domingo, 25 de novembro de 2018

HOLODOMOR - um genocídio


                                                                        HOLODOMOR
 
                                                               Um GENOCÍDIO na Europa
 

No “Diário do Minho” de Sábado, dia 24, vi com agrado/tristeza a realização de um encontro sobre o genocídio perpetrado pelo regime estalinista em 1932/33.

Agora vou dizer porque foi com agrado: é um dever moral não deixarmos calar ou esquecer uma brutalidade cometida contra um povo inteiro, matando-o de forma miserável pela fome. Este processo, segundo alguns historiadores, começou já em 1929 com a destruição dos intelectuais ( aconteceu o mesmo em Katyn com as elites polacas) e da igreja ucraniana. Depois foi a colectivização pela violência com fuzilamentos e deportações dos camponeses. Seguiu-se o arresto, pela força,  de toda, absolutamente toda, a produção cerealífera ( sabemos que a Ucrânia era considerada o celeiro da Europa) e de todas as reservas alimentares dos camponeses. Todas as casas , arrecadações e esconderijos foram vasculhados com minúcia militar. Foram fechadas todas as fronteiras da Ucrânia, os acessos às cidades e  às estações dos caminhos -  de -  ferro. Foi interdita a “ ucranização” , forçando, assim, o assassínio da nação e  foi o  HOLODOMOR que significa “ assassinar pela fome”. Foi um autêntico genocídio dos camponeses que eram resistentes ao comunismo e à sovietização do seu país. Teriam sido mortos, sobretudo, pela fome imposta severamente, mais de sete  milhões de ucranianos. E quantos foram deportados para a Sibéria, para trabalhos forçados, onde morreram, só por terem sido “ apanhados” com 5 ( cinco) espigas de trigo?

A  ONU reconhece este crime tremendo como  “ tragédia nacional para o povo ucraniano” e o Parlamento Europeu  “ reconhece o Holodomor” como um crime inqualificável perpetrado contra o povo ucraniano e contra a humanidade” e mais de vinte estados  reconhecem como autêntico genocídio o HOLODOMOR.

Por isso, foi com agrado que vi que este genocídio foi lembrado em Braga com o apoio do Município. Um agrado banhado em profunda tristeza.

Tive uma grande tristeza de, ao saber daquela sessão já depois de ela ter decorrido, não ter tido a oportunidade de dar a minha solidariedade pois não tive conhecimento de que iria ocorrer. Fiquei triste.

Ia o meu artigo sobre o HOLODOMOR aqui, neste ponto, quando recebi o convite para estar na igreja da Lapa, em Braga, na cerimónia religiosa evocativa deste genocídio. Obviamente que aceitei e participei nas cerimónias que, não as acompanhei com palavras por não saber ucraniano, as acompanhei, profundamente emocionado com toda a minha alma, alma de português, de europeu ( a Ucrânia é Europa) e, sobremodo, de cristão a quem o sofrimento alheio não passa indiferente. E transmiti este meu sentimento de comunhão na evocação destes mártires do século XX.  Aquelas vítimas da malvadez humana, cristãs como eu, com o mesmo baptismo e, por isso, são meus irmãos em Jesus Cristo.

 Foi-me dada a oportunidade de expressar publicamente no final desta bela cerimónia com cânticos que me fizeram rezar malgrado, como já o referi, não conhecer a língua em que eram tão espiritualmente bem cantados, o quanto me sentia em comunhão e comprometi-me a de que tudo faria, no que estivesse ao meu alcance, para me unir ainda mais às vítimas da ferocidade que a Ucrânia viveu  durante a ocupação soviética e, de modo particular, nas que fazem parte do rol imenso que foram massacradas no chamado genocídio do HOLODOMOR.

Paz às suas almas!

… E este meu artigo alterou a sua rota! Deus lá sabe o que me fez!

Carlos Aguiar Gomes

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