segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

SILERE 77

 

A LIBERDADE ASSUSTA QUANDO SE PERDEU O HÁBITO DE A USAR ( Robert Schuman)

    

 

     SILERE NON POSSUM

         (Não me posso calar – Sto Agostinho)

          Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.”

                                     (Alexandre Soljenitsyne)

 

              

                  

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 77        

                         BRAGA , 15 – FEVEREIRO - 2024

 

 

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PAX

 

 

 

Portugal tem medo da Liberdade? Então não vamos comemorar 50 anos do “ 25 de Abril”? … Mas temos medo e de que modo! Por exemplo? Quando não somos capazes de nos mobilizar pela Liberdade de Educar por parte dos Pais. Continuamos a ter um Ensino tendencialmente e efectivamente estatista. Esta Liberdade humana, exarada na Declaração Universal dos Direitos do Homem e até na nossa Constituição, é desprezada no nosso país. E pelos pais!

Em pleno período eleitoral, que tenho acompanhado com algum cuidado, já ouvi e vi debater muito sobre o Ensino, carreira docente e outras coisas afins mas muito pouco sobre o exercício da liberdade de educar. E há opções para todos os gostos. Porém, não vi (estarei distraído?) que se tenha defendido a Liberdade de escolha de escola por parte dos Pais e Encarregados de Educação em IGUALDADE DE CIRCUNSTÂNCIAS com insistência e clareza. Não posso deixar de lamentar.

No suplemento LUZ, de 9 de Fevereiro corrente, do semanário “ NASCER do SOL”, Inês Teotónio Pereira, num acutilante artigo – “ A IDEOLOGIA E OS COLÉGIOS” – faz uma defesa muito bem estruturada da Liberdade de Educar que não existe em Portugal para todos os cidadãos.

Escreve, no citado artigo a autora: Ideologia na educação levou à criação de um sistema perverso: quanto pior é a escola pública maior é a fuga para os privados. Mas só podem “ fugir” os que têm dinheiro, o que é uma discriminação intolerável! Tanto mais intolerável quanto mais os políticos passam a vida e o tempo a “ falazar” sobre uma “ sociedade inclusiva” que chega ao extremo prático de obrigar à aplicação da ideologia do Género e do Cancelamento como doutrina oficial do Estado que fazem lembrar o nazismo e o comunismo.

Esta “ guerra cultural” travo-a há mais de cinco décadas e já não tenho novas ideias ou argumentos novos. Recordo que, acabado de vir da Guiné ( 1972), onde durante dois anos cumpri o Serviço Militar Obrigatório, a primeira palestra que fiz, no Porto, foi precisamente, sobre este tema. Que mais terei a acrescentar? Repetir-me pois a situação não só não melhorou como se afunda cada vez mais! Dizia Voltaire: “ Menti, menti, que da mentira algo há-de ficar!”. Creio que o mesmo se aplica à verdade, sobretudo quando esta faz parte do Direito Natural, como é o caso vertente: os pais são os primeiros e principais educadores dos seus filhos e o Estado tem um papel subsidiário e colaborar com os pais no exercício desse direito e não a substituí-los. O estado só deveria criar as condições de liberdade de opção como o faz noutros campos como os media. Que direito têm os políticos de decidir como educar as novas gerações?

Infelizmente, não tenho assistido a movimentos de massa a lutar pela LIBERDADE DE EDUCAR, mau sintoma que se manifesta nesta Democracia doente.

Nunca deveríamos deixar que o Estado se substitua aos pais neste campo que é o de preparar um futuro mais livre e plural. Criança não é frango de aviário nem truta de aquário!

Que Democracia é esta que, entre outros campos,  obriga a pagar os impostos que pagam (muito mal) o ensino público de que nem todos usufruem e optar pelo ensino privado/cooperativo pagando outra vez aqueles que , no seu direito, fazem outra opção? Está mal este país, também neste campo, um campo de futuro. Os nossos eleitores têm consciência deste abuso cometido pelo Estado de ser e assumir-se abusivamente de ser o educador das crianças e jovens?

Como disse um dos pais fundadores da Europa moderna, Robert Schuman:

«A Liberdade assusta quando se perdeu o hábito de a usar».

Nunca me calei sobre este tema. A Liberdade não me assusta nem nunca me assustou. Nunca perdi o hábito de a usar!

… E não é agora que me vou calar.

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes

 

 

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