terça-feira, 23 de abril de 2024

Há um tempo para falar e outro para calar.”

 

“Há um tempo para falar e outro para calar.”

                                          I

Antes de Portugal existir já no seu território circulava a Regra de S. Bento de Núrsia, Pai e Padroeiro da Europa. Por exemplo, A Condessa Mumadona deixou em testamemto ao mosteiro que fundou em Guimarães, a Regra do Santo Patriarca.Depois, com Portugal já formado, desde menininho, começaram a enxamear os mosteiros que seguiam, exclusivamente, a Regra de S. Bento. Os mais antigos conheciddos foram o de Rates (Póvoa de Varzim) , Vimieiro ( Braga) e S. Julião ( Coimbra). Quando o “ Mata frades”, António Joaquim de Aguiar, decretou a extinção das ordens religiosas, 28 de Maio de 1934, havia em Portugal 18 mosteiros que seguiam a Regra de S. Bento, sem contar os mosteiros de Cister ( Fiães – Melgaço,Sta Maria de Bouro- Amares, etc). Recordo que o nosso Parlamento foi o mosteiro de S. Bento ou que a estação de S. Bento, no Porto, era , igualmente mosteiro beneditino.

Como não referir a devoção popular ao santo de Núrsia? Basta lembrarmo-nos de S. Bento da Porta Aberta ( Rio Caldo- Terras de Bouro), o segundo santuário português mais visitado depois a de Fátima ou o santuário do mesmo nome de Cossourado ( Paredes de Coura) ou o de S. Bento das Peras em Vizela? A devoção a S. Bento entre nós é muito grande! … Até há peras chamadas de S. Bento! Como não agradecer aos monges de S. Bento ( nas sua duas principais vivências, cluniciacenses e cistercienses) , por exemplo as laranjas de Amares, Ermelo ( Arcos de Valdevez), os vinhos do Douro e, talvez o nosso fabuloso “ alvarinho” ou a maçãs de Alcobaça?

Mas não podemos e muito menos devemos esquecer ou ignorar o contributo fabuloso que os filhos espirituais de S. Bento, monges negros ( por causa da cor preta do seu hábito) ou dos monges brancos ou bernardos ( cistercienses, de hábito branco) ou das ordens de cavalaria que ajudaram a fazer Portugal como a de Avis ( seguidora da Regra de S. Bento) ou a Ordem de Cristo cujo papel nas Descobertas foi decisivo.

A Europa e nela Portugal devem aos beneditinos e cistercienses , ambos seguidores da Regra Santa de S. Bento muito da sua identidade e do seu património agrícola, gastronómico, cultural, musical, arquitectónico, etc,

No sentido de divulgar esta herança e o muito que ainda podemos usufruir de a aplicar no nosso quotidiano, mesmo civil, a Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora, também ela herdeira de S. Bento ( o seu fundador, em 1945 lançou mãos à criação desta instituição) fundou um departamento a que chamou STUDIUM GENERALE, um centro de estudos, de que transcrevo algumas passagens da sua Carta Fundador

« O “Studium Generale de   ESTUDOS BENEDITINO- BERNARDIANOS” – SGEB -  fundado pelo Priorado de S. Nuno da Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora, em homenagem ao Papa Bento XVI, é um centro para o estudo e investigação  de temas relacionados sobre o papel e a influência de S. Bento de Núrsia, de S. Bernardo de Claraval, de outros santos inspirados em S. Bento de Núrsia e  do Papa Bento XVI , da sua herança espiritual, cultural, artística, política, ecológica  e económica na construção da Europa e da Cultura Ocidental e da sua importância na actualidade.

O SGEB dará uma particular atenção à influência da espiritualidade beneditina - bernardiana em algumas Ordens cavaleirescas como a de S. Bento de Avis e, na actualidade, a Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora.

 

SGEB terá como acção prioritária o estudo, formação e a sensibilização da comunidade para a obra legada pelos filhos espirituais de S. Bento, monges ou leigos das diversas famílias de filiação beneditina, a sua importância e influência através dos tempos até à actualidade. O SGEB é uma fundação do PRIORADO DE S. NUNO (Portugal), da MILITIA SANCTAE MARIAE – Cavaleiros de Nossa Senhora e dele dependente com o aval e plena concordância do Mestre da Militia Sanctae Mariae.

O SGEB estimula o progresso na investigação e estudo em todos os domínios que a justificam como um verdadeiro centro de estudos caracterizados pelo rigor científico e pelo respeito absoluto pelos seus princípios fundadores.

O SGEB não está nem estará vinculada a qualquer partido ou associação política.

O SGEB não tem fins lucrativos e todos os cargos serão exercidos em espírito de voluntariado.»

O contacto com o STUDIUM GENERALE é sgebb-msm@gmail.com

Para terminar: conhecer o espírito e a sabedoria da Regra de S. Bento é ajudar a construir um Portugal mais justo, desenvolvido e respeitador dos frágeis.

Carlos Aguiar Gomes

 

 

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