SILERE NON POSSUM
(Não me posso calar – Sto Agostinho)
“Para
destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (
Alexandre Soljenitsyne)
Carta aos meus
amigos – nº 14
BRAGA – 1 de
DEZEMBRO de 2022
+
PAX
Caros Amigos:
Antes de tudo, quero
agradecer os inúmeros testemunhos tão simpáticos e animadores que me têm sido enviados por Amigos a
propósito destas minhas despretensiosas Cartas semanais . Estas partilham com
os leitores-Amigos algumas das minhas
inquietações face a uma sociedade que se vê dia-a-dia apodrecer perante o
silêncio cúmplice da maioria dos meus concidadãos, com honrosas mas raras
excepções.
Assistimos no chamado Ocidente e muito
particularmente na Europa a uma sistemática e contínua lavagem ao cérebro de
todos nós manipulando palavras, esvaziando-as do seu autêntico sentido, criando
o que Georges Orwell chamou de novilíngua e/ou divulgando massivamente
conceitos societais artificiais e completamente deslocados da nossa cultura e,
verdadeiros atropelos à Ciência, livre e independente das elucubrações
ideológicas que invadiram políticos, docentes, comunicadores sociais, etc.
Nesta Carta queria comentar convosco uma
notícia que deixou absolutamente atónito. E que tomei conhecimento pelo jonal
ABC ( Espanha).,(edição digital
de 26.XI.22, às 10h17m)
« O Governo
de Espanha vai aprovar um projecto-lei que definirá 16 ( DEZASSEIS!) modelos de
famílias», segundo revelou em exclusivo àquele diário espanhol, a Ministra Dos “Direitos
Sociais e Agenda 2030”, Ione Belarra. Que modelos esta esclarecida Ministra vai
impor a todos os espanhóis e que muito brevemente cá vai chegar:
1. “
Transnacional”, quando algum dos seus elementos vive fora do território
nacional;
2. “ Intercultural”, quando os seus elementos
procedem de ambientes ou etnias diferentes;
3. “ Biparental”,composta por duas pessoas unidas
ou que já o estiveram, por vínculo matrimonial ou como par e em união de facto
e seus descendentes comuns ou não;
4. “ Reconstituída”, quando um ou ambos do
par têm filhas ou filhos de uniões
anteriores;
5. “ Retornada” , quando um dos seus elementos
de cidadania espanhola durante o primeiro ano depois do seu regresso a Espanha,
tendo residido pelo menos um ano no exterior;
6. “ Jovem”, formada por uma pessoa menor de
29 anos e seus descendentes ou por duas pessoas menores de 29 anos unidas por
vínculo matrimonial ou união de facto e seus descendentes;
7. “ Monomarental” ou “ Monoparental” por uma
só pessoa progenitora, mulher ou homem;
8. “ LGBT homoparental” e “ homomarental”,
composta por pelo menos, uma pessoa pertencente a algum dos colectivos LGBTI (
pessoas lésbicas, gays, trans, bissexuais, intersexuais ou pertencentes a
outras minorias sexuais ou de género) ou duas pessoas do mesmo sexo ou género
unidas por vínculo matrimonial ou em união de facto;
9. “ Imigrante”; grupo familiar em que todos
ou alguns dos seus integrantes se estabeleceram em território nacional
procedentes de outro país.
10. ETC!...
Ufa! Já estava cansado e baralhado com o produto da imaginação da citada
Ministra espanhola!
Que posso concluir desta proposta orwelliana sobre a família? Trata-se
da “ descontrução” total do conceito que chegou até hoje sobre a Família. O que
essa criatura do Governo espanhol e seus sequazes pretende é apagar o conceito vigente e
natural de Família.
Destruir tudo o que nos associe a uma família composta por Homem,
Mulher, descendentes e ascendentes e colaterais (estes foram apagados) da “
construção social” de sua excelência sem excelência nenhuma!
Até o meu computador me assinala erro em palavras da novilíngua, como
monomarental!
Ah! Este projecto vai ser obrigatório em todas as escolas de Espanha
onde deverá constar do perfil escolar para todos os alunos, alunas e alunes!
Todos devem seguir o “ catálogo” desta ministra (como esta palavra, neste
contexto, se confunde com sinistra). Toda a administração pública tem de seguir
esta linguagem e os próprios pais não podem opor-se a que os seus filhos,
filhas e filhes recebam esta formação! Aliá impõe-se que toda a documentação
destinada aos alunos terá de seguir este “ vademecum”. Inacreditável mas
verdadeiro! O Estado Espanhol, aliás como outros ditos democracias que se
aprontam, perante políticos e pais calados como ratos, para fazerem “ copy
past” desta “ luminosa ideia” que nos chega de Espanha.
Já
está implantada na linguagem de muitos dos meus concidadãos a arquitectura
linguística da chamada “ Teoria do Género”. Desconstrói-se a Pessoa Humana,
criando dezenas, sempre a aumentar , de
géneros, abolindo a gonocoricidade do espécie humana – Homo sapiens - tal como ela
é definida pela Biologia e não pela dita
“ Engenharia social” que impõe pelo terrorismo do pensamento woke uma
visão errónea da nossa corporeidade bio- psico - social.
Agora vai-se à Família, alicerce de toda a civilização!
Tomo a liberdade de lembrar aos meus pacientes leitores-Amigos que, sem
dúvida, que hoje e sempre, o combate político foi e é indubitavelmente e
prioritariamente um combate cultural. Olhemos com alguma atenção, por exemplo,
o campo da publicidade, da música ( sobretudo ligeira), da poesia, do teor de
artigos dos articulista “ fazedores de opinião” em grandes meios de
comunicação, dos entorses provocados na nossa língua ou do cinema e teatro e
até da moda. Estes são campos preferenciais para directa ou subliminarmente
criar uma nova cultura propicia à ditadura woke, política pois.
Para
terminar esta Carta, chega denunciar este ataque feroz e tresloucado contra a
Família?
Não, de todo. Temos a obrigação de denunciar e contestar, com lógica,
esta barbaridade civilizacional. Impõe-se uma vigilância activamente actuante.
SILERE NON POSSUM!
Carlos Aguiar Gomes
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