“Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo?”

De repente e quase sem nos darmos conta, celebramos a Páscoa! uma Páscoa diferente… muito diferente daquela a que estávamos habituados!

Os tempos em que vivemos, com o necessário isolamento que nos foi imposto, e que como cidadãos e como cristãos devemos cumprir, afastou-nos dos nossos amigos e familiares, dos nossos empregos, dos nossos afazeres… afastou-nos também das cerimónias religiosas que tão profundamente marcam a forma de viver a Páscoa nas nossas terras.

Sinceramente, parece que estamos a viver todos estes dias com o mesmo sentimento de Sexta-feira Santa… estamos envoltos numa tristeza tal que em muito se assemelha à tristeza dos Discípulos de Jesus no momento da sua morte.

Faltam os sinos a repicar. Faltam os compassos pascais que trazem alegria às nossas ruas e caminhos. Faltam os foguetes. Faltou a Vigília Pascal… um silêncio ensurdecedor invadiu as nossas ruas, os nossos lugares, os nossos caminhos, as nossas Freguesias. Enfim, falta a alegria de outros tempos. Estamos no dia de Páscoa, mas parece que estamos a viver a Sexta-feira Santa.

Vivemos tempos de insegurança! Como há pouco tempo o Papa Francisco nos dizia, estamos todos “no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos.” E, neste barco, estamos todos envoltos numa escuridão tal que apenas nos mostra que somos frágeis, falíveis, que todas as nossas construções e ambições nada valem.

Há dois mil anos, quando aqueles dois homens com vestes resplandecentes perguntaram às piedosas mulheres porque procuravam “entre os mortos Aquele que está vivo” apontaram-nos o caminho: precisamos de recentrar a nossa vida!... temos que procurar Jesus o Deus vivo! E temos que o anunciar!

Temos que ter forças para nos agarrarmos a Jesus vivo e ter esperança de que com Ele, com a sua ajuda, poderemos ultrapassar esta provação a que todos fomos sujeitos. Deixemos para trás a tristeza da Sexta-feira Santa e com a ajuda da alegria do Cristo que vive, mesmo no isolamento em que vivemos, sejamos capazes ser suas testemunhas e com Ele e como Ele venceremos esta batalha.

Votos de Santa e feliz Páscoa.