sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Deus nos livre de tanta tonteira!

Deus nos livre de tanta tonteira! Um dos livros que escreveu intitula-se: “Os direitos do homem desnaturado”. O autor, Grégor Pupikk, é doutorado em direito, dirige o European Centre for Law and Justice (em Estrasburgo) e colabora como perito junto de organizações internacionais e dos serviços diplomáticos da Santa Sé. Viajando pela história, no referido livro, Pupikk alude ao tempo em que o direito se reportava à transcendência. Deus era considerado. A Bíblia esclarecia e norteava. A lei de Deus era respeitada e refletia-se na lei dos homens. Veio depois o tempo em que Deus passou a omisso. Mas as leis respeitavam ao menos a natureza. A Declaração dos Direitos do Homem, de 1948, pretendia exatamente fazer respeitar a natureza humana, o homem, a sua dignidade. Essa premência, essa necessidade de se respeitarem os direitos do homem, tornava-se ainda mais imperiosa naqueles tempos de estatolatria, de ditadura (de esquerda, ou de direita). Mas agora tudo isso parece ter passado. Agora os direitos do homem devem entender-se, interpretar-se, defender-se conforme o conceito (dinâmico) que se tem de natureza, conforme a conceção que o homem tem de si mesmo. Não conta Deus. Não conta a natureza estaticamente considerada. Conta o homem, a forma como ele se concebe, a forma como ele interpreta o conceito de natureza. Reina, então, o individualismo. O individuo é rei. E a lei deve ir ao encontro do rei. As leis devem respeitar aquilo que o indivíduo deseja para si, para a sua vida, para o seu corpo. As leis devem respeitar o modo como cada um se concebe. Nessa linha, se alguém quer gerar no seu corpo, concebe; mas se não quer, tem o direito de abortar. Se aceita o sofrimento, a doença, a debilidade, reza, teima e sacrifica-se; se não quer, tem o direito a pôr fim à vida, pode recorrer à eutanásia. Se quer ser ou se interpreta como heterossexual, é heterossexual; se quer ser transsexual ou homossexual, pois tem todo o direito a isso. Mas o desrespeito por Deus e pela natureza vai ainda mais longe. Agora não há homem nem mulher: há género. Não há família: há famílias. Não há pai nem mãe: há tutores A e B ou 1 e 2. E às vezes esses tutores nem são pais biológicos, antes se aproveitam de um banco de esperma, ou de uma barriga de aluguer… No seguimento, não há primo ou prima, tio ou tia, avô ou avó, irmão ou irmã: há matemática ou letras de alfabeto. Aonde haveríamos de chegar. No primeiro livro da Bíblia, o livro do Génesis, conta-se que o homem quis ser como Deus, quis colocar-se no lugar d’Ele, equiparar-se a Ele; vai daí, desobedeceu (comendo da árvore da vida). Só que a partir desse momento começou a derrocada: discussão do homem com a mulher (na altura ainda havia disso…); vergonha perante Deus; a serpente amaldiçoada; o pão ganho com o suor do rosto… Lá se foi o Paraíso, a paz, a relação harmónica do homem com Deus, com o próximo, com todas as outras criaturas. Agora estamos de novo aí, com o mesmo fim à vista: caos, confusão, lágrimas, infelicidade, desnorte, inferno. Que Deus nos livre de tanta tonteira. Que a Mãe (para mim Nossa Senhora não é “género”, é mesmo uma Mãe muito querida) nos livre de toda esta loucura arrasadora, destruidora. O mundo está em crise. Está a arder. E não só pelo aumento da temperatura, ou do buraco do ozono, ou pelos incêndios na Amazónia, ou pelos degelos na Gronelândia… Também está a desaparecer pela loucura de uns tantos que se armam em deuses, em donos do mundo, em donos da natureza, em donos de tudo. E são narcísicos. Já basta de tanto desnorte. Que Deus nos salve! Que a Mãe nos livre!... P. Paulo Abreu

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