quinta-feira, 10 de novembro de 2022

SILERE NON POSSUM nº11

 

SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 11

 

                      BRAGA – 10 de NOVEMBRO de 2022

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:

 

«Lá vamos, cantando e rindo
Levados, levados, sim … »
( Hino da Mocidade Portuguesa)

 

  … Era assim que começava o Hino da Mocidade Portuguesa, cuja letra se deve a Mário Beirão com melodia de Rui Correia Leite, de 1937. Hino que hoje é odiado mas francamente vivido por autênticos alienados que caminham sem olhar o desastre que está a acontecer à nossa volta: cantando e rindo.

… É assim que todos nós, neste ano de 2022,vamos rumo … ao precipício que ninguém está a ver ou se recusa a ver por comodidade e/ou indiferença perante um mundo em plena hecatombe moral, ética, política e económica. Vamos cantando (em inglês mais ou menos mal pronunciado) e rindo como boçais em circo reles.

   Dou um exemplo gritante desta alienação colectiva que «meia dúzia» de ideólogos domina e impõe com maestria: a generalização do pensamento «woke» e da chamada «Teoria do Género» e o silêncio bovino dos educadores, sobretudo dos pais, primeiros e principais educadores dos seus filhos. Este tema preocupa-me mas preocupa-me mais o dito silêncio de quem deveria já ter saído para a rua manifestando a sua indignação perante o que se está a passar nas escolas de todos os níveis e onde os docentes também andam passivos tangidos por aguilhões manejados pelo Ministério da « Educação». Onde estão, por andam os pais deste país quando em muitas escolas se distribuem pelos miúdos livros verdadeiramente pornográficos na Disciplina dita de “Cidadania”. Um exemplo? São tantas as escolas de todos os níveis a impor livros com carácter, posso afirmá-lo, pornográfico!...Já vi livros assim!  

  Por natureza e com esta idade já não mudo e defino-me como um «interventor social» que desde há muito, muito tempo, estou atento ao que se passa à minha volta e como posso e sei intervenho com os recursos que tenho. Assim, como posso ficar indiferente face ao descalabro, sem ruído, que desaba à nossa volta? Como posso ficar «mudo e quedo» com o que sei que se passa nas escolas quanto à «educação» que dão às crianças e jovens, dizendo que cada um de nós tem o género que, num determinado momento, acha que tem? Como posso não protestar, por exemplo, com a abolição das casas de banho para rapazes e raparigas, passando a ser todas «unissexo» e vejo os pais calados? Como podem estes tolerar o intolerável? Como posso interpretar o silêncio, que é cúmplice deste desaforo?

   Repito a pergunta: Onde estão e por onde andam os Pais? Sabem estes o que se passa nas escolas que seus filhos frequentam, mesmo nas que são propriedade de organizações católicas?

   Bem sei que os “polícias do pensamento único” andam vigilantes e activos como a «Polícia dos Costumes» do Estado teocrático do Irão actual e ameaçam quem não segue o que vai naquelas «cabeças iluminadas»  e estão presentes e activos em todos os centros de decisão e de informação . Creio que a Pide não chegava a tanto! Talvez o KGB seja o modelo desses agentes de demolição da nossa Cultura. Mas não podemos ter medo! Se recuarmos tremendo” com receio de represálias, mais “ eles” avançam! … E não usam marretas nem picaretas! As ideias que impõem, em nome da modernidade, passam subtis, ou nem tanto, em nome do avanço civilizacional contra os “ fascistas”, “ machistas”, “ falocratas”, patriarcalistas”, e outros epítetos insultuosos para com quem não pensa pelo “ politicamente correcto”, o deles!

«…gemendo e chorando neste vale de lágrimas» , como se reza na Salve Rainha não resolve problemas é verdade mas seria sinal de que estaríamos a dar conta da catástrofe que nos cerca. Mas já poucos gemem e choram neste vale de lágrimas! A maioria dos nossos concidadãos prefere “ cantar” e rir” num triste retrocesso cultural que está a abalar as bases da nossa Civilização deixando destruir o que já muito pouco resta em absoluto estado de indiferença. Tristes tempos.

«…Levados, levados, sim …»

 

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes, Braga, 10.XI.22

  

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