"Será o fim dos cristãos no Médio Oriente", alerta o Patriarca Joseph III, perante a crise que se vive no Líbano
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LÍBANO:
“Será o fim dos cristãos no Médio Oriente”, alerta o Patriarca Joseph III, perante a crise que se vive no seu país
Lisboa, 02 de Novembro de 2021 | PA
É um aviso forte face à onda de migração dos cristãos do Líbano. Perante a profunda crise económica, social e política que se está a viver neste país, é cada vez mais significativo o êxodo da população, o que poderá ter consequências catastróficas para o futuro da própria comunidade cristã.
O alerta é de D. Ignatius Joseph III Younan, patriarca dos católicos sírios, em declarações à Fundação AIS. O prelado diz que o Ocidente não pode ignorar esta situação, sob pena de se estar a assistir a algo sem retorno.
“Temos muito medo de que, se esta crise continuar, será o fim dos cristãos no Líbano e em todo o Médio Oriente dentro de alguns anos. Normalmente quando os cristãos partem, como aconteceu no Iraque, Síria e Turquia, já não regressam”, disse o patriarca.
Muitos cristãos decidem partir pois receiam, face à degradação da condição económica, com uma inflação galopante, e a consequente crise social no país, que não vão mais poder garantir um ambiente de liberdade religiosa nem uma vida digna para as suas famílias. A situação degradou-se de tal forma que, hoje em dia, calcula-se que cerca de metade da população libanesa vive já abaixo da chamada linha de pobreza. “Não podemos convencê-los a ficar”, sublinhou o patriarca.
A crise no Líbano acentuou-se com a brutal explosão acidental no porto de Beirute no dia 4 de Agosto do ano passado. Uma explosão que provocou mais de 200 mortos, cerca de 6500 feridos, e a destruição quase por completo de centenas de habitações, muitas delas pertencentes a cristãos.
De imediato, a Fundação AIS encaminhou para o Líbano ajuda de emergência e iniciou alguns projectos para a reconstrução de igrejas e edifícios do bairro cristão mais afectados pela explosão. Mas a ajuda não pode abrandar. Segundo o Patriarca Younan, o Ocidente “não está a fazer com sabedoria e honestidade o que deve fazer para defender as minorias no Médio Oriente, especialmente os cristãos”.
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