Reflexão sobre a Família
É longa a história de
cada Família! Tão longa, que as suas mais profundas raízes mergulharam num
passado cuja memória se perde na história do tempo!
Todas as famílias têm o seu passado. As suas
raízes. Delas brota a seiva do exemplo, memórias de virtudes e de defeitos
também. Delas, o presente de cada Família, recebe a missão de transmitir ao
futuro o presente que deve preparar aquele. Os ramos da árvore de cada Família
renovam o passado, promessas de futuro. Abertos ao tempo que há-de vir, os
filhos – ramos espraiados ao sol da vida – estão profundamente unidos,
indissociavelmente unidos, a seus pais e a avós. Como estes, alimentam-se e
revigoram-se no Amor que circula desde as raízes ao longo do tempo e que o
tempo não pode esmaecer. Pelo contrário, urge que Pais e Avós sejam capazes de
testemunhar um Amor forte, permanentemente reconstruído e transmitido.
Só
amando se pode dizer o que é o Amor! E o Amor é circulante tal como a seiva das
árvores: ascendente e descendente. Esta dupla circulação do Amor reforça,
porque alimenta, a vida dos indivíduos na Família. O Amor, assim, não é mero
símbolo poético, mais ou menos irreal. O Amor, seiva em movimento, é vivo e só
tem sentido quando vivido numa dinâmica de renovação, que se adapta sem deixar
de ser o que, na realidade, é: alimento
que se dá e se recebe. O Amor é construído no quotidiano das “coisas”
simples e, quantas vezes não visíveis, tal como a simplicidade da seiva bruta
que pouco ou mais transporta do que água e sais minerais. Numa árvore não vemos
a seiva, sem a qual ela não vive, tal como nas Famílias o Amor tem de existir
mesmo sem dar nas vistas, sem a exuberância de gestos e atitudes. O Amor, na
Família, é como silencio que fala ou voz ou gosto discretamente
presentes.
Carlos Aguiar Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.