Maria e o espírito
beneditino- um curtíssimo esboço
Ainda que na Regra de S. Bento
não se faça referência a Nossa Senhora, sabemos que, desde muito cedo, muitos
monges, e grandes teólogos beneditinos que eram, dedicaram à Santa Mãe de Deus
estudos e outras manifestações para com a Virgem Santa Maria. Entre estes deve
destacar-se o grande S. Bernardo de Claraval. Mas não se podem esquecer outros
monges filhos de S. Bento como S. Pedro Damião (nascido em 1007) que compôs um
Ofício Menor de Nossa Senhora dedicado a Maria e chegou ao século XX. Na
Militia Sanctae Mariae, de filiação mariana, beneditino-bernardiana e
cavaleiresca, entregou o seu Fundador, Dom Gérard Lafond OSB, uma Liturgia das
Horas próprio, seguindo a tradição do Ofício Menos referido. E todos conhecem
imensos cânticos marianos que os monges cantavam e cantam dedicados a Nossa
Senhora. Quem já esteve num verdadeiro Mosteiro beneditino já “ saboreou” a
beleza indiscritível que, no final do canto diário de Completas, com as luzes
da igreja conventual apagadas e só restando um ténue iluminação de uma vela
iluminando uma estátua da Nossa Senhora, os monges entoam o magnífico “ Salve
Regina”… É o céu aberto!
… Assim, faz todo o sentido, na
nossa MSM, inspirada na espiritualidade beneditina, celebrar as festas
marianas, particularmente o mês mariano por excelência que é o mês de Maio. Por
isso, convidamos os nossos amigos a saudar, reverenciar e amar a Santa Mãe
de Deus, caminho seguro para chegar a Deus, “ per Mariam ad Jesum”, “ Por Maria
até Jesus”.
Sabemos que o culto de adoração
só é devido a Deus.
Sabemos que aos santos, quaisquer que eles
sejam, dos mais humildes aos mais sábios, se presta o culto de “dulia”, de
veneração, respeito.
Sabemos que o culto a Nossa
Senhora é o de “ hiperdulia”. Não é adoração, porque só a Deus adoramos. Mas é um
pouco mais do que a simples veneração devida aos santos. Ela, Maria, sendo
santa, está muito acima dos maiores santos.
O Mês de Maio, tradicionalmente
dedicado a Nossa Senhora deve merecer-nos um olhar e uma atenção especiais:
trata-se de venerar a Santíssima Virgem com maior vigor, com mais consciência
de que por Ela chegamos mais facilmente ao Filho. Maria é a “ Porta do Céu”!
Para nós, portugueses, Maria é a
nossa Rainha, coroada pelo nosso Rei D. João IV em 1646, seis anos após a
Restauração da Independência (daí em diante nunca mais os nossos Reis trouxeram
a coroa real, pois acreditavam e queriam que os portugueses acreditassem que a
única Rainha era Nossa Senhora), mas é, sobretudo, Rainha dos nossos corações.
Caro leitor, a quem ligam,
talvez, grandes e fortes laços de devoção a S. Bento e que o procuramos como “
Buscador de Deus”, um peregrino todo a vida na busca do seu grande objectivo:
encontrar Deus até à sua morte, ele é um excelente exemplo para cada um de nós.
Maria, Nossa Senhora, a Santa Mãe de Deus, tem de ter um lugar especial
naqueles que, como S. Bento e à sua imitação, querem “ um dia contemplar Deus face a face”.
…
E como nos pediu em Setembro p.p., o Papa Francisco, porque não rezar todos os
dias a mais antiga antífona dedicada a Nossa Senhora, a célebre e antigamente
recitada por todos os cristãos , « Sub
tuum praesidium», « À Vossa protecção» que aqui recordo:
"À
Vossa protecção nos acolhemos,
Santa Mãe de Deus;
não desprezeis as nossas súplicas
em nossas necessidades,
mas livrai-nos de todos os perigos,
Santa Mãe de Deus;
não desprezeis as nossas súplicas
em nossas necessidades,
mas livrai-nos de todos os perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita!"
Carlos Aguiar Gomes
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