«Muitas vezes, na história da Igreja, houve a tentação de praticar um cristianismo intimista, uma espiritualidade desvinculada dos ritos litúrgicos. Para superar isto, muito foi feito nas últimas décadas. Em particular, a Constituição Sacrossanctum Concilium reforça a importância da liturgia na vida do cristão, destacando que Jesus Cristo não é uma ideia ou um sentimento, mas uma Pessoa viva, e o seu Mistério um evento histórico. A oração dos cristãos se realiza através de mediações concretas: a Sagrada Escritura, os Sacramentos, os ritos litúrgicos. Assim, não existe espiritualidade cristã que não esteja enraizada na celebração dos santos mistérios. A liturgia é ação que fundamenta toda a vivência cristã e, consequentemente, também a oração. Cristo se faz presente pela ação do Espírito Santo através dos sinais sacramentais; por isso, um cristianismo sem liturgia é um cristianismo sem Cristo. Sempre que celebramos um sacramento Cristo se faz presente, como quando curava os doentes ou entregava-nos, na Última Ceia, o seu Corpo e Sangue para a salvação do mundo. Na liturgia aquilo que é externo a nós se torna parte de nós, e isto é expresso inclusive com o gesto tão natural do comer. Por isso a Missa não pode ser somente “ouvida”, como se fôssemos espectadores, mas é sempre celebrada; e, não somente pelo sacerdote que preside, mas por todos os cristãos que a vivem. A vida é chamada a tornar-se culto a Deus, mas isto não acontecerá sem a oração, especialmente a oração litúrgica.»
Assim resumimos a alocução do Santo Padre à Igreja na audiência geral da última quarta-feira que podemos escutar integralmente no vídeo abaixo.
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