EDUCAR OS FILHOS :
A
LIBERDADE DE ESCOLHA
Não se pode deixar de incentivar o debate em
torno de uma questão de liberdade, da liberdade de os pais poderem escolher
como é que querem educar os seus filhos, sem ter o Estado omnipresente a tutelar
e a guiar os referidos cidadãos,
como se estes não fossem capazes, pelo menos a maioria, de saberem o que querem
para e no processo educativo da sua prole. É um tema “ fraturante” na nossa
sociedade, onde assomos de totalitarismo ainda são bastante visíveis/audíveis.
Não podemos nem devemos afastar-nos dessa questão, pois dela e nela depende o futuro.
Assim , para ajudar na reflexão ,
deixamos um conjunto de pistas ,
elaboradas de forma facilitadora da sua análise. Aqui vão:
1.
A liberdade de os Pais poderem
escolher o tipo de educação a dar aos seus filhos NÃO é um direito concedido
pelo Estado. É um direito NATURAL.
2.
Os pais, o pai e a mãe, são os
PRIMEIROS, PRINCIPAIS e INSUBSTITUÍVEIS educadores dos filhos. Só a eles, e a mais
ninguém, assiste o direito de escolher os valores morais, filosóficos, estéticos
e espirituais que querem para os seus filhos.
3.
O papel do Estado não é substituir os
pais, mas o de criar condições para que os pais possam encontrar respostas para
as sua competências primeiras de educar os filhos num modelo de qualidade e exigência PARA
TODOS. Caso contrário, é o princípio da SUBSIDARIEDADE a ser maltratado.
4.
O Estado não pode nem deve substituir
os pais, mas contribuir, como um apoio complementar
de oferta na igualdade.
5.
Além disso, não se pode correr o
risco de transformar o Estado ( Ministério da Instrução/Educação ) em educador
do povo. Tal visão é de Estados
totalitários que se arrogam o direito, que não têm, de legislar sobre o modo, o
como e o porquê da educação das crianças e jovens de um país.
6.
Num país em que o Estado não cria as
condições gerais e básicas, em IGUALDADE de oportunidades, de serem os pais a
decidir em que modelo pedagógico querem educar os filhos, é um país condenado a
ter gerações de pensamento único que ninguém deseja.
7.
Todos sabemos que NENHUMA EDUCAÇÃO É
NEUTRA , mesmo quando exercida por educadores que se esforçam por serem
neutros, o que é impossível.
8.
Todos sabemos que a educação , toda ela, é “ atmosférica “, isto
é, todo o ambiente educativo DEVE estar impregnado por valores idênticos e
todos os momentos de convívio ou de aprendizagem são momentos educativos.
9.
Numa sociedade democrática, por
consequência plural, NÃO SE PODE ADMITIR A NINGUÉM que tolha ou impeça e não dê condições de liberdade de escolha do
projecto educativo para os filhos, em total igualdade de oportunidade.
10. Sabendo todos nós que afirmar que o chamado ensino público é gratuito, é
uma MENTIRA pois que são TODOS os contribuintes que o pagam com os seus
impostos. Portanto, não há escolas gratuitas ( os professores e todos os outros
trabalhadores auferem os seus ordenados , a manutenção das escolas, a luz, o
gás ou a água são todos pagos com o dinheiro unicamente saído dos nossos
impostos).
11. Sabendo todos que os pais que decidem educar os seus filhos com o apoio do chamado “ ensino
privado” pagam o dobrar: pagam o ensino que não frequentam no uso do seu
direito fundamental que lhes é roubado, e pagam o ensino onde acham que devem
colocar os filhos . Estes pais são penalizados duplamente.
12. Se uma sociedade democrática é
plural por natureza, como se pode aceitar que haja liberdade de escolher o
partido político onde se deseja votar, se pode escolher o canal e neste o
programa de televisão que se quer ver, se compra o jornal que se quer e quando
se quer, ou se pode escolher a religião que se quer ou não ter religião
nenhuma, como se pode admitir que a LIBERDADE DE EDUCAR seja dificultada e só
para os ricos. Uma sociedade assim, é discriminatória, elitista e promove a
segregação entre os seus cidadãos em nome de querer um ESTADO EDUCADOR DO POVO!
13. Não queremos nem podemos admitir
uma sociedade perseguidora da liberdade de pensamento e da pluralidade de
modelos pedagógicos. Nem uniformizadora do futuro ( as crianças e jovens não
são propriamente “ frangos de aviário”!).
14. Não queremos uma sociedade tenha escolas para ricos e pobres.
15. Queremos, isso sim, que sejam dadas iguais oportunidades aos pais ricos e
pobres de ESCOLHA das escolas onde desejam que seus filhos prossigam o modelo
educativo da família.
16. Queremos que o Estado gira com competência e justiça social o nosso
dinheiro que pontualmente nos saca mas que se recusa a ouvir a nossa voz de
liberdade e da igualdade.
17. Queremos que os gestores da coisa pública nos digam quanto custa cada
aluno , de cada ciclo, com rigor e em cujo cálculo estejam todas as variáveis ,
como a construção dos edifícios e a sua manutenção, ou as despesas correntes
que sabem muito bem e facilmente calcular.
18. Queremos que o valor acima encontrado seja entregue às escolas, de
qualquer titularidade, para gerirem, tornando TODO o ensino gratuito e aos pais
não seja pedido outro valor.
19. Queremos que o ministério da tutela
acautele o nível geral de
exigência e de qualidade, nomeadamente em áreas fundamentais como a língua
materna, a história e geografia do país e as noções essenciais e seu domínio da
matemática, nomeadamente. Princípio a ser aplicado com rigor, em todas as
escolas , já que é o dinheiro dos cidadãos que está em jogo.
20. A terminar , transcrevemos o Art. 26º.3 , da Declaração Universal dos Direitos Humanos:”Aos Pais pertence a prioridade de
escolher o género de educação a dar aos filhos “.
É o teor deste artigo da citada Declaração Universal que queremos
e exigimos seja aplicado, a bem do respeito por TODOS os pais e pela igualdade
que deve caracterizar toda a democracia. Também a nossa.
Carlos Aguiar Gomes
Carlos Aguiar Gomes
( O autor não usa o chamado Acordo Ortográfico)
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