«Deus nos chama é
nossa a hora,
Alerta pela Cruz!
Almas bravas de
soldados,
Senhor, já surgem de além,
E há caminhos não
andados
Que esperam por alguém.
Em nós, acendei em
nós, ó Deus,
Flamas de um nobre ideal…» (Hino da
Acção católica)
SILERE NON POSSUM
(Não me posso
calar – Sto Agostinho)
“Para destruir um povo é preciso destruir as suas
raízes.” (Alexandre
Soljenitsyne)
Carta aos meus
amigos – nº 39
BRAGA , 25 –
Maio - 2023
+
PAX
«Deus
nos chama é nossa a hora,
Alerta pela Cruz!
Almas bravas de soldados,
Senhor, já surgem de além,
E há caminhos não
andados
Que esperam por alguém…»
Desculpem-me os meus caros Amigos-leitores desta
minha Carta ser muito “ revivalista”. De facto, fui buscar ao meu passado
memórias que me foram gravadas e de nunca me esqueço. Quem, da minha idade ou
próximo, não se lembra do belíssimo poema popular da “ BARCA BELA” que estava no
livro da então chamada “ 3ª Classe” do ensino primário? Não sei se o escultor
do monumento, tão rico e cheio de significado, que é o monumento aos
Descobrimentos, época que nós, os portugueses, nos devemos (ou deveríamos?)
orgulhar e que hoje o Pensamento Woke quer fazer “ resert”, como tal nos
enchesse de opróbrio! Não houve já quem propusesse a sua demolição? Sem
vergonha e sem memória essa gente que “ manda” em nós e quer demolir (“
desconstruir”) o nosso passado. Se “ não há machado que corte a raiz ao
pensamento” também não podemos admitir que haja machados que cortem a expressão
, por qualquer meio, desse mesmo pensamento e de que não faltam já exemplos de
censura explícita e implícita. Um exemplo: o famigerado selo do Vaticano
celebrativo da Jornadas Mundiais da Juventude, inspirado no já citado monumento
aos Descobrimentos que abriram o conhecimento de novos mundos e levaram a Fé a
todos os cantos da Terra, malgrado erros e exageros que se cometeram e que, hoje,
se continuam a cometer com outras roupagens, é bom não o esquecer. “ Pobre país este, cuja grande aventura na História é objecto
de polémicas e de censura! E pobre Vaticano, que agora navega ao sabor das
redes sociais.” (in Nascer do Sol,19.V.23)
Como éramos felizes e, muitos jovens do tempo
em que cantávamos aquele hino, estávamos cheios de Fé, felizes e com horizontes
de vida!
…. No selo… do meu ponto de vista, olhando e
revendo o poema acima copiado, a que ainda adiro sem reservas, o Papa, devia
corresponder ao Piloto e Jesus Cristo, à frente, o general! Estaria mais
correcto. E os jovens, quais anjos, convidados e representados a fazer o
esforço de remar. E Nossa Senhora, ausente do selo, estaria no barco. Enfim, o
meu entendimento.
Transcrevi,também, intencionalmente, parte do
hino da Acção Católica Portuguesa, nascida em 1933 pela mão do Cardeal
Cerejeira, grande escola preparatória do apostolado laical destruída sem se ter
o cuidado de a substituir, o que seria muito difícil. O seu projecto para a
acção resumia-se a três verbos de uma imensa actualidade: VER + JULGAR + AGIR. Um
hino dinâmico. É Deus que nos chama, não a deusa“ Mãe Terra” pagã. É a hora,
sim é agora o “ tempo favorável”. Tantos caminhos que andados em tempos
deixaram de ser andados e que a maioria dos jovens já não identifica ou nem
vislumbra, por lhes terem “ morto” Deus feito Homem em Jesus Cristo: Caminho,
Verdade e Vida. O caminho que deveríamos convidar a trilhar. O único Salvador
de que tantos estão á espera sem saber por quem estão à espera. Será preciso
inventar novas “ tretas” para anunciar o Caminho a trilhar? São estes os
caminhos ainda não andados.
E para terminar, em Carta de memórias, recordo
o hino da JEC ( Juventude Escolar Católica) que tanto me marcou e a quem tanto
devo, que começava assim:
“Ó jecista
lança as redes
Vai pescar
para o Senhor!
Leva no
barco contigo
O teu bom
e doce Amigo…”
Retiro e sublinho, pela
sua perene actualidade, as ideias contidas nestas palavras cheias de vigor e
entusiasmo: LANÇA AS REDES + VAI PESCAR + LEVA … O TEU
BOM E DOCE AMIGO. Um convite. Uma convocatória. Um repto. Será preciso
inventar mais?
Em
nós, acendei em nós, ó Deus
Flamas
de um nobre ideal…
… Faltam-nos
chamas de nobres ideais!
Posso ficar
calado?
Silere
non possum!
Carlos Aguiar Gomes
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