MEUS CAROS IRMÃOS NA
FÉ,
em vésperas de eleições
Todos os actos eleitorais são
muito importantes para a saúde democrática de um país. Não há eleições sem
relevância. Porém, as eleições legislativas, que nos permitem escolher os
futuros parlamentares, são muito importantes, pois são os deputados que são
eleitos que assumem o papel vital de legisladores, de “ fazedores” das leis que
regulam o funcionamento do país.
Portugal vai a votos no
próximo dia 6 de Outubro e, por isso, estamos todos convocados para votarmos,
acto que tem de ser exercido com consciência, responsabilidade informada e
liberdade.
Sou cristão desde o dia 30 de
Junho de 1945, 17 dias depois de ter nascido e tenho procurado, malgrado os
solavancos da vida e, sobretudo das minhas muitas e muito variadas
imperfeições, ser fiel às promessas do mesmo Baptismo. Militei na Acção
Católica, na JEC, onde aprendi muito e me iniciaram na Doutrina Social da
Igreja e do papel dos leigos na vida da Igreja e da Sociedade. Congratulei-me
imenso com o Concílio Vaticano II, com o reconhecimento do papel dos leigos na
“ animação cristã da ordem temporal”, que é o papel essencial do laicado.
Conheço e reconheço o quanto a
« Rerum Novarum” abriu os meus horizontes de preocupado social. Conheço e
reconheço a importância de ter lido e relido as outras Encíclicas ou Exortações
de índole Social dos Papa que se
seguiram a Leão XIII.
Rejubilei com a Exortação Apostólica « Christifideles Laici» de S. João
Paulo II ( 30 de Dezembro de 1988).
… Por isso, aqui estou a escrever aos meus irmãos pelo Baptismo, que
devem ter conhecimento do que se chama a Doutrina Social da Igreja e que está
esplendidamente explicitada no « Compêndio da Doutrina Social da Igreja», de
2004.
Em altura de eleições, como as
que vão ocorrer a 6 de Outubro, é fundamental que o nosso voto seja iluminado e
esclarecido pela Doutrina Social da Igreja. Como pode um cristão votar, por
exemplo, em quem defende, promove e apoia a eutanásia sem contradizer as
promessas do seu Baptismo? Estão os meus irmão na Fé conscientes do erro grave
de votar em quem vai tentar legalizar a eutanásia? Ou favorece e facilita o
aborto mas dificulta /impede o funcionamento dos Centros de Apoio à Vida? Ou obstaculiza a liberdade de os pais
poderem escolher o tipo de educação que querem dar aos seus filhos, sem serem
penalizados por terem optado pelo ensino não estatal? Ou antepor os direitos
individuais aos direitos da comunidade? Ou, quererem tornar o Estado dono de
toda a iniciativa privada? Ou …
… Caro irmão na Fé, antes de votar, consulte o Compêndio da Doutrina
Social da Igreja, se tem dúvidas em aspectos que considera relevantes para a
vida da nossa família e do nosso país. Tem entradas de todos os temas que
interessam a quem quer votar honestamente, de acordo com a sua Fé, sem a trair.
A Igreja não é de Esquerda.
Também não é de Direita. Nem do Centro. Estas designações que remontam à
Revolução Francesa, velhas de dois séculos, não se coadunam com a Doutrina
Social da Igreja. Nesta imperam a Justiça Social, a Solidariedade, a
Subsidariedade, a Família, o Direito à Vida da concepção até à morte natural, o
Direito à Liberdade de Educação, o Direito à Propriedade…
Não é lícito a ninguém “
assenhorear-se” da Doutrina Social da Igreja, sobretudo quando investem contra
os princípios não negociáveis ( que acima enunciei alguns). Como não deixa de
mentir quem, dizendo-se cristão, se arvora em promotor, defensor ou apoiante de
princípios que agridem aqueles princípios
estruturantes, desde sempre, da Doutrina Social da Igreja.
… Por isso, meus irmãos pelo Baptismo, atenção no momento de votar.
Esclareça-se. Tire dúvidas com quem é honesto. Vote em liberdade pela sua Fé
que não é só ir “ à missinha”!
Carlos Aguiar Gomes
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