terça-feira, 20 de novembro de 2018

Santa Gertrudes


 

                                                      Santa Gertrudes
( A festa desta santa monja beneditina celebrou-se a 16 de Novembro. Vamos recordá-la)

 

Quem visita a Basílica de S. Bento da Porta Aberta depara, na cripta, com algumas estátuas de santos de superior qualidade icónica , duas em bronze e 4 de um mármore límpido e superiormente trabalhado.

Como as outras estátuas de mármore branco que estão no claustro da cripta da Basílica de S. Bento da Porta Aberta, são obra do escultor Silva Nogueira e são de 1998. A imagem que representa Santa Gertrudes tem o mesmo autor. Este conseguiu numa “ linguagem” depurada e simples, representar de forma belíssima esta beneditina medieval. Silva Nogueira como nas outras três estátuas da cripta de mármore límpido  conseguiu transmitir, de forma simbólica, aspectos importantes da personalidade e vida de Santa Gertrudes.

Mas, quem foi Santa Gertrudes?

Recorro ao Papa Bento XVI para me e nos ajudar a , de forma muito sintética, conhecer esta Mulher a que se chama « Magna», pela sua vida, exemplo e escritos. Santa Gertrudes é uma referência maior da espiritualidade medieval e de hoje, apesar de ter nascido no dia 6 de Janeiro de 1256, festa da Epifania, festa da manifestação de Jesus.

Em  6 de Outubro de 2010, o nosso amado Papa Bento XVI , falando aos peregrinos reunidos na Praça de S. Pedro, disse:

Santa Gertrudes, a Grande, de quem gostaria de vos falar hoje, leva-nos esta semana ao mosteiro de Helfta, onde nasceram algumas das obras-primas da literatura religiosa feminina latino-alemã. É a este mundo que pertence Gertrudes, uma das místicas mais famosas, única mulher da Alemanha que recebeu o apelativo «Grande», pela estatura cultural e evangélica: com a sua vida e pensamento, ela incidiu de modo singular sobre a espiritualidade cristã. É uma mulher extraordinária, dotada de particulares talentos naturais e de excepcionais dons de graça, de humildade profundíssima e de zelo ardente pela salvação do próximo, de íntima comunhão com Deus na contemplação e de prontidão no socorro aos necessitados. como a própria Gertrudes escreve: «Os estigmas das tuas chagas salubres que me imprimiste, como se fossem colares preciosos, no coração; e a profunda e salutar ferida de amor com que me marcaste. Tu inundaste-me com estes dons de tanta bem-aventurança que, mesmo se eu vivesse mil anos sem qualquer consolação interna ou externa, a sua recordação seria suficiente para me confortar, iluminar e encher de gratidão. Quiseste ainda introduzir-me na intimidade inestimável da tua amizade, abrindo-me de várias formas aquele sacrário nobilíssimo da sua Divindade, que é o teu Coração divino [...] A este acúmulo de benefícios acrescentaste outro, concedendo-me como Advogada a Santíssima Virgem Maria, tua Mãe, e recomendando-me com frequência ao seu carinho, como o mais fiel dos esposos poderia recomendar à própria mãe a sua dilecta esposa»” .

 O papa Bento XVI continuou nesta excelente catequese:

«Orientada para a comunhão sem fim, conclui a sua vicissitude terrena no dia 17 de Novembro de 1301, ou 1302, com cerca de 46 anos. No sétimo Exercício, o da preparação para a morte, Santa Gertrudes escreve: «Ó Jesus, Tu que me és imensamente querido, está sempre comigo, para que o meu coração permaneça contigo e o teu amor persevere comigo, sem possibilidade de separação, e o meu trânsito seja abençoado por ti, de tal modo que o meu espírito, livre dos vínculos da carne, possa encontrar repouso imediatamente em ti. Amém!» (Esercizi, Milão 2006, p.

 148).  

Santa Gertrudes aparece representada com coração sobre o peito nesta estátua da cripta, aliás uma representação muito frequente desta santa. Porquê? Ele mesma dá a explicação quando escreveu : « Quiseste ainda introduzir-me na intimidade inestimável da tua amizade, abrindo-me de várias formas aquele sacrário nobilíssimo da sua Divindade, que é o teu Coração divino.».

Santa Gertrudes é, na realidade uma beneditina que deve ser modelo ainda hoje para nós, os que acreditamos que  o coração de Jesus é “ sacrário nobilíssimo da Sua Divindade” .

Quando olharmos para esta imagem da cripta, paremos um pouco e  pensemos , através da sua representação, o quanto é valioso contemplar que sobre o peito desta grande mística medieval está o coração de Jesus!

Carlos Aguiar Gomes

 

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