sábado, 11 de julho de 2020

11 de JULHO - S. BENTO , PAI E PADROEIRO DA EUROPA






                                                S. Bento

                               
                   “Stella matutina in medio nebulae” (Papa Zacarias) - (Eccl. 50:6 )
                                                    ( Estrela da manhã no meio do nevoeiro )
“Fulgurante de luz, Bento de Núrcia, glória da Itália e de toda a Igreja, resplandece como astro na cerração da noite.“ (Papa Pio XII)

  S. Gregório Magno, primeiro biógrafo do Santo Patriarca Senhor S.Bento, no nosso dizer tão português e minhoto para nos referirmos ao santo de Núrsia, de Subiaco, de Monte Cassino, da Europa Pai e Patrono e hoje santo do mundo, inicia a sua biografia assim: “Fuit vir…”, “Houve um Homem…“. O substantivo vir, usado pelo Papa biógrafo não foi inocente, já que deve ter tido a intenção de sublinhar o carácter viril, destemido, determinado e combativo. O rapazinho de boas famílias, nascido em Núrsia em 480, que bem cedo rumou a Roma para estudar, rapidamente se apercebeu da decadência vivida em Roma que pouco tempo antes do seu nascimento (em 476) colapsou de forma irreversível, num pântano de imoralidade, de baixa natalidade e abolia generalizada. Por seu lado, a própria Igreja também não gozava de boa saúde, com divisões e lutas que nada tinham a ver com a Caridade evangélica. Os Ostrogodos, em 500, tomam Roma e passa a viver-se um período de certa acalmia. Uma civilização tinha acabado. Outra começava a emergir. É neste contexto que “entra em cena“ o jovem de Núrsia. No dizer de Dom Gabriel de Sousa OSB: “Roma era ainda muito pagã” … “A mocidade, essa doidivanava na estúrdia e mergulhava no vício, reagindo mal ao ambiente dissoluto da velha metrópole do mundo.
Bento pusera o pé na soleira daquela sociedade; mas, antes de avançar, reflectia.
Ora este foi de facto, parece-nos, o primeiro milagre de S. Bento: que um jovem daquela idade reflectisse.” (in “São Bento – Patriarca dos Monges e Pai da Europa“, Ed. Ora et Labora, Mosteiro de Singeverga, Roriz, 1980, pág.21).
Bento, ”varão de vida venerável, Bento pela graça e pelo nome”, ”… desprezou assim os estudos literários, abandonou a casa e os haveres paternos e, desejando agradar somente a Deus, procurou o hábito da vida monástica. Retirou-se, pois, do mundo, consciente e sabiamente ignorante“ (1). A estada de Bento em Roma foi curta. Como refere o seu primeiro biógrafo: “Desprezou assim os estudos literários, abandonou a casa e os haveres paternos …“ (l.c.). Seguiu outro rumo, que, não vou repetir, pois todos conhecem o caminho que percorreu e que o levou a Enfide,  Subiaco e, finalmente, a Monte Cassino. Bento partiu pobre de bens materiais, rico na urgência de se aperfeiçoar no que é sempre essencial e que ele não queria perder: a busca de Deus. Experimentou vários estilos de vida e de ascética.
Bento, a partir desta abalada livre e consciente, torna-se, definitivamente num “Buscador de Deus“. Torna-se, deste modo, um transformador do mundo, cujos fundamentos chegaram até nós e de que esta Basílica é um testemunho notável.

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