sexta-feira, 10 de abril de 2020

Num clima tão diferente daquele em que habituamos a viver, chegou a Páscoa!


Rainha do Céu, alegrai-vos. Aleluia.
Porque Aquele que merecestes trazer em vosso ventre. Aleluia.
Ressuscitou como disse. Aleluia.
Rogai a Deus por nós. Aleluia.
Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia.
Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente. Aleluia.

Oremos.

Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do Vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, concedei-nos, Vos suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Por Cristo, Senhor Nosso. Amén.

Num clima tão diferente daquele em que habituamos a viver, chegou a Páscoa!

Há um mês que o sino é ouvido apenas para dar as horas, para pedir orações por alguém que faleceu e para marcar o compasso do tempo orante, tocando “à reza”. A oração à Virgem é uma constante entre o nosso povo minhoto, seja de manhã, ao meio dia, ao entardecer ou à noite! Prova disso são as tradicionais “trindades”, lembradas pelos toques dos sinos de manhã, ao meio-dia e ao fim da tarde. Durante os outros tempos litúrgicos é rezado o “Angelus”. Com o raiar do solene dia de Páscoa, surge uma nova etapa nesta oração tripartida, o “Regina Caeli”, que em português significa: “Rainha do Céu”: um hino medieval dedicado a Nossa Senhora, que tradicionalmente é rezado ou cantado no Tempo Pascal.

Segundo atesta uma antiga tradição, esse belíssimo hino mariano teria sido composto pelos anjos, numa época tenebrosa como a que actualmente vivemos, mergulhados que estamos na pandemia do coronavírus. Era o ano 590 e Roma estava devastada pela peste. O Papa Pelágio II morrera em setembro, devido a esta terrível pestilência vinda do Egipto. Sucede-lhe Gregório Magno, que organiza uma grande procissão na qual participa toda a população de Roma. O povo romano atravessava as ruas da cidade, levando até a Basílica Vaticana o ícone sagrado de Maria Santíssima, o mesmo que o Papa Francisco venerou na Praça de S. Pedro no passado dia 27 de março, na oração por toda a humanidade. Milagrosamente, à medida que a imagem avançava pela cidade, o ar pestilento tornava-se mais são e limpo. Junto da ponte que une a cidade ao castelo, inesperadamente ouviu-se um coro que cantava, por cima da sagrada imagem: “Regina Caeli, laetare, Alleluia!”. A este cântico, o Papa Gregório respondeu: “ora pro nobis Deum, Alleluia!”. Assim nascia esta oração. Após o canto, os anjos colocaram-se em círculo ao redor do ícone da Virgem Mãe. Nesse momento, sobre o alto do castelo pousa o Arcanjo Miguel, que coloca a sua espada na bainha, como sinal do fim da epidemia: a batalha terminava e a peste foi vencida! Como recordação desse fato, o castelo ficou conhecido com o nome de “Sant’Angelo”. Na sua mais alta torre, foi colocada a célebre imagem de São Miguel, pousando e guardando a espada, após o combate.

É esta oração composta pelo céu e pela terra há 1430 anos que iremos rezar três vezes por dia ao longo do Tempo da Páscoa. A primeira será no domingo de Páscoa ao amanhecer, recordando o anúncio que o Próprio Cristo Ressuscitado faz à Senhora da Alegria, pois (como diz o cântico tão popular entre nós e que na minha terra toda a gente canta desde tempos imemoriais) “de chorar Sua Mãe deixou neste venturoso dia”.

Neste tempo de isolamento tornemos mais viva a oração pessoal e em família, apesar de não podermos celebrar a santa missa em comunidade! Todos os dias celebro a eucaristia pelas intenções dos meus paroquianos: é meu dever e obrigação rezar todos os dias por aqueles que o Senhor me confiou e que aceitam ser do Seu rebanho. Tenho presente cara rosto, cada casa, cada Paróquia nas orações que faço e na santa missa que celebro…

Estejamos unidos através da oração, como sempre estivemos e, sobretudo agora: de manhã, ao meio dia e à noite, pedindo à Rainha do Céu que rogue por nós a Deus!

Cheio de saudades, desejo uma santa Páscoa.

--
Padre Paulo Emanuel,
Capelão de Devoção da MSM

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