A 3 de Abril de 1994, Ano Internacional da Família, (era a manhã do Domingo de Páscoa), faleceu o grande Homem de Ciência e de Fé, o Prof. Jérôme Lejeune. Hoje o Venerável Lejeune. A ele se devem inúmeros trabalhos de natureza científica que lhe valeram vários prémios e o reconhecimento internacional como um dos grandes cientistas da área da genética médica.
Lejeune, aliava aos seus grandes talentos de geneticista uma fé católica sem medo e com uma coragem imensa. Por esta razão não recebeu o Prémio Nobel que lhe estava destinado, pois como se sabe, a ele se deve a descoberta do chamado “ mongolismo”, que abriu o conhecimento para a relação entre património genético e algumas doenças cujas causas residem precisamente num erro do património genético.
O Professor Lejeune teve um curriculum científico impressionante. Basta referir que defendeu a sua tese de Doutoramento aos 25 anos, na Sorbone ( França).
S. João Paulo II ,Magno, tinha uma veneração imensa por este católico cientista e por este cientista católico. Não foi por acaso que este Papa pediu em 1993 a Lejeune que elaborasse o estatuto de uma Academia Pontifícia para a Vida, o que o cientista fez e 11 de Fevereiro de 1994, João Paulo II,Magno, funda, com esses estatutos a Academia Pontifícia para a Vida. A 26 desse mesmo mês, Lejeune foi nomeado seu primeiro Presidente, apesar de já estar muito doente com um cancro nos pulmões. Como se referiu, Lejeune, morre pouco tempo depois, num Domingo de Páscoa. Três passados, a 22 de Agosto de 1997, numa visita Pastoral a França, aquando das Jornadas Mundiais da Juventude, num verdadeiro entorse ao programa e ao protocolo, João Paulo II fez questão de ir rezar e dar público testemunho da sua veneração para com Lejeune junto do túmulo onde jaz “ o seu irmão Lejeune” , no dizer deste Papa.
O Instituto Internacional Familiaris Consortio, da Militia Sanctae Mariae, quer em cada dia 3 de Abril , dar público testemunho da sua admiração por este Homem de Ciência e Fé, que escolheu para seu patrono e, simultaneamente , chamar a atenção para a vida exemplar de um Homem que sempre soube conciliar a mais profunda e exigente Ciência com a Fé mais sincera e destemida.
Este ano de 2021, porque o dia 3 é Sábado Santo, a Missa a pedir a Beatificação do Venerável Jérôme Lejeune, será celebrada a 8 de Abril, na igreja da Lapa ( Braga) , às 16 horas.
Nestes dias de conturbação de ideias, sobretudo no campo da Fé e da VIDA HUMANA, Lejeune é um farol que nos deverá iluminar na busca da verdade de que é possível ter-se fé e ser arrojado e sábio em qualquer campo da Ciência.
Alguns dados mais relevantes da vida e obra do Venerável Lejeune:- Nascimento: 13 de Junho de 1926;
- Baptismo a 19 de Junho de 1926;
- Aos 25 anos, 15 de Junho de 1951, defende a sua tese de de Doutoramento em Medicina;
- Casa em 1 de Maio de 1952 com Birthe Bringsted, com quem tem 5 filhos
- 1952 é nomeado estagiário de pesquisa no Centro Nacional de Pesquisa Científica, centro dirigido pelo Prof. Raymond Turpin, para trabalhar com crianças então chamadas mongolóides;
- Em 1957 é nomeado perito junto da ONU para o estudo dos efeitos das radiações atómicas
- Em 26 de Janeiro de 1959, a Academia das Ciências (França) publica os seus trabalhos sobre as causas do mongolismo descobertas em 1958;
- Recebe o Prémio Kennedy pela sua descoberta das causas da Trissomia 21;
- 1964 torna-se primeiro titular da primeira Cadeira de Genética Fundamental na Faculdade de Medicina de Paris;
- Em 1965 é nomeado Chefe da Unidade de Citogenética no Hospital Necker de Crianças Doentes, em Paris;
- Em 1981 foi nomeado pela Academia Pontifícia das Ciências em missão junto do dirigente soviético Leónidas Brejnev para o informar dos perigos de uma guerra atómica;
- Em 1982 foi nomeado membro do Instituto ( Academia das Ciências Morais e Políticas);
- Em 1983 foi nomeado membro da Academia Nacional de Medicina ( França);
- Em 1989 foi indigitado como testemunha num processo célebre em Maryland, EUA, sobre a humanidade de embriões congelados, num processo de divórcio; É com este seu testemunho que perde o Prémio Nobel.
É este o grande percurso do Venerável Lejeune que dedicou a sua vida de cientista notável à defesa das crianças por nascer atingidas pelo Síndrome de Down, a Trissomia 21. Em Paris, em sua homenagem, foi criado um Centro de estudo e investigação sobre doenças genéticas que apoia estudos e doentes de todo o mundo (https://www.fondationlejeune.org/).
Entretanto, o Papa Francico já declarou o Professor Jérôme Lejeune como Venerável dia 21 de Janeiro de 2021, reconhecendo a heroicidade das suas virtudes, depois do voto positivo do congresso de teólogos, Bispos e Cardeais se terem reunido em 12 de Janeiro deste ano.
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