Pequenas notas sobre este “ aqui e agora”
1.
O Papa
disse recentemente ( julho 2020) que “ a família é a base da sociedade e a estrutura mais adequada para
garantir às pessoas o bem integral necessário ao seu desenvolvimento permanente”
… “ Neste tempo em que vivemos, as famílias precisam de ser apoiadas,
fortalecidas e acompanhadas…”. Nada de novo no concernente à posição da
Igreja sobre a Família. É importantíssimo, contudo, repetir até à exaustão
estas verdades tão bem definidas por S. João Paulo II, Magno, sobretudo na “
Familiaris consortio” que já está a cair no esquecimento. E é pena e
lamentável.
…
Entretanto, por este país e em todo o Ocidente, tem-se lutado com total afinco
para destruir a Família estruturada como sempre foi e deveria continuar a ser:
a presença do Pai, de uma Mãe, numa relação estável, e a disponibilidade para
acolher os seus filhos. Pelo contrário, assistimos a um combate feroz por tudo
o que conduz à destruição da Família. Nega-se às crianças, a tantas crianças,
por exemplo, o direito de TODAS saberem quem são os seus pais ( Pai e Mãe!) e a
viverem com eles e por eles serem amadas. Mas a Família, também são os Avós. A importância
destes foi relevada pela pandemia do COVID- 19. E quando escrevo “ Avós” estou
a referir-me aos maternos e paternos.
2.
“ HOJE, OS DIVÓRCIOS SOBEM, SOBEM, SOBEM
E NINGUÉM FALA SOBRE ISSO”. Esta frase não é do Papa, de nenhum Bispo, de
nenhum Padre nem de nenhum leigo católico. Esta afirmação, facilmente constatável,
por exemplo, na fabulosa base de dados que é a PORDATA. É de um psiquiatra, socialista
e que, creio não é um católico praticante: DANIEL SAMPAIO ( in PÚBLICO, 28 de
Junho de 2020) que tem uma obra notável
na área da Educação e da Família. E os sucessivos Governos não têm feito nada
pela Família. Todos os seus esforços têm sempre sido dirigidos para dissolver a
Família. Facilitar ao máximo o divórcio. Desnaturar a própria essência da
constituição da mesma. Apagar a natureza da PATERNIDADE e da MATERNIDADE,
substituída pela noção “ abrangente” e “ apagadora” daquelas por um conceito
vago e “ neutro”, o da parentalidade. Já estamos na loucura legal, em muitos
países ( e nós lá vamos chegar!) de substituir as palavras PAI e MÃE, por um
idiota, mas deletério, progenitor A ( ou um) e progenitor B ( ou dois).
Dissolver a noção e importância do casamento como vínculo público, livre e
responsável entre um Homem e uma Mulher.
3. Em
7 de Janeiro de 2015, apresentei uma curta comunicação no Parlamento numa
Audição sobre o tema: « Aprofundar a
protecção das crianças, das famílias e promover a natalidade». Neste
documento, entre outras achegas e interpelações, dirigindo-me aos deputados
presentes, disse:
“
Onde está o vosso trabalho de apoio
efectivo à orientação e mediação familiar, no respeito absoluto pelas opções de
cada pessoa, criando condições para que uma decisão tão grave como o divórcio,
sobretudo quando há crianças e jovens, não seja tomada de ânimo leve e de forma
impulsiva face aos naturais conflitos conjugais? Os Deputados, representantes
legítimos do povo, têm-se preocupado com a urgência que se impõe de se apoiarem
as IPSS que trabalham ou desejam trabalhar nesta área, e que não têm qualquer
tipo de apoio, fazendo o que os senhores deveriam considerar uma prioridade,
para promover a natalidade e proteger as crianças e jovens?”.
Falei
em nome pessoal mas pensei que a Associação Famílias, que sirvo voluntariamente
há já bastante tempo, se tem preocupado, e muito, para apoiar e criar um centro
que responda às minhas inquietações e que, como citei acima, também preocupa
Daniel Sampaio. Contudo … nada!
Os
Governos sucedem-se. A situação do nosso país no concernente às questões da
Família vai-se degradando cada vez mais. Injectam dinheiro nos indivíduos e
famílias, mas no importante não querem mexer, pelo contrário: cada vez mais
legislam no sentido de “ escacar” a Família.
Naquele
dia e naquelas circunstâncias disse mais o seguinte:
“
Precisamos urgentemente de políticas
favoráveis à Família e à Vida, única condição ou, pelo menos, a mais
importante, para se começar a reverter
este plano inclinado civilizacional que temos a mais baixa taxa de natalidade
da Europa e do mundo e uma das mais elevadas taxas de divorcialidade do
Ocidente. Somos um país de velhos abandonados. De pobres. Um país que perdeu a
Esperança no seu devir. Um país que está a perder assustadoramente a sua
memória colectiva e familiar”. Estas palavras já têm mais de 5 anos e a
situação respeitante à Família e à Vida continuam a deteriorar-se e vai
agravar-se irremediavelmente com a possível e provável legalização da
Eutanásia. É triste este quadro da nossa sociedade.
Quem
se cala, consente. Por enquanto, não me calarei.
Carlos
Aguiar Gomes
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