quarta-feira, 23 de março de 2022

P de PAZ / comme Paix

 

                                P DE PAZ

PAX IN LUMINE : é esta a divisa da Abadia de Barroux ( *) . A paz  brota, pois, de uma luz. Mas que luz é essa capaz de produzir tal fruto? É a humildade , o coração da Regra de S. Bento. A humildade é uma luz que pacifica , pois que pondo-nos no nosso devido lugar sob o olhar de Deus põe  tudo em ordem na nossa vida e coloca-nos , assim, na verdade . Encontrar a paz dependerá , assim, da humildade com a qual vivemos em relação com Deus:

1.      Com Deus: nós estamos no nosso devido lugar quando Deus ocupa o primeiro lugar! « Não a nós, Senhor, não a nós , mas ao Vosso nome dai glória.» ( Salmo 113,1). Vejamos se nas grandes como as pequenas coisas do nosso quotidiano Deus é o primeiro a ser servido.

2.      A nós mesmos: « Se em nós algum bem, reportá - lo a Deus e não a si mesmo. Reconhecer- se , pelo contrário, sempre como o autor do mal que está em  si em assumi-lo » ( Regra, cap. 4). Este contemplar verdadeiro sobre si é pacificador pois nos convida a colocar a nossa esperança em Deus somente. Saibamos também que a abertura  humilde e sincera a um  pai espiritual  é o meio  muito poderoso  para encontrar a paz da alma ( Cap. 7, 5º grau).

3.       Aos outros : a verdadeira humildade para com o próximo é de sempre procurar servi-lo . « Ninguém procurará o que julga útil para si próprio mas para o próximo ( cap. 72).

4.      Às coisas: tenhamos a certeza que a ordem , a limpeza e o respeito para com as coisas materiais  contribuem grandemente para um clima de paz no quotidiano. E tudo depende de todos! S. Bento dá-lhe muita importância , pede de olhar « todos móveis e todos os bens do mosteiro como se fossem vasos sagrados do altar ( cap. 31), e que declara que « se alguém trata os bens do mosteiro com descuido ou neglicência, será repreendido» ( cap. 32). Quereremos nós encontrar a verdadeira paz a paz ? Aprendamos a viver na humildade. Sabendo bem que cá em baixo a paz é uma ausência de perturbação mas não de combate!

Dom Ambroise OSB, Mosteiro de Santa Maria “ de la Garde”.

 

(*) – mosteiro francês.

Tradução de C.A.G. ; Nota: a indicação “ cap.” Refere-se a capítulos da Regra de S. Bento.




                                 P comme paix

Pax in lumine : telle est la devise de l’abbaye du Barroux. La paix découle donc d’une lumière. Mais quelle est cette lumière capable de produire un tel fruit ? C’est l’humilité, cœur de la Règle de saint Benoît. L’humilité est une lumière qui pacifie, car en nous mettant à notre juste place sous le regard de Dieu elle remet tout en ordre dans notre vie et nous établit ainsi dans la vérité. Trouver la paix dépendra donc de l’humilité avec laquelle nous vivrons notre relation :

 1. À Dieu : nous sommes à notre juste place quand Dieu est à la première ! «Non pas à nous, Seigneur, non pas à nous, mais à votre nom donnez la gloire.» (Ps. 113,1) Voyons si dans les grandes comme dans les petites choses de notre quotidien Dieu est vraiment premier servi.

 2. À nous-mêmes : « Si l’on voit en soi quelque bien, le rapporter à Dieu et non à soi-même. Se reconnaître, au contraire, toujours comme auteur du mal qui est en soi et se l’imputer.» (Règle, chap. 4). Ce regard vrai sur soi est pacificateur car il nous incite à mettre notre espérance en Dieu seul. Sachons aussi que l’ouverture humble et sincère à un père spirituel est un moyen très puissant pour trouver la paix de l’âme (chap. 7, 5e degré).

 3. Aux autres : la véritable humilité envers le prochain c’est de toujours chercher à le servir. «Nul ne recherchera ce qu’il juge utile pour soi, mais bien plutôt ce qui l’est pour autrui.» (Chap. 72).

 4. Aux choses : soyons sûrs que l’ordre, la propreté et le respect envers les choses matérielles contribuent grandement à un climat de paix au quotidien. Et cela dépend de tous ! Saint Benoît y tient beaucoup, lui qui demande de regarder «tous les meubles et tous les biens du monastère comme les vases sacrés de l’autel» (chap. 31), et qui déclare que «si quelqu’un traite les biens du monastère avec malpropreté ou négligence, il sera réprimandé» (chap. 32). Voulons-nous trouver la vraie paix ? Apprenons à vivre dans l’humilité. En sachant bien qu’ici bas la paix est une absence de trouble mais non pas de combat ! La prochaine fois, P comme pardon.

 Fr. Ambroise OSB-  MONASTÈRE SAINTE-MARIE DE LA GARDE

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