EUTANÁSIA
…OU O COLAPSO DE UMA CULTURA!
SILERE NON POSSUM
(Não me posso
calar – Sto Agostinho)
“Para destruir um povo é preciso destruir
as suas raízes.” (Alexandre
Soljenitsyne)
Carta aos meus amigos – nº EXTRA
BRAGA , 15 ( DIA
INTERNACIONAL DA FAMÍLIA) – Maio - 2023
+
PAX
EM DEFESA DA VIDA HUMANA
Num
momento histórico bem lamentável, Portugal, acaba de legalizar a EUTANÁSIA.
Triste sinal de um grande retrocesso
civilizacional neste período da nossa História!
Portugal, país pioneiro na abolição da pena de morte,
reintroduz esta em moldes diferentes no nosso ordenamento jurídico. E com um
Chefe de Estado que se diz católico! Quando a lei iníqua que liberaliza a
Eutanásia for promulgada, associar-se-á sempre esta ao Chefe de Estado que apaga
a sua consciência ( será mesmo?) em favor da Constituição que, neste momento, rege o
nosso país, e como todos sabemos, uma Constituição , sendo importante, é
alterável pelo Parlamento e vale para um determinado período histórico preciso
enquanto não for alterada ( Portugal já teve várias Constituições e todas foram
sendo alteradas mais ou menos profundamente). E depois, temos de nunca esquecer
que “ nem tudo o que é legal é moral”- recordemos que, por exemplo, a
escravatura e a sua existência era legal ou que a pena de morte foi igualmente
legal…
O que deveria fazer Marcelo? Não promulgar e renunciar ao
mandato como indicador da coerência e sintonia com a sua consciência. Esta é bem mais superior
ao que diz a Constituição! A nossa consciência é o nosso guia superior e com o
qual teremos de ter uma relação de respeito coerente. Foi o exemplo que nos
legou o Rei Balduíno da Bélgica. Marcelo ficaria na História por uma razão de
alto significado moral. Assim, a História vai lembrá-lo como indivíduo
oportunista e, desculpem-me os camaleõs, como um camaleão humano que se adapta
ao meio para se “ safar” e ficar numa selfie da História integrado no ambiente
deletério que caracteriza este nosso
hoje. Tenho pena profunda do meu país!
E nós, os eleitores pró-vida que fizemos e
que vamos fazer? A luta pelo DIREITO À VIDA não acabou.
… Mas como
todas as leis podem ser alteradas e abrogadas, assim os nossos representantes (não
os escolhemos para se representarem a si próprios, é bom nunca o esquecer)
assim o decidam um dia. Deixo aos meus Amigos-leitores e eleitores , para
batalhas próximas-futuras, um elenco de 12 razões para não aceitar a legalização
da Eutanásia e nos guiar e ajudar, diariamente na nossa luta:
12 motivos para dizer não à eutanásia e sim aos cuidados paliativos
«(Equipa
Sempre Família)
11/01/2019
Assim
como o aborto, a eutanásia é outro assunto que envolve a polémica questão:
somos nós quem devemos decidir sobre quando alguém nasce ou morre? Temos esse
direito? A resposta parece óbvia, mas por conta das constantes investidas pela
legalização da eutanásia na França (e em vários outros países do mundo), mais
de 175 associações especializadas em cuidados paliativos assinaram um manifesto
em que resumem sua posição a favor de cuidar das pessoas que estão na fase
final da vida.
1. Todos
devem viver com dignidade até o fim de sua vida
Toda pessoa, independentemente do seu estado de saúde, possui uma
dignidade única e particular. Mesmo nas situações mais difíceis e menos
desejáveis, as equipas de cuidados paliativos colocam todo o seu coração e
experiência para proteger a dignidade dos pacientes. Ao contrário disso, a
opção pela morte não garante essa dignidade e implica numa renúncia à condição
humana.
2. A lei deve proteger os mais vulneráveis
As
nossas decisões pessoais têm sempre uma dimensão coletiva, especialmente quando
requerem a intervenção de terceiros, como na eutanásia. Acelerar e confrontar a
morte é um comportamento anormal e solitário de alguns tipos de pessoas como
idosos e pessoas que sofrem com alguma doença degenerativa, por exemplo, que
sentem esse desejo ao perceber o mundo em que vivem e que as apresenta como um
fardo para a sociedade.
3.
A proibição de matar fundamenta a nossa civilização
A
ideia de “matar em alguns casos” ou “sob certas condições” deve sempre ser
rejeitada mesmo que seja somente pelo princípio básico da prudência. A nossa
civilização progrediu ao eliminar as excepções à proibição de matar (vingança,
duelos, pena de morte). Legalizar a eutanásia significaria dar um passo atrás.
4. Pedir
a morte nem sempre significa querer morrer
Pouquíssimos
pacientes dizem que querem morrer, ainda mais quando são bem tratados e
acompanhados. Além disso, quando eles pedem a morte, muitos querem expressar
algo muito diferente da vontade de morrer. Pedir a morte significa quase sempre
não querer viver em condições tão difíceis. Pedir a morte porque se está
sofrendo é realmente uma escolha livre? Diferente disso, os cuidados paliativos
restauram a liberdade do paciente no final de sua vida, controlando tanto a dor
quanto o sofrimento mental.
5. O
fim da vida ainda é vida.
Ninguém pode saber o que os últimos dias nos
trarão Mesmo nessas situações difíceis, muitos pacientes vivem momentos
extraordinários e importantes. Alguns descobrem nessa fase que a bondade
existe, outros passam a valorizar os seus entes queridos, há aqueles que se
reconciliam com algum amigo ou familiar, etc. Acelerar a morte privaria esses
últimos e imprevisíveis momentos da condição humana.
6. Descriminalizar
a eutanásia iria impor ao paciente e sua família a obrigação de considerar a
ideia
Será
que realmente queremos, no futuro, considerar a oportunidade de acabar com o
sofrimento pessoal ou com a vida dos nossos entes queridos? Será que realmente
queremos perguntar-nos, depois de um diagnóstico sério, sobre a injeção letal?
Ou então imaginar os nossos entes queridos interrogando-nos sobre isso quando estivermos sofrendo numa cama de hospital?
7. Os
cuidadores devem cuidar, não matar
A
vocação específica dos cuidadores é prestar cuidados, dentro de uma relação de
confiança com a pessoa doente. Matar destrói este contrato de confiança e anula
o código de deontologia médica (conjunto de normas éticas que todo médico deve
respeitar).
8. Pesquisas
de eutanásia referem-se a opinião de pessoas saudáveis, não doentes
A
partir de pesquisas, afirma-se que a sociedade está preparada para admitir a
legalização da eutanásia. No entanto, ninguém pode projetar-se para o final de sua
vida e dizer que sabem o que realmente gostariam naquele momento. De facto, as
pesquisas não levam em conta a palavra dos pacientes terminais.
9. Errar
numa decisão por eutanásia seria um erro médico irreparável
Países
que não revogaram a pena de morte têm sério problemas judiciais. No caso da
legalização da eutanásia, nenhum paciente poderá reclamar de erro de
diagnóstico, desconhecimento dos tratamentos existentes ou do verdadeiro motivo
pelo qual o paciente pediu para morrer (lembrar do motivo número 4: pedir a
morte nem sempre significa querer morrer). Você poderia admitir esse risco?
Diante de situações difíceis, o que é preferível: o risco de viver um pouco
mais quando estamos cansados da vida, ou o risco de morrer quando ainda
queremos viver?
10. Legalizar
a eutanásia generaliza o acto e não evita ultrapassar os limites
A
experiência mostra que a legalização está levando os limites legais da prática
a níveis extremos, como a eutanásia de menores ou pessoas que sofrem de
transtornos mentais. Os abusos crescem em países que legalizaram a eutanásia
(por exemplo, o clandestino é três vezes mais comum na Bélgica do que na
França).
11. Os
cuidados paliativos devem ser prestados a todos
Os
cuidados paliativos devem estar acessíveis em todos os lugares e para todos.
Eles são um direito do paciente e, actualmente, muitos deles não recebem os
cuidados paliativos quando precisam.
12. O
cuidado paliativo é incompatível com a eutanásia e o suicídio assistido
A
legalização da eutanásia e do suicídio assistido deriva da demanda por
autonomia. O cuidado paliativo combina a ética da autonomia com a ética da
solidariedade colectiva. Ele previne e alivia o sofrimento, enquanto a
eutanásia visa acelerar a morte intencionalmente. Cuidados paliativos são
tratamentos, a eutanásia é um ato mortal.
(Leia mais em:
https://www.semprefamilia.com.br/defesa-da-vida/12-motivos-para-dizer-nao-a-eutanasia-e-sim-aos-cuidados-paliativos/
)»
Perante esta lamentável decisão do Parlamento português
e o que se espera do Chefe de Estado, não me posso calar. Não devo calar. Não
quero calar. Não me calarei enquanto Deus me der vida e capacidade de me
exprimir. Também não me limito a “ lamentar” a dita aprovação. Repudio e tiro
as devidas e lógicas ilações políticas e tudo farei , como até agora, para
intervir sempre pelo respeito da VIDA HUMANA sobretudo quando esta é vítima da
grande falta de AMOR, que erotizado e descartável, se tornou num vago sentimento
de posse, de exploração altamente poluído e efémero. Do Amor limparam a dimensão
do ÁGAPE, porém, o AMOR sem esta dimensão essencial não passa de um jogo de
exploração do outro.
A legalização pelo Parlamento
português da Eutanásia é mais um sinal enviado ao povo eleitor de que aqueles
que dizem representar-nos não nos querem ouvir, não querem respeitar o nosso
modo de ser. Infelizmente, também não quiseram dar ouvidos a entidades
altamente credenciadas como a Ordem dos Médicos ou a dos Enfermeiros que se
pronunciaram contra este acto legislativo indigno que o nosso Chefe de Estado vai
avalizar. Antes uma demissão presidencial, sinal de protesto, que a promulgação
de uma lei iníqua. Triste sinal destes tempos de podridão moral! De colapso
civilizacional e de retrocesso cultural .
Não me posso calar!
SILERE NON POSSUM!
Carlos Aguiar Gomes
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