quinta-feira, 18 de maio de 2023

SILERE 38





«Que Santa Maria, Mãe da Vida, guie os nossos passos e nos encha de vigor para promover a dignidade da pessoa humana, desde a sua concepção até à sua morte natural.»

                     SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

              “Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

 

                     

                     Carta aos meus amigos – nº 38            

                               BRAGA , 18 – Maio - 2023

 

   

 

    +

PAX

 

 

    Desde 1975, pelo menos, que  travo uma luta pelo DIREITO À VIDA, contra o Aborto, nomeadamente. Frequentemente sinto-me fatigado e repetitivo. Há tantos anos, em artigos, em palestras, debates,  conferências ou programas de rádio a dizer o mesmo: a vida humana começa na concepção, um facto científico e que antes desta não há vida humana mas células humanas (o óvulo e o espermatozoide) mas que a junção destas forma um ser uno , único e irrepetível e que tem o direito primeiro e fundamental de o deixarem viver. É esta uma verdade científica e negá-la é uma mentira e uma recusa obscurantista que a ignorância ou preconceitos ideológicos defendem. Sei, tenho a certeza, que a Ciência está do meu lado e de todos os que, como eu, e somos muitos, a defender esta verdade da Biologia.

  Se estou cansado, e é um facto, sinto-me espicaçado a “ voltar à carga” na defesa dos mais débeis entre os débeis, todas as vezes que os defensores da chacina intra-uterina dos bebés por nascer, que são muitos e dispõem de meios poderosos ao seu dispor, se manifestam em todo o lado, dos Parlamentos aos jornais e revistas ou outros meios de comunicação. Se eles se repetem , sem novidades, incansavelmente, por que razão eu deveria ficar calado e , também esgrimir argumentos a favor da vida humana e ainda por cima com a Ciência do meu lado, mesmo que de cada vez que o faço, me repita: a VIDA HUMANA começa precisamente na concepção e defender a sua “ interrupção” é uma mentira infame, pois uma vida interrompida morre e não volta à vida.

   Os “ descontinuadores” da vida humana ou defensores do Aborto ( também da Eutanásia!) não se fatigam de se repetirem, usando sempre os mesmos argumentos. Como posso claudicar perante esta “ guerra” contra o Direito à Vida mesmo, tal como outros, correr o risco de me repetir?

  Assim, nesta Carta, três dias depois de celebrarmos o DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA ( 15 de Maio), berço da humanidade e tão atacada neste momento histórico da nossa civilização, irei divulgar um extracto de uma Nota Pastoral dos Bispos de Espanha sobre a Lei do Aborto neste país e a posição do Tribunal Constitucional sobre a constitucionalidade de ser considerado um direito constitucional espanhol o “ Direito ao Aborto” ( 9 de Fevereiro de 2023), apoiando a construção de um novo paradigma civilizacional “ desconstruindo” o naturalmente vigente de que a Vida Humana começa na concepção.

   Face à nova posição do dito Tribunal Constitucional, os Bispos espanhóis escreveram:

« … Defendemos a dignidade de cada pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, independentemente da sua idade, raça, estado de saúde.

1.      Só se poderia afirmar o direito ao aborto no caso de o embrião ou o feto não fossem nada; mas, o não nascido não é uma coisa, é um ser humano. Assim, qualificar como direito a eliminação de modo voluntário da vida de um ser humano inocente é sempre moralmente mal. Com esta lei, o ser humano nos primeiros momentos da sua existência é um verdadeiro sem papéis, candidato à expulsão do ventre materno.

2.      Queremos reiterar o nosso apoio incondicional às mulheres que sofrem as consequências de uma gravidez não desejada, oferecendo-lhes a ajuda eficaz da Igreja, através de tantos programas e associações, recordando-lhes que a morte do filho que trazem no ventre nunca é a solução para os seus problemas.

3.      Recordamos outra vez que com esta lei os direitos e obrigações do pai do não nascido ficam inibidos e censurados.

4.      Lembramos que, com resoluções como esta que acaba de ser aprovada, o  “ direito” deixa de o ser porque não está já fundamentado solidamente na inviolável dignidade da pessoa, mas submetido à vontade do mais forte. Deste modo a democracia, malgrado as suas regras, segue um caminho de totalitarismo fundamental (S. João Paulo II, in “ Evangelium vitae”,nº20).

5.      Convidamos os profissionais de saúde a exercerem o seu direito à objecção de consciência, já que “leis” deste tipo não só não criam nenhuma obrigação de consciência, mas, pelo contrário, estabelecem uma grave e precisa obrigação de se lhes opor mediante a objecção de consciência ( id. nº 73) .

6.      Animamos todos os membros do povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade a recusar qualquer atentado contra a vida, seja trabalhando com valentia e criatividade por instaurar a tão necessária cultura da vida. Seria muito grave  ficarmos de braços cruzados pensando que já nada se pode fazer.

Que Santa Maria, Mãe da Vida, guie os nossos passos e os encha de vigor para promover a dignidade da pessia humana, desde a sua concepção até à morte natural.»

   Firmes, claros e precisos, os Bispos espanhóis também não se sentiram repetitivos e cansados de afirmar o que já têm feito em inúmeras ocasiões  o que acabei de transcrever. Deram-me ânimo para me repetir pela enésima vez. E não continuarei calado. E repetirei as vezes que forem necessárias o que é a verdade e denunciar o crime mesmo quando a “lei” o não reconheça como tal.

  Na realidade, nem tudo o que é legal é moral!

«Que Santa Maria, Mãe da Vida, guie os nossos passos e os encha de vigor para promover a dignidade da pessoa humana, desde a sua concepção até à morte natural.»

 

   Não me posso calar!

 

SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes

 



 


 

 

 

 

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