domingo, 11 de novembro de 2018

" ... E NÃO ACEITO"


 

 
“…De modo que é chegada a hora de enfrentar cultural e civicamente o fanatismo do politicamente correcto. É uma questão de liberdade. Liberdade para não gostar de touradas. Mas liberdade para gostar. Liberdade para não gostar da caça. Mas liberdade para gostar. Algo que não se pode decidir por decreto nem por decisões impostas por maiorias tácticas e conjunturais, Não é democrático. Para mim, que sou um velho resistente, cheira a totalitarismo. E não aceito.” ( Manuel Alegre em Carta ao Primeiro Ministro ).

Eu também não aceito, de modo algum, a ditadura venha ela por decreto ou por revolução, e tenho a experiência de ter vivido num regime autoritário que não era do meu gosto.

… Muito menos quando as minorias impõem, por voto favorável de “ idiotas úteis” que morrem de medo de “ perder o comboio” do “ politicamente correcto”.

Manuel Alegre, que ninguém pode acusar de defensor de regimes autoritários, foi claro e frontal nesta sua carta em defesa da liberdade ameaçada. A ameaça da chegada de uma nova modalidade de “ democracia”: a democracia do gosto, imposta por grupúsculos que querem apagar a memória de Portugal e o gosto de um povo que ama touradas e a caça. Não somos um povo de “ vegans” ou de “ animalistas” mas compreendemos que haja quem não coma nada de animal. Porém, não podemos admitir que nos imponham o seu gosto.

Não sou nem nunca fui caçador, mas admito que haja pessoas que o são por desporto. Aliás, se a caça for bem gerida, a economia, o turismo e, até, a ecologia agradecem. E a carne de caça é muito boa! Assiste-me o direito de comer perdiz, lebre ou javali!

Gosto de ver uma boa tourada, sobretudo as “ pegas”. Gosto e não admito que alguém venha interferir no meu gosto. Era o que faltava! Aliás, nunca interferi nem tenciono interferir no gosto dos que não gostam de touradas. Posso dizer-lhes que não as vejam se o espectáculo os incomoda ( eu também não oiço ou frequento concertos de jazz porque … não gosto, mas nunca poderia opor-me – era o que faltava – a que se proibisse esse género musical).

Manuel Alegre tem todo o direito a declarar a sua indignação contra a política  cultural do gosto. Em regime de liberdade, como diz o nosso povo, “ o gosto é com cada um”.

Como podem partidos políticos democráticos querer impor directa ou indirectamente a “ política do gosto”? Esta atitude tirânica, abre a porta para novas medidas repressoras baseadas no gosto, ou em paradigmas estéticos ou afectivos de minorias ou de … maiorias!

… E já agora, já estarão estes cérebros a pensar abolir o nosso “ Arroz pica no chão” ou as “ Papas de sarrabulho” ou o queridíssimo “ Leitão da Bairrada” ou … ?

Cuidado, a polícia do gosto anda por aí! Cuidado, caros concidadãos.

Carlos Aguiar Gomes

 

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