ESPIRITUALIDADE
CAVALEIRESCA o que é isso e tem lugar
aqui e agora?
...O que é que a
Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora diz de si própria?
A MILITIA SANCTAE MARIAE – cavaleiros de Nossa
Senhora, MSM, é uma associação de leigos católicos com uma espiritualidade
cavaleiresca, fundada por aquele que haveria de ser Dom Gérard Lafond OSB,
quando ainda era estudante (c.f. nº 1 de
MEMORABILIA) e mais tarde Dom Abade de S. Paulo de Wisques ( França) e cujo
carisma se define como mariano, beneditino-bernardiano e cavaleiresco. Tem
lugar neste aqui e agora, no século XXI?
A MSM cumpre rigorosamente os critérios de
eclesialidade, tal como foram definidos em “ Christifideles laici” de S. João
Paulo II, Magno , não se perde nada em assinalar este aspecto da MSM. Como os
leitores sabem, são 5 os critérios de eclesialidade, isto é, que se está
inserido realmente na Igreja, tal os elecou S. João Paulo II, Magno, na “ Chritifideles laici” :
1.
Primado
dado à vocação de cada cristão à santidade;
2.
A
responsabilidade de professar a fé católica;
3.
O
trstemunho de uma comunhão sólida e convicta, em relação filial com o na
finalidade apostólica da Igreja;
4.
O
empenho de uma presença na sociedade humana.Papa;
5.
A
conformidade e a participação
O seu Fundador, cujo processo
para a sua beatificação está a dar os primeiros passos, deixou uma Regra, um
verdadeiro Directório Espiritual, que vai sendo actualizada pela Constituições
devidamente aprovadas em Capítulo Geral. Além de muitos documentos que legou com o seu pensamento, sobretudo quando,
em Roma, acompanhou a par dos seus estudos, o desenrolar do II Concílio do
Vaticano, Dom Lafond, teve a preocupação de deixar uma Liturgia das Horas, que sucedeu ao
antigo Ofício Menor de Nossa Senhora, de acordo com as instruções do II
Concílio do Vaticano e que finalmente, para uso interno, está editado em edição
bilingue , português/latim.
É bem claro que temos na
Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora uma espiritualidade
própria, mas nunca é de mais aprofundarmos o seu carisma para se ser fiel ao
espírito que guiou o seu Fundador. Assim, apesar da escassa literatura sobre o
tema, a espiritualidade dos cavaleiros, literatura séria que rareia, recomendo
vivamente a todos os meus Amigos e
leitores em geral que leiam e meditem
uma obra fantástica sobre o tema e que é: «Le MIROIR DE LA CHEVALERIE – Essai
sur l`spriritualité chevaleresque», de Pascal Gambrasio d `Asseux ( Edicção de
TéLètes, 2015). O autor, no Prefácio ( pág. 17) afirma: “ Este livro, como o
subtítulo o define, tem por único objectivo tentar uma abordagem do que
constitui a alma cavaleiresca, do que confere a sua identidade espiritual no
seio do cristianismo e tipifica pois o seu modo de oração e de acção….”. o
autor , com o apoio constante das Sagradas Escrituras, indica-nos os parâmetros
espirituais, morais e religiosos, para a acção, de um cavaleiro do século XXI.
É corrente a ideia e o pré- conceito de que este tema e esta forma de carisma
está ultrapassado e que só um bando de nostálgicos, “ cabides de procissão” ou
nefelibatas que só pensam numa ordem política e social medieval carregada de
brasões falsos, verdadeiros ou ambos à mistura adopta com forma de exibição
pública da sua vaidade e, tantas vezes, vacuidade.
Pascal Gambirasio d`Asseux
aponta-nos qual o caminho que devemos seguir se se quer ser verdadeiro MILES e não figuras
decorativas ou “ cabides de procissão”, o que se for o caso, desvirtua e perverte
o espírito cavaleiresco e quem trilhar por essas veredas espúrias trai o que é
o carisma único que encerra a verdadeira
cavalaria.
«Le MIROIR DE LA CHEVALERIE» é uma obra
fundamental para leitura ruminada que sugiro a todos os meus Amigos e
leitores que querem aperfeiçoar o carisma mariano, beneditino-bernardiano e
cavaleiresco. Quem tem dúvidas sobre a actualidade deste serviço de “ acção
católica”, deve ler este livro que está extremamente bem fundamentado e ajuda a
desfazer preconceitos que remetem este carisma para os nebulosos tempos do
passado quando, o presente e os desafios que põe aos cristãos, convocam para um
“ bom combate” já não de espada e a cavalo, mas com ideias estruturadas e
coerentes com o Evangelho.
Pascal Gambirasio d Asseux, na
obra citada ( pág. 13) diz: “ a vocação do cavaleiro inclui restaurar o
sagrado em si próprio e levá-lo ao mundo…”. Só assim se pode construir uma
“ Igreja em saída”: primeiro convertermo-nos para depois converter o mundo. É
este o desafio, afinal , para todos os cristãos que o Baptismo convoca para
serem apóstolos .
“ A cavalaria é uma via
espiritual perene( …) “ Neste tempo de confusão mental e de perversidade moral
, de discursos manipuladores e falsos, de cinismo crepuscular e arrogante , de
violência contra o Espírito e , assim, tragicamente suicidário, o espírito da
cavalaria , contudo, perdura e mantém através daqueles que hoje ,mantêm as
virtudes evangélicas que animavam os cavaleiros de outrora.”( f. o.c.
pág18) . A Cavalaria “ é um estado, não
uma condecoração ou um privilégio…”. Se são muitas as situações de
vacuidade, o espírito que a caracteriza não é esse. Define-se por um verbo:
SERVIR. Servir os mais pobres, servir os valores que fizeram a nossa
civilização e, sempre, servir Deus nos nossos irmãos e em toda a criação
ameaçada.
«O nosso mundo vive,
deveríamos dizer agoniza neste “ clima” sinistro. A cavalaria , contudo,
permanece uma das últimas forças de luz que podem sanear este ar viciado e
vicioso» ( C.f. o.c, pág. 175).
Carlos Aguiar Gomes
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