quarta-feira, 4 de março de 2020

O povo português tem alma mariana!


O povo português tem alma mariana, desde que se lembra de existir.
Para mais não recuar, lembre-se que Portugal se apelidava, nos alvores da nacionalidade, “terra de Santa Maria”.
A Nossa Senhora se dedicam as primeiras catedrais recuperadas no Portugal reconquistado - Braga e Coimbra. À mesma Senhora se dedicarão as entretanto (res)surgidas - Porto, Lamego e Viseu, Lisboa, Évora, Algarve e Guarda.
O Mosteiro de Alcobaça, casa mãe dos cistercienses, é também dedicado a Santa Maria; a conquista do Algarve, em tempos de D. Afonso III, leva a marca de Nossa Senhora; e a Mãe é continuamente lembrada, como Senhora dos Mártires, Nossa Senhora da Purificação, Santa Maria do Castelo, Santa Maria da Escada, Nossa Senhora da Oliveira, Santa Maria da Vitória…
Quantos templos marianos existiriam em Portugal na Idade Média?! – Impossível contá-los, tantos eles eram (escreveu o historiador Avelino de Jesus da Costa). E já para não falar nas paróquias que tinham e têm Nossa Senhora como orago.
O Infante D. Henrique – estamos agora no tempo dos Descobrimentos – implora o socorro de Santa Maria de Belém. A esta é dedicado o Mosteiro dos Jerónimos.
A doutrina da Imaculada Conceição obteve maravilhoso desenvolvimento nos séc.s XVI e XVII. Universidades, Ordens Religiosas, clero e simples fiéis lançaram-se ardorosamente à defesa da piedosa crença.
Aclamado Rei, D. João IV mandou celebrar, na Capela Real, a 8 de dezembro de 1640, imponente solenidade em honra e louvor de Nossa Senhora da Conceição. E à mesma Senhora, figurada numa imagem existente no Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, consagrou, em 25 de março de 1646, os «Seus Reinos e Senhorios». A partir daí, não mais os monarcas portugueses da Dinastia de Bragança voltaram a colocar a coroa real na cabeça. Por Provisão Régia, Nossa Senhora foi proclamada a Padroeira de Portugal; Nossa Senhora é… a Rainha de Portugal.
Não esmoreceu, nos séculos posteriores, a devoção a Nossa Senhora. Que o digam as Confrarias marianas, as peregrinações, as devoções do terço e do rosário…
O séc. XVIII viu surgirem, para além da Igreja dos Clérigos, no Porto, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, as Igrejas da Lapa, no Porto e em Braga, a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo e a de Nossa Senhora do Terço e da Caridade.
Mas o Monumento mais conhecido da segunda metade do séc. XVIII é, sem dúvida, o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, padroeira de Lamego.
Um século volvido, seria a proclamação do dogma da Imaculada Conceição a fazer nascer, sobranceiro à cidade de Braga, o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro. A imagem de Nossa Senhora do Sameiro foi concebida, com rara beleza e maestria, por um escultor italiano, chamado Eugénio Maocegnalli e benzida pelo Papa Pio IX. Viria a ser coroada em 1904, sendo que a coroa foi feita com ouro oferecido pelas mulheres portuguesas, entre as quais sobressai a Rainha D. Amélia.
No séc. XX, a partir de 13 de maio de 1917, dão-se as aparições de Nossa Senhora em Fátima. E dessa terra antes árida, jorram agora bênçãos e graças para todo o mundo. Fátima é o novo Altar do Mundo, onde todos gostam de celebrar e rezar; onde Papas, Bispos, sacerdotes, diáconos, fiéis e até não crentes gostam de estar; onde multidões imensas se encontram com a Mulher, a Mãe e a Rainha dos Anjos e dos Homens.
P. Paulo Abreu ( Deão do Cabido da Sé de Braga)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.

Hino a Nossa Senhora do Ó - Festa a 18 de Dezembro

    Hino a Nossa Senhora do Ó   Expectante, estais Senhora! No sacro ventre trazeis a Vida Desde sempre prometida. Expectante, est...