Pluralismo, Liberdade e Democracia
Mário
Cunha Reis*
Entende-se por “pluralismo” o
reconhecimento de que num sistema político podem coexistir «grupos ou
organismos diferentes e independentes em matéria de gestão ou de representação»
(in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, em linha).
Cabe aos grupos ou organismos dentro
de um partido procurar conhecer aprofundadamente, através do estudo, reflexão e
debate, um conjunto de temáticas que permitam estabelecer, aquelas que, numa
determinada perspectiva, são as melhores respostas ou soluções para as questões
que afectam a vida concreta das pessoas.
Todo este trabalho,
essencialmente voluntário e sem remuneração, é útil para os partidos dentro dos
quais se desenvolve, na medida que permite dotar os dirigentes políticos com conhecimento
e argumentos estruturados, que lhes permite, depois, no confronto político com
os restantes partidos, melhor defender as posições mais consentâneas com a sua
matriz doutrinária ou ideológica.
Os partidos, individualmente, não
têm porquê ter a pretensão de representarem o universo social, o todo da
sociedade, mas apenas uma parte. Daí a designação de “partido”, isto é “parte
de”. O que sucede, por vezes, é que, na ânsia de alargar a base eleitoral, são
táctica e oportunisticamente relevados para segundo plano os factores
identitários do partido, esbatendo-se as suas diferenças relativamente aos
restantes adversários políticos.
Ora, sucede que, quando surge um
novo grupo, formal ou informal, dentro de um partido, em geral, este é alvo de
desconfiança e ostracização por parte dos restantes grupos e, em particular, do
grupo dominante, que detém transitoriamente o poder. Em política, recorde-se, todo
o poder é transitório. Que não haja qualquer dúvida quanto a isto! Embora haja
quem pareça, por vezes, querer ignorar esta evidência.
Em Portugal, os ditos grupos,
clubes, tendências ou correntes de opinião, não têm tido especial influência
sobre as decisões estratégicas dos partidos, uma vez que, as equipas dirigentes
acabam por se fechar sobre si próprias, numa estratégia, compreensível, de
manutenção do poder, no curto-prazo, mas ineficaz, no médio-prazo, na medida em
que, não só não consegue congregar as melhores pessoas, as mais capazes, como
as afasta, como, por outro lado, impede o surgimento das melhores soluções e
dos melhores argumentos políticos.
A tentativa de esvaziamento dos
grupos resulta numa menor diversidade de soluções e de uma menor
representatividade política das diversas sensibilidades do eleitorado que se encontra,
doutrinaria ou ideologicamente, mais próximo. Essa falta de representatividade,
traduz-se, naturalmente, na transferência dos eleitores para outros partidos
ou, simplesmente, para a abstenção que, curiosamente, todos os partidos, “em
coro” e a cada ciclo eleitoral, dizem querer combater. No dia seguinte, tudo se
mantém como antes.
Sem pluralismo, não há
verdadeiramente liberdade de opinião. Sem pluralismo, não há verdadeira
democracia.
No CDS, a TEM – Tendência
Esperança em Movimento, corrente de opinião democrata-cristã, tem procurado
contribuir para a defesa dos valores e princípios doutrinários presentes desde
a sua fundação do partido, através da promoção de conferências sobre diversas
temáticas.
No próximo Sábado, dia 1º de
Dezembro, a TEM irá realizar no Santa Luzia Art Hotel, em Guimarães, um Jantar
Conferência, no qual os conferencistas, Dr. Abel Matos Santos, Prof. Paulo
Otero e Prof. Manuel Monteiro, abordarão a necessidade do combate ao discurso
do “politicamente correcto”, da defesa da família e do trabalho e da
descentralização do Estado. Para mais informações, consulte o sítio na Internet
da organização em www.temcds.org.
A promoção do debate permite a
clarificação das ideias e das posições, permite que cada pessoa possa formar individualmente
a sua opinião. Pessoas informadas e cultas fazem melhores políticos, mas também
cidadãos mais exigentes. Participe!
* Engenheiro e gestor
29 de Novembro de 2018
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