sábado, 18 de março de 2023

SILERE 28

           



      VALHO MENOS DO QUE UM RATO?



                 SILERE NON POSSUM

             (Não me posso calar – Sto Agostinho)

  “Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

              

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 28            

                           

                        BRAGA , 9 -  Março - 2023

 

 

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PAX

 

« DEZOITO MESES DE PRISÃO POR MATAR UM RATO e entretanto facilita-se tudo para fazer um aborto!» ( Mons. Bernardito Auza, Núncio Apostólico em Espanha)

 

« … a sociedade precisa de crentes humildes que com valentia e firmeza  manifestem  as suas convicções, porque Deus merece que os Seus filhos O glorifiquem com gestos, palavras e obras …» ( Mons. Francisco Pérez, Arcebispo de Pamplona, Espanha, 5.Fev. 23)

 

   Vivemos uma sociedade que está em colapso há décadas e vai de mal a pior. Os exemplos não nos faltam. A crítica que fez recentemente o Núncio Apostólico em Espanha e com que abro esta minha Carta são bem uma triste prova do que acabei de escrever. Mons. Bernardito Auza referia-se à publicação das leis do “ Bem- estar animal» e da reforma da lei do Aborto que foram aprovadas neste mês em Espanha.

   A loucura generalizada que se apoderou de políticos um pouco por todo o lado  não tem limites! Mas, mais grave, os cidadãos eleitores ficam indiferentes e voltam a votar nos mesmos.

   Frequentemente, mas mesmo muito frequentemente, tenho a vontade de deixar «andar» pois tenho a sensação que já nada vale a pena fazer para contrariar  esta tendência suicida do Ocidente. Lembro-me que comecei a luta pela vida no início da década de 70 do século passado! Artigos, livros, conferências, debates, programas de rádio, oração…Servi-me de todos os meios ao meu alcance e com as minhas enormes limitações. Foi por causa desta luta que travei conhecimento com o Venerável Jérôme Lejeune!

  Assim, o cansaço atingiu-me. Sinto-me frustrado e quase tentado a escrever que … perdi o meu tempo. Contudo … a minha consciência impele-me a não parar contrariando a minha vontade de deixar a destruição acabar ( acabará algum dia?) o seu trabalho.

  Li a homilia do Arcebispo de Pamplona de que cito em exergo uma curta passagem. Porém, este Arcebispo corajoso e fiel ao ensinamento de sempre da Igreja, indo contra a corrente, ad intra e ad extra da Igreja ( a confusão instalou-se ao mais alto nível!) disse mais nesta referida homilia. Transcrevo algumas passagens, aquelas que me tocam mais:

1.      « Estar apegado às coisas da terra, às vezes paralisa-nos e impede-nos de ver muito mais alto. No momento actual manifestar que somos cristãos resulta- nos difícil e podem ridicularizar-nos.»

2.      « Não podemos cair na tentação da cobardia e muito menos pensar que o crente é um parasita da própria sociedade. Frequentemente querem-nos convencer de que é assim e tal não está certo.»

3.      « Sem Deus o homem perde a sua grandeza, sem Deus não existe o verdadeiro humanismo( Bento XVI).»

4.      « Na nossa época , a infracção da lei natural é frequentemente percepcionada como uma conquista do progresso ( C.S. Lewis). E isto é muito grave porque a natureza cobra-se sempre seja para o bem seja para o mal.»

Sim, de facto, não podemos cair na tentação da cobardia. De cobardes está o mundo cheio!

  Desde quando um rato ou outro animal qualquer vale mais do que um bebé por nascer? Não podemos calar esta inversão de valores nem deixar atacar a VIDA HUMANA, sobretudo a mais indefesa. É verdade que devemos respeitar todas as criaturas Não por elas próprias mas por respeito para com o Criador, Deus, mas colocando cada qual no seu lugar. Estamos a entrar numa sociedade de loucos em que um rato, um piolho ou um percevejo , criaturas que nos causam tantos danos, passam a ter mais protecção do que a Pessoa Humana! Que sociedade bovina é esta?

   Parafraseando o Arcebispo de Pamplona temos de nos armar com “valentia e firmeza manifestando  as   nossas convicções”, a tempo e a contra-tempo, para enfrentar a guerra que nos declaram ferozmente contra o Direito Natural e a Lei Divina!

   Podemos calar? Podemos ficar indiferentes como lorpas que não entendem ou não estão para se maçar face a esta guerra entre a Vida e a morte?.

   … Por mim não me posso calar apesar da fadiga e da exaustão a que me leva a repetição das minhas convicções mais profundas pela VIDA há tantas décadas!

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes- 

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