sábado, 21 de dezembro de 2019

ÀS VEZES, raras, brilham luzeiros nestas trevas


                              ÀS  VEZES, raras, brilham luzeiros nestas trevas

   Dom António Couto, Bispo de Lamego, na apresentação da reedição fac-simile da interessantíssima, oportuna e útil obra “ LORETO LUSITANO – Virgem Senhora da Lapa “, cuja primeira edição completa este ano 300 anos inicia o seu texto com estas palavras sábias:
   «Com maior ou menor clareza e lucidez, todos nos vamos apercebendo que atravessamos hoje um mundo difícil, atordoado, opaco e hostil, difícil de habitar e de classificar: um mundo sem rostos, sem referências, sem pradarias, sem caminhos, sem fontes e sem céu. Parece que também sem chão. Há quem o chame de pós-moderno e pós-iluminista, mas também se veem já mãos erguidas a exibir as etiquetas de pós-ideológico, pós-religioso, pós-cristão, pós-moral, e mesmo pós-humano. E aqueles que gostam de escavar mais fundo a paisagem que lhes surge pela frente, avançam já que estamos a viver numa sociedade póstuma, onde, como se lê no Livro da Sabedoria, “ os vivos já não são suficientes para sepultar os mortos” ( Sabedoria 18,12)».
   Depois de ler este primeiro parágrafo da dita “Apresentação”, a minha vontade era dar por terminado este meu artigo, tal a clareza, profundida de análise e acerto das palavras do Senhor Dom António, que uma TAC sociológica não conseguiria fazer melhor.
   Sim, tem toda a razão o Bispo de Lamego nas palavras com que inicia o seu extraordinário texto, aliás como é seu timbre e já nos habituou com os seus luminosos escritos. É, assim, esta nossa sociedade de « felicidade bovina”, de pastos  altamente tóxicos e que “ verdejam”(?) em todas as latitudes. Uma sociedade que entrou em fase de autólise.
   Graças a Deus, aparecem algumas vozes dissonantes nestas “ pastagens tóxicas”. São muito poucas, mas ousadas, já que o silêncio de tantos é ruído ensurdecedor se não mesmo conivente e, se falam, ainda confundem mais os que querem e clamam por palavras claras que sejam referências sólidas.
   Quero trazer, aqui e neste artigo, uma brevíssima referência à coragem dos Bispos do Gana, um país pobre de África, mas rico na defesa dos valores humanos. Assim, vamos aos factos. A UNESCO, que depende da ONU, presidida por Guterres, há muito que tem em marcha uma campanha de “ deseducação” dos povos. Todos já devemos ter dado conta. Por exemplo, se um determinado país, pobre de preferência, e a precisar de matar a fome aos seus cidadãos e de os alfabetizar, recebe apoio daquela instituição, esta impõe um roteiro de, por exemplo, promover campanhas de educação sexual das crianças ( aliás ela está em marcha em Portugal, com enorme força e com o silêncio dos pais, e não só!....). Chama-se este programa da Unesco, em apreço, “ Comprehensive Sexuality Education”. Uma vasta campanha cheia de recursos financeiros, suportada pelas redes homossexuais e mundialistas com o fim de transformar as mentalidades dos mais novos. Mas, caros leitores, o Presidente da República do Gana, Nana Akufo-Addo, perante a reacção forte, corajosa, destemida e frontal, da Conferência Episcopal Ganesa, presidida pelo Arcebispo Tamale, Dom Philip Naamale , em 11 de Novembro passado, aquele dirigente viu-se na obrigação de prescindir dos milhões de dólares que estavam à disposição dos emissários da destruição dos valores humanos fundamentais. São da Conferência Episcopal do Gana estas palavras assombrosamente claras, que não deixam dúvidas e que mudaram o rumo da Educação no Gana:
« Opomo-nos muito firmemente a toda a CSE ( Comprehensive Sexuality Education) que ensina a aceitação dos LGBTQ e o casamento homossexual como normal» ou « Não pertence a interesses supranacionais financiar o governo a fim de aplicar uma tal política, são os pais os primeiros responsáveis».
   …. E assim, o Governo ganês deixou de manipular as crianças e jovens de acordo com agendas que minam a sociedade.
Basta olhar o que está à nossa volta nas escolas, nos media, na publicidade …, para ver como a “ felicidade bovina” dos portugueses se alheia de tudo…
O meu profundo agradecimento à Conferência Episcopal Católica do Gana pela sua coragem, firmeza na defesa de valores inegociáveis e ousadia preciosa de terem ido contra a corrente do “ politicamente” correcto.

Carlos Aguiar Gomes

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