terça-feira, 31 de março de 2020

Opinião de um economista católico

Compreendo muito bem as motivações que levam a Igreja a transmitir por streaming as Missas celebradas por sacerdotes sozinhos. No entanto, a liturgia é um dos poucos domínios onde o smart work não funciona, porque a Missa não é uma performance individual à qual se assiste, mas sim um evento co-produzido, corporalmente, todos juntos. Estou cada vez mais convencido de que devemos viver este tempo como um novo exílio-cativeiro babilónico, quando o povo, sem o templo, sem o culto e sem espaço sagrado, percebeu um outro tempo e inventou o shabat, o templo do tempo. 
Deveríamos jejuar todos juntos com o nosso povo esmagado connosco, descobrir o sagrado com o que está a acontecer à nossa volta. Aproveitar desta ausência da liturgia para a redescobrir, desejá-la, amá-la de novo. 
Especialmente na Semana Santa: procuremos formas mais profundas e humanas de a celebrar, não a passemos a assistir a Missas na TV. Seria uma imensa oportunidade perdida - se existe um Deus a operar nestes dias, não é apenas nas igrejas quase vazias, mas nos corredores apinhados dos hospitais onde é crucificado. É este o altar, estas as vítimas, ali está o Cordeiro: «Uma voz diz 'Grita'. O povo é como a erva. Sim, o povo é como a erva do campo» (Isaías). E depois, quando isto acabar, voltaremos à igreja para celebrar, todos de novo crianças, uma nova primeira comunhão. Mas agora é o tempo da dor e do silêncio. «Há um tempo para tudo» (Eclesiastes).

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