Não me amordaçam!
Não quero! Não deixo!
Um dia destes, depois de ver o “maremoto” que causou uma infografia que
a Federação Portuguesa pela Vida preparou e o Patriarcado de Lisboa usou, com o
fim de compaginar o que pensam os Partidos políticos portugueses que concorrem
às próximas eleições , com a Doutrina
Social da Igreja, de sempre, sobre temas vitais , dei comigo, depois de saber
que a dita infografia fora retirada que eu tinha uma solução drástica para não
“ melindrar” os que defendem o aborto, a eutanásia e outras causas fracturantes
: rasgar os grandes documentos da Igreja sobre os temas referidos. Deu-me uma
vontade imensa de rasgar e queimar, para não deixar rastos do que pensa e
ensinou a Igreja, por exemplo o Compêndio da Doutrina Social da Igreja; o
Compêndio da Doutrina Católica; A “ Familiaris consortio” , a “ Evangelium
vitae” e até a última Carta Pastoral dos Bispos sobre as próximas eleições ( 2
de Maio de 2019). Estes e outro documentos, convidam-nos a lutar, propor e
defender as causas que deveriam ser objecto de grande mobilização civilizacional!
“ Borram-se” de medo e retiraram a dita infografia para não ofender os
defensores da “ Cultura da Morte”. Recuaram. E não está certo, de todo.
É um dever esclarecer claramente quais são as propostas dos partidos
concorrentes que NÃO podem ter o apoio dos católicos. Para que o voto seja
consonante com os valores que são estruturantes da nossa Cultura. Não o fazer é
cobardia. Cobardia! Como não podemos dar
“ pureza” a quem defende
tenazmente e conscientemente as
impurezas ( crimes) que querem impingir… É evangélica esta expressão esquecida
e « apagada» do nosso quotidiano: « que o teu si, seja sim e o teu não , seja
não».
A Doutrina da Igreja sobre o Aborta, a Eutanásia e outros temas que giram
à roda da “ Cultura da Morte” não são opcionais, “ à la carte”. Se for
assim, calem-se os Bispos para sempre. Rasguem-se todos os documentos que não
estão na onda de demolição do nosso património moral . Não percam tempo os
nossos Prelados a escrever Cartas Pastorais
só para mostrar serviço, como esta última, onde se equacionam e
,claramente, indicam o que devem ser as escolhas dos católicos.
… Ou será que a “ CARTA PASTORAL DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA” (
2 de Maio p.p.) também vai ser eliminada por indicar , por exemplo, citando o
II Concílio do Vaticano: « A pessoa é e deve ser o princípio, o sujeito e o fim
de todas as instituições sociais.»…. « Perante isto, exige-se até uma maior
protecção do ser humano mais vulnerável, por si mesmo ou pela fase da
existência por que passa: o embrião, o feto, o recém-nascido, o deficiente
profundo, o demente, o doente em fase terminal. Podemos mesmo dizer que o grau
de humanidade de uma civilização se pode aferir pelo cuidado com que esta trata os seus elementos mais débeis». Assim,
com toda a clareza, os nossos Bispos dão indicação de voto: votar em quem
defende os mais débeis! Se não é isso que pretendiam … para gastaram tanto
tempo dirigindo-se a « ajudar os católicos do nosso País e tantos outros
portugueses a abraçar os principais desafios com que hoje se deparam no mundo
em geral especialmente em Portugal e na Europa» ( idem).
E os nossos Bispos terminam a dita Carta com esta frase : « Com esta
reflexão orientada pelos grandes princípios da doutrina social da Igreja,
queremos contribuir para um melhor discernimento sobre as realidades do nosso
País e da Europa, numa altura em que somos chamados a participar através do
voto em eleições europeias e nacionais, visando a construção de uma sociedade
mais justa e fraterna».
Mas, contra ventos e marés, há muito cristãos que são fiéis ao
património de sempre no âmbito da Doutrina Social da Igreja. E não são um « bando» de cobardes e «
cagarolas». Não e não!
Não nos amordaçam! NÃO, NÃO ME AMORDAÇAM.E também não vou rasgar os
grandes documentos do Magistério, politicamente incorrrectos, e que me moldaram
tal como me esforço por ser: coerente no pensar e no agir na defesa da Vida e
da Família.
Obrigado à Federação Portuguesa pela Vida pela citada infografia que
tem como objectivo único ajudar a uma votação esclarecida e nunca manipular as
nossas consciências. O voto é livre. … a cobardia também! Eu sei de que lado tenho estado, estou e
estarei: sempre pela VIDA!
Carlos Aguiar Gomes
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