contra a Igreja Católica, visando o clero, eliminando as organizações afiliadas à Igreja” e promovendo “restrições às cerimónias religiosas”.

O Relatório refere que já em anos anteriores tinha sido identificada uma clara hostilidade para com a Igreja – os relatores falam em “discurso de ódio” – mas, dizem, esse clima acentuou-se ao longo de 2022. “Foi o primeiro ano em que o governo prendeu membros do clero”, diz o Relatório da Comissão norte-americana, identificando alguns casos, como o do Padre Manuel Salvador García, condenado a dois anos de prisão, sentença que seria mais tarde agravada; José Leonardo Urbina, sentenciado a 30 anos de cárcere; e D. Rolando Álvarez, Bispo de Matagalpa e administrador apostólico de Estelí, que foi condenado a uma pena de 26 anos e quatro meses de prisão. Também os padres Óscar Benavidez e Enrique Gamboa foram detidos no ano passado, sendo que o Relatório refere que vários outros sacerdotes foram também vítimas do regime, que os expulsou ou impediu de regressarem à Nicarágua.

PRESSIONAR O GOVERNO

A política de repressão incluiu, segundo os responsáveis do Relatório da Comissão norte-americana, “uma repressão generalizada contra as organizações da sociedade civil que criticam o governo”, incluindo a Igreja Católica, que viu dificultada ou impedida de manter “o funcionamento de organizações e serviços” a ela ligados. “Em 2022, o regime encerrou mais de 3000 organizações não-governamentais, invocando frequentemente legislação como a lei dos ‘agentes estrangeiros’”, refere o documento. O Relatório pormenoriza ainda o fecho de diversas instituições de ensino ligadas à Igreja, assim como o encerramento de estações de rádio e televisão e a expulsão do país das Missionárias da Caridade, a ordem fundada pela Santa Madre Teresa de Calcutá.

Com este Relatório, a Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional pretende que a administração de Joe Biden coloque a Nicarágua como um “país de particular preocupação”, por causa das violações sistemáticas, contínuas e flagrantes da liberdade religiosa no país, impondo “sanções específicas às agências e funcionários do governo” que sejam “responsáveis pela violência e outras acções punitivas contra locais de culto, líderes e organizações religiosas”, nomeadamente “congelando os bens desses indivíduos e impedindo a sua entrada nos Estados Unidos”. Por outro lado, pretende-se que Washington pressione o governo de Manágua para libertar “incondicionalmente” todos os “prisioneiros religiosos de consciência”, comprometendo-se a aplicar processos judiciais justos “para os detidos religiosos” e permitindo também, por exemplo, que lhes seja entregues exemplares da Bíblia ou outros livros de culto.

OUTRO RELATÓRIO

No mesmo sentido do documento apresentado pela Comissão norte-americana, foi divulgado também recentemente, tal como a Fundação AIS noticiou, um relatório elaborado pela investigadora Martha Molina em que se descrevem, ao pormenor, 529 ataques contra a Igreja da responsabilidade das autoridades de Manágua desde Abril de 2018. O Relatório detalha as diversas situações de perseguição contra a Igreja durante este período, o que inclui um bispo na prisão, 37 padres exilados, 32 religiosas expulsas do país, confisco de, pelo menos, 7 edifícios da Igreja, nomeadamente um convento, e encerramento de meios de comunicação católicos, rádios e televisão, além de inúmeros casos de profanações, sacrilégios, roubos e atentados.

Um dos elementos que o estudo revela é o aumento exponencial dos ataques já no corrente ano. Comparando os registos de agressões apenas em relação ao primeiro trimestre de cada ano, para permitir um termo de comparação, os dados são reveladores: em 2019 houve 10 incidentes, número que se manteve igual em 2020, passando para 12 casos em 2021. No ano passado, e apenas no período entre Janeiro e Março, houve já 16 incidentes. No entanto, este ano, no primeiro trimestre, foram registados noventa casos…

 

 

 

Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal

 

Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D

1600-796 Lisboa | PORTUGAL

TEL (+351) 217 544 000  | TLM (+351) 912 154 168

info@fundacao-ais.pt | www.fundacao-ais.pt

quinta-feira, 18 de maio de 2023

SILERE 38





«Que Santa Maria, Mãe da Vida, guie os nossos passos e nos encha de vigor para promover a dignidade da pessoa humana, desde a sua concepção até à sua morte natural.»

                     SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

              “Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

 

                     

                     Carta aos meus amigos – nº 38            

                               BRAGA , 18 – Maio - 2023

 

   

 

    +

PAX

 

 

    Desde 1975, pelo menos, que  travo uma luta pelo DIREITO À VIDA, contra o Aborto, nomeadamente. Frequentemente sinto-me fatigado e repetitivo. Há tantos anos, em artigos, em palestras, debates,  conferências ou programas de rádio a dizer o mesmo: a vida humana começa na concepção, um facto científico e que antes desta não há vida humana mas células humanas (o óvulo e o espermatozoide) mas que a junção destas forma um ser uno , único e irrepetível e que tem o direito primeiro e fundamental de o deixarem viver. É esta uma verdade científica e negá-la é uma mentira e uma recusa obscurantista que a ignorância ou preconceitos ideológicos defendem. Sei, tenho a certeza, que a Ciência está do meu lado e de todos os que, como eu, e somos muitos, a defender esta verdade da Biologia.

  Se estou cansado, e é um facto, sinto-me espicaçado a “ voltar à carga” na defesa dos mais débeis entre os débeis, todas as vezes que os defensores da chacina intra-uterina dos bebés por nascer, que são muitos e dispõem de meios poderosos ao seu dispor, se manifestam em todo o lado, dos Parlamentos aos jornais e revistas ou outros meios de comunicação. Se eles se repetem , sem novidades, incansavelmente, por que razão eu deveria ficar calado e , também esgrimir argumentos a favor da vida humana e ainda por cima com a Ciência do meu lado, mesmo que de cada vez que o faço, me repita: a VIDA HUMANA começa precisamente na concepção e defender a sua “ interrupção” é uma mentira infame, pois uma vida interrompida morre e não volta à vida.

   Os “ descontinuadores” da vida humana ou defensores do Aborto ( também da Eutanásia!) não se fatigam de se repetirem, usando sempre os mesmos argumentos. Como posso claudicar perante esta “ guerra” contra o Direito à Vida mesmo, tal como outros, correr o risco de me repetir?

  Assim, nesta Carta, três dias depois de celebrarmos o DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA ( 15 de Maio), berço da humanidade e tão atacada neste momento histórico da nossa civilização, irei divulgar um extracto de uma Nota Pastoral dos Bispos de Espanha sobre a Lei do Aborto neste país e a posição do Tribunal Constitucional sobre a constitucionalidade de ser considerado um direito constitucional espanhol o “ Direito ao Aborto” ( 9 de Fevereiro de 2023), apoiando a construção de um novo paradigma civilizacional “ desconstruindo” o naturalmente vigente de que a Vida Humana começa na concepção.

   Face à nova posição do dito Tribunal Constitucional, os Bispos espanhóis escreveram:

« … Defendemos a dignidade de cada pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, independentemente da sua idade, raça, estado de saúde.

1.      Só se poderia afirmar o direito ao aborto no caso de o embrião ou o feto não fossem nada; mas, o não nascido não é uma coisa, é um ser humano. Assim, qualificar como direito a eliminação de modo voluntário da vida de um ser humano inocente é sempre moralmente mal. Com esta lei, o ser humano nos primeiros momentos da sua existência é um verdadeiro sem papéis, candidato à expulsão do ventre materno.

2.      Queremos reiterar o nosso apoio incondicional às mulheres que sofrem as consequências de uma gravidez não desejada, oferecendo-lhes a ajuda eficaz da Igreja, através de tantos programas e associações, recordando-lhes que a morte do filho que trazem no ventre nunca é a solução para os seus problemas.

3.      Recordamos outra vez que com esta lei os direitos e obrigações do pai do não nascido ficam inibidos e censurados.

4.      Lembramos que, com resoluções como esta que acaba de ser aprovada, o  “ direito” deixa de o ser porque não está já fundamentado solidamente na inviolável dignidade da pessoa, mas submetido à vontade do mais forte. Deste modo a democracia, malgrado as suas regras, segue um caminho de totalitarismo fundamental (S. João Paulo II, in “ Evangelium vitae”,nº20).

5.      Convidamos os profissionais de saúde a exercerem o seu direito à objecção de consciência, já que “leis” deste tipo não só não criam nenhuma obrigação de consciência, mas, pelo contrário, estabelecem uma grave e precisa obrigação de se lhes opor mediante a objecção de consciência ( id. nº 73) .

6.      Animamos todos os membros do povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade a recusar qualquer atentado contra a vida, seja trabalhando com valentia e criatividade por instaurar a tão necessária cultura da vida. Seria muito grave  ficarmos de braços cruzados pensando que já nada se pode fazer.

Que Santa Maria, Mãe da Vida, guie os nossos passos e os encha de vigor para promover a dignidade da pessia humana, desde a sua concepção até à morte natural.»

   Firmes, claros e precisos, os Bispos espanhóis também não se sentiram repetitivos e cansados de afirmar o que já têm feito em inúmeras ocasiões  o que acabei de transcrever. Deram-me ânimo para me repetir pela enésima vez. E não continuarei calado. E repetirei as vezes que forem necessárias o que é a verdade e denunciar o crime mesmo quando a “lei” o não reconheça como tal.

  Na realidade, nem tudo o que é legal é moral!

«Que Santa Maria, Mãe da Vida, guie os nossos passos e os encha de vigor para promover a dignidade da pessoa humana, desde a sua concepção até à morte natural.»

 

   Não me posso calar!

 

SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes

 



 


 

 

 

 

terça-feira, 16 de maio de 2023

SILERE - EXTRA - EUTANÁSIA

 

          




                  EUTANÁSIA




        …OU O COLAPSO DE UMA CULTURA!           

                                                           

 

                    SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

              Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

 

                     

               Carta aos meus amigos – nº EXTRA         

   BRAGA , 15 ( DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA) – Maio - 2023

 

     +

PAX

 

                             EM DEFESA DA VIDA HUMANA

 

 Num momento histórico bem lamentável, Portugal, acaba de legalizar a EUTANÁSIA. Triste  sinal de um grande retrocesso civilizacional neste período da nossa História!

Portugal, país pioneiro na abolição da pena de morte, reintroduz esta em moldes diferentes no nosso ordenamento jurídico. E com um Chefe de Estado que se diz católico! Quando a lei iníqua que liberaliza a Eutanásia for promulgada, associar-se-á sempre esta ao Chefe de Estado que apaga a sua consciência ( será mesmo?) em favor  da Constituição que, neste momento, rege o nosso país, e como todos sabemos, uma Constituição , sendo importante, é alterável pelo Parlamento e vale para um determinado período histórico preciso enquanto não for alterada ( Portugal já teve várias Constituições e todas foram sendo alteradas mais ou menos profundamente). E depois, temos de nunca esquecer que “ nem tudo o que é legal é moral”- recordemos que, por exemplo, a escravatura e a sua existência era legal ou que a pena de morte foi igualmente legal…

O que deveria fazer Marcelo? Não promulgar e renunciar ao mandato como indicador da coerência e sintonia  com a sua consciência. Esta é bem mais superior ao que diz a Constituição! A nossa consciência é o nosso guia superior e com o qual teremos de ter uma relação de respeito coerente. Foi o exemplo que nos legou o Rei Balduíno da Bélgica. Marcelo ficaria na História por uma razão de alto significado moral. Assim, a História vai lembrá-lo como indivíduo oportunista e, desculpem-me os camaleõs, como um camaleão humano que se adapta ao meio para se “ safar” e ficar numa selfie da História integrado no ambiente deletério que  caracteriza este nosso hoje. Tenho pena profunda do meu país!

   E nós, os eleitores pró-vida que fizemos e que vamos fazer? A luta pelo DIREITO À VIDA não acabou.

… Mas como todas as leis podem ser alteradas e abrogadas, assim os nossos representantes (não os escolhemos para se representarem a si próprios, é bom nunca o esquecer) assim o decidam um dia. Deixo aos meus Amigos-leitores e eleitores , para batalhas próximas-futuras, um elenco de 12 razões para não aceitar a legalização da Eutanásia e nos guiar e ajudar, diariamente na nossa luta:

 

 

12 motivos para dizer não à eutanásia e sim aos cuidados paliativos

«(Equipa Sempre Família)

11/01/2019

Assim como o aborto, a eutanásia é outro assunto que envolve a polémica questão: somos nós quem devemos decidir sobre quando alguém nasce ou morre? Temos esse direito? A resposta parece óbvia, mas por conta das constantes investidas pela legalização da eutanásia na França (e em vários outros países do mundo), mais de 175 associações especializadas em cuidados paliativos assinaram um manifesto em que resumem sua posição a favor de cuidar das pessoas que estão na fase final da vida.

 

1. Todos devem viver com dignidade até o fim de sua vida

 

Toda pessoa, independentemente do seu estado de saúde, possui uma dignidade única e particular. Mesmo nas situações mais difíceis e menos desejáveis, as equipas de cuidados paliativos colocam todo o seu coração e experiência para proteger a dignidade dos pacientes. Ao contrário disso, a opção pela morte não garante essa dignidade e implica numa renúncia à condição humana.

 

2. A lei deve proteger os mais vulneráveis

 

As nossas decisões pessoais têm sempre uma dimensão coletiva, especialmente quando requerem a intervenção de terceiros, como na eutanásia. Acelerar e confrontar a morte é um comportamento anormal e solitário de alguns tipos de pessoas como idosos e pessoas que sofrem com alguma doença degenerativa, por exemplo, que sentem esse desejo ao perceber o mundo em que vivem e que as apresenta como um fardo para a sociedade.

 

3. A proibição de matar fundamenta a nossa civilização 

A ideia de “matar em alguns casos” ou “sob certas condições” deve sempre ser rejeitada mesmo que seja somente pelo princípio básico da prudência. A nossa civilização progrediu ao eliminar as excepções à proibição de matar (vingança, duelos, pena de morte). Legalizar a eutanásia significaria dar um passo atrás.

 

4. Pedir a morte nem sempre significa querer morrer

 Pouquíssimos pacientes dizem que querem morrer, ainda mais quando são bem tratados e acompanhados. Além disso, quando eles pedem a morte, muitos querem expressar algo muito diferente da vontade de morrer. Pedir a morte significa quase sempre não querer viver em condições tão difíceis. Pedir a morte porque se está sofrendo é realmente uma escolha livre? Diferente disso, os cuidados paliativos restauram a liberdade do paciente no final de sua vida, controlando tanto a dor quanto o sofrimento mental.

 

5. O fim da vida ainda é vida.

 Ninguém pode saber o que os últimos dias nos trarão Mesmo nessas situações difíceis, muitos pacientes vivem momentos extraordinários e importantes. Alguns descobrem nessa fase que a bondade existe, outros passam a valorizar os seus entes queridos, há aqueles que se reconciliam com algum amigo ou familiar, etc. Acelerar a morte privaria esses últimos e imprevisíveis momentos da condição humana.

 

6. Descriminalizar a eutanásia iria impor ao paciente e sua família a obrigação de considerar a ideia

 Será que realmente queremos, no futuro, considerar a oportunidade de acabar com o sofrimento pessoal ou com a vida dos nossos entes queridos? Será que realmente queremos perguntar-nos, depois de um diagnóstico sério, sobre a injeção letal? Ou então imaginar os nossos entes queridos interrogando-nos  sobre isso quando estivermos sofrendo  numa cama de hospital?

 

7. Os cuidadores devem cuidar, não matar 

A vocação específica dos cuidadores é prestar cuidados, dentro de uma relação de confiança com a pessoa doente. Matar destrói este contrato de confiança e anula o código de deontologia médica (conjunto de normas éticas que todo médico deve respeitar).

 

8. Pesquisas de eutanásia referem-se a opinião de pessoas saudáveis, não doentes 

A partir de pesquisas, afirma-se que a sociedade está preparada para admitir a legalização da eutanásia. No entanto, ninguém pode projetar-se para o final de sua vida e dizer que sabem o que realmente gostariam naquele momento. De facto, as pesquisas não levam em conta a palavra dos pacientes terminais.

 

9. Errar numa decisão por eutanásia seria um erro médico irreparável 

Países que não revogaram a pena de morte têm sério problemas judiciais. No caso da legalização da eutanásia, nenhum paciente poderá reclamar de erro de diagnóstico, desconhecimento dos tratamentos existentes ou do verdadeiro motivo pelo qual o paciente pediu para morrer (lembrar do motivo número 4: pedir a morte nem sempre significa querer morrer). Você poderia admitir esse risco? Diante de situações difíceis, o que é preferível: o risco de viver um pouco mais quando estamos cansados ​​da vida, ou o risco de morrer quando ainda queremos viver?

 

10. Legalizar a eutanásia generaliza o acto e não evita ultrapassar os limites 

A experiência mostra que a legalização está levando os limites legais da prática a níveis extremos, como a eutanásia de menores ou pessoas que sofrem de transtornos mentais. Os abusos crescem em países que legalizaram a eutanásia (por exemplo, o clandestino é três vezes mais comum na Bélgica do que na França).

 

11. Os cuidados paliativos devem ser prestados a todos 

Os cuidados paliativos devem estar acessíveis em todos os lugares e para todos. Eles são um direito do paciente e, actualmente, muitos deles não recebem os cuidados paliativos quando precisam.

 

12. O cuidado paliativo é incompatível com a eutanásia e o suicídio assistido 

A legalização da eutanásia e do suicídio assistido deriva da demanda por autonomia. O cuidado paliativo combina a ética da autonomia com a ética da solidariedade colectiva. Ele previne e alivia o sofrimento, enquanto a eutanásia visa acelerar a morte intencionalmente. Cuidados paliativos são tratamentos, a eutanásia é um ato mortal.

 

(Leia mais em: https://www.semprefamilia.com.br/defesa-da-vida/12-motivos-para-dizer-nao-a-eutanasia-e-sim-aos-cuidados-paliativos/ )»

 Perante esta lamentável decisão do Parlamento português e o que se espera do Chefe de Estado, não me posso calar. Não devo calar. Não quero calar. Não me calarei enquanto Deus me der vida e capacidade de me exprimir. Também não me limito a “ lamentar” a dita aprovação. Repudio e tiro as devidas e lógicas ilações políticas e tudo farei , como até agora, para intervir sempre pelo respeito da VIDA HUMANA sobretudo quando esta é vítima da grande falta de AMOR, que erotizado e descartável, se tornou num vago sentimento de posse, de exploração altamente poluído e efémero. Do Amor limparam a dimensão do ÁGAPE, porém, o AMOR sem esta dimensão essencial não passa de um jogo de exploração do outro.

A legalização pelo Parlamento português da Eutanásia é mais um sinal enviado ao povo eleitor de que aqueles que dizem representar-nos não nos querem ouvir, não querem respeitar o nosso modo de ser. Infelizmente, também não quiseram dar ouvidos a entidades altamente credenciadas como a Ordem dos Médicos ou a dos Enfermeiros que se pronunciaram contra este acto legislativo indigno que o nosso Chefe de Estado vai avalizar. Antes uma demissão presidencial, sinal de protesto, que a promulgação de uma lei iníqua. Triste sinal destes tempos de podridão moral! De colapso civilizacional e de retrocesso cultural .

 

Não me posso calar!

SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes

 

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Perseguição à Igreja na Nicarágua

 

NICARÁGUA: Relatório revela nível brutal de agressão à Igreja com mais de 520 ataques nos últimos cinco anos

11 Maio 2023
NICARÁGUA: Relatório revela nível brutal de agressão à Igreja com mais de 520 ataques nos últimos cinco anos
Um bispo na prisão, 37 padres exilados, 32 religiosas expulsas do país, confisco de, pelo menos, 7 edifícios da Igreja, nomeadamente um convento, e encerramento de meios de comunicação católicos, rádios e televisão. No total foram 529 ataques do regime liderado por Daniel Ortega à Igreja desde Abril de 2018. Todos estes dados foram compilados por Martha Molina num relatório divulgado na semana passada e a que a Fundação AIS teve acesso.

São 323 páginas, divididas por quatro capítulos em que se abordam as hostilidades sofridas pela Igreja Católica na Nicarágua ao longo dos últimos cinco anos. Um estudo que dá conta, por exemplo, das 3.176 proibições de procissões na via pública durante a Semana Santa deste ano. O Relatório, produzido pela investigadora Martha Molina, que também está no exílio, detalha as diversas situações de perseguição contra a Igreja durante este período, o que inclui profanações, sacrilégios, roubos e atentados, além da prisão e expulsão do país de diversos padres, irmãs e leigos. O número de incidentes poderá ser ainda maior, pois muitos não terão sido reportados dado o clima de medo nas pessoas face à hostilidade do regime. Um dos elementos que o estudo revela é o aumento exponencial dos ataques já no corrente ano. Comparando os registos de agressões apenas em relação ao primeiro trimestre de cada ano, para permitir um termo de comparação, os dados são reveladores: em 2019 houve 10 incidentes, número que se manteve igual em 2020, passando para 12 casos em 2021. No ano passado, e apenas no período entre Janeiro e Março, houve já 16 incidentes. Contudo, este ano, no primeiro trimestre, foram registados noventa casos…

Dioceses mais atingidas

Ao longo dos cinco anos avaliados pelo Relatório, percebe-se que a Arquidiocese de Manágua foi a mais atingida pela repressão do regime, seguindo-se a Diocese de Matagalpa – cuja bispo, D. Rolando Álvarez, está detido –, e as de Estelí e de Granada. Particularmente chocante é a constatação do que tem sido a repressão aos membros da Igreja. Durante o período em análise, registaram-se 193 ataques a religiosos [considerando-se bispos, sacerdotes, diáconos, seminaristas e irmãs], que incluem ameaças de morte, tentativas de homicídio, agressões, processos penais, desterro, expulsões, proibições de entrada no país ou de saídas do território e até vigilância permanente por parte das autoridades. Esta pressão sobre a Igreja materializou-se no exílio, até ao momento, de 16 religiosos, ou seja, 1 bispo, dois diáconos e 13 sacerdotes. Foram também expulsos do país o núncio apostólico e dois padres. Oito religiosos foram desterrados.

Arma apontada à cabeça

O Relatório de Martha Molina descreve também, em pormenor, incidentes registados ao longo destes anos em Igrejas e com sacerdotes ou outros elementos destacados da comunidade católica. As situações são as mais distintas que se possa imaginar. Desde um padre, Vicente Martínez, pároco de Santa Lucía, em Matagalpa, que se viu ameaçado com uma metralhadora apontada à cabeça, até à Igreja de San Juan Bautista, em Masatape, que foi atacada com um morteiro, passando por agressões físicas a bispos e sacerdotes, e a condenação de D. Rolando Álvarez a 26 anos e quatro meses de prisão. Há um total de 529 incidentes que demonstram como a comunidade católica tem vivido efectivamente tempos negros de perseguição na Nicarágua.

Fecho da embaixada Santa Sé

Sinal da degradação da situação é também o facto, descrito igualmente no relatório, da ruptura das relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Nicarágua. Como a Fundação AIS já noticiou, a Santa Sé deixou de ter representação diplomática com a saída, em 17 de Março, de Monsenhor Marcel Diouf, encarregado de negócios, que ocupava o lugar deixado vago pelo núncio apostólico, ou seja, o embaixador do Vaticano, D. Waldemar Stanislaw Sommertag, que tinha sido expulso do país em 12 de Março 2022. O encerramento da Sede Diplomática do Vaticano fora pedido pelo governo nicaraguense sete dias antes, a 10 de Março, na sequência de declarações do Papa Francisco a um ‘site’ argentino. Nessa entrevista, o Santo Padre falava do “desequilíbrio da pessoa que lidera” a Nicarágua, referindo-se a Daniel Ortega e descrevia o país como sendo uma “ditadura grosseira”, comparando-a à tirania soviética de 1917 e à de Hitler, em 1935. Com a saída do último representando do Vaticano da Nicarágua, o edifício da Nunciatura Apostólica e os seus bens e arquivos foram confiados à representação italiana, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. O fecho da embaixada foi o culminar do afastamento nas relações entre os dois Estados.

quinta-feira, 11 de maio de 2023

SILERE 37

«… o trabalho artístico complementa a beleza da criação e, quando é inspirado pela fé, revela mais claramente às pessoas o amor divino que está na sua origem. » ( Papa Francisco)        

 

                      SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

              “Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

 

                      Carta aos meus amigos – nº 37            

                               BRAGA , 11 – Maio - 2023

 

   

 

+

PAX

 

«Como dizia São João Paulo II na sua Carta aos Artistas, que vos convido a reler com atenção, «para transmitir a mensagem que Cristo lhe confiou, a Igreja tem necessidade da arte. De facto, deve tornar percetível e até o mais fascinante possível o mundo do espírito, do invisível, de Deus. Por isso, tem de transpor para fórmulas significativas aquilo que, em si mesmo, é inefável. Ora, a arte possui uma capacidade muito própria de captar os diversos aspetos da mensagem, traduzindo-os em cores, formas, sons que estimulam a intuição de quem os vê e ouve». ( cf. Papa Francisco “ Discurso aos membros da Associação « Diaconie de la Beauté»,17.II.22)

 

 

   Desculpem-me, por favor, os meus caros Amigos-leitores voltar à DIACONIA DA BELEZA como caminho do anúncio de Deus a um mundo pós-cristão e pós-humanista, “ intoxicado” de erotismo ( homo e hétero ) que não é capaz de pensar sobre a Beleza do criado e, consequentemente, do Criador, a Beleza incriada, tão conspurcada anda a sua mente. Como pode o homem contemporâneo apreciar a Vénus de Milo, um bailado do Bolchoi, a Capela Sistina, um Anjo barroco desnudo e tantas outras obras de Arte idênticas que nos remetem, pela sua harmonia ou equilíbrio de formas para a perfeição da obra de Deus? A VIA PULCHRITUDINIS, o caminho da Beleza, remete-nos para perfeição das obras que nos encaminham para Deus  e só mentes perversas e poluídas pelo erotismo pornográfico que invadiu todos os espaços físicos e mentais da contemporaneidade se atrevem a ver o que não é.

 Em Braga, está a decorrer o 9º FESTIVAL INTERNACIONAL DE ÓRGÃO, um longo caminho que já, há várias edições, atingiu um nível que o catapultou a um dos maires eventos musicais organísticos da Europa. Tenho a certeza de que o Festival referido, poderia “ caber” em Salzburgo, Viena, Amesterdão, Bayreuth e noutros grandes centros musicais do mais alto nível. Quando escrevo “ do mais alto nível” estou a referir-me obviamente à altíssima qualidade dos intérpretes, da pluralidade de combinações vocais, instrumentais e bailado ( neste festival que está quase a chegar ao seu fim).

  Todos os festivais de órgão, têm tido uma curiosidade: cada edição é temática. Recordo, por exemplo, o tema “ O órgão e os seus primos”. No de 2023 é mote, “ o órgão e a dança”. Genial esta ideia de mostrar ao público melómano que a dança  é intrínseca e audível quando o órgão “ dança” com outros instrumentos, como foi o caso do Bandolim ou com crianças que exibiram os seus dotes de futuros grandes bailarinos com a candura de que só as crianças são capazes e respeito pelo lugar onde decorreram as suas magníficas exibições. Como se poderá ver outra coisa que não somente arte nestes curtos bailados da inocência que , falo por mim, me ajudaram a aproximar de Deus que dotou estas crianças do dom de nos encantar com movimentos puros, harmónicos e equilibrados do seu corpo?

 

   Caros Amigos-leitores como se pode ser encaminhado para a oração, diálogo com Deus, quando nos impingem cançonetas “ meladas” , ocas e bamboleantes  ou nos obrigam a ver paramentos litúrgicos dignos, somente, de um desfile de Carnaval ou nos “ oferecem” desfiles cansativos e sem sentido, por exemplo, em alguns Ofertórios “ solenes”?  É este o caminho da Beleza?

   O  FESTIVAL INTERNACIONAL DE ÓRGÃO de Braga é, tem de ser entendido assim, já como um verdadeiro património imaterial da humanidade. Braga sabe disso? Os bracarenses já se aperceberam deste grande evento que honra quem o organiza , apoia e o frequenta? Os putativos mecenas já se deram conta do valor acrescido que traz a Braga ,a nível mundial, este evento?

  Se os meus Amigos-leitores podem aceder aos programas das edições anteriores, lerem os excelentes cadernos distribuídos em cada Festival e ouvirem os CD`s que foram editados, podem constatar que o que escrevi não é um exagero!

  E, para terminar esta minha Carta, os frequentadores dos diferentes concertos, já pensaram no imenso trabalho que dá organizar um Festival como este, no dinheiro que é despendido e que… as entradas são gratuitas quando para qualquer “ concerto” de ruído as entradas são bem caras e têm publicidade gratuita dos grandes meios de comunicação social que ignoram este FESTIVAL INTERNACIONAL DE ÓRGÃO de Braga?

   Como me posso calar quando oiço críticas desajustadas à realidade deste grande evento musical?

  A Arte tem inúmeras linguagens ( cada época tem a sua linguagem) e nenhuma é, em si, perversa se não for perversa a mensagem que propõem à nossa contemplação.

   Não me posso calar!

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes

    

PEQUENOS LUZEIROS!

                                                                                                                   NÃO DUVIDES! PEQUENOS LUZ...