“Há um tempo
para falar e outro para calar.”
IV
… Pois é! Esta democracia portuguesa e
europeia está profundamente doente. Foi atacada violentamente e de forma
epidémica por um vírus chamado “Cancelamento” que usa um estilo de comunicsção
intempestiva e agressiva que amedronta os mais corajosos dos humanos: Discurso
de ódio! Discurso de ódio é um verdadeiro anátema lançado contra quem não pensa
do mesmo modo do politicamente na moda.
DISCURSO DE ÓDIO é tudo o que nos dizem quando
ousamos expressar-nos oral ou verbalmente em desacordo com o “ politicamente
correcto”. Assim, se eu disser, por exemplo, que os sportinguistas são verdes
como os lagartos, um sportinguista contaminado por aqule vírus que se alastrou
em toda a sociedade, dirá, ameaçador:” Discurso de ódio! ”. E toda a gente
treme de medo. Os sportinguistas não são lagartos (discurso de ódio) e os
lagartos, não serão verdes porque EU quero, dirá o meu interlocutor (cancelamento),
por exemplo! Quem ousar contrariar este absurdo, faz um “ discurso de ódio”. Se
o António, um miúdo de 6 (seis anos), por exemplo, disser que é Eufémia e que
todos assim o devem tratar,que remédio satisfazermos essa opção de “ género”,
como se diz. Caso contário, é DISCURSO DE ÓDIO. Assim estamos. Regressou a
censura política, cultural e outras formas de censura! Como nunca houve,
registemos esta afirmação.
Acompanhei alguns dos “ debates” entre
candidatos às eleições para o Parlamento Europeu e que medonho espectáculo eu
vi e a que raramente cheguei ao fim! De facto, o que vi e ouvi, decepcionou-me
imenso e deu-me vontade de não ir votar. Fiquei com a ideia de que não se pode
discordar do que pensa certo sector da nossa sociedade política e que faz tudo para
impor um pensamento único. Irei votar, contudo!
Para mim os lagartos são verdes e não são
azuis ou amarelos. Nunca serão da cor que o “ politicamente correcto” me quer
impor. O António é um rapaz mesmo que corte todos os seus “ apetrechos” masculinos
(a culpa é do cromossoma Y presente em todas as suas células somáticas, queira
ou não, capado ou não!).
E o que acho penoso, altamente penoso, é
ouvir chamar de “ extrema-direita” um partido que não lê pela cartilha corrente
(tem esse direito, é isso a Democracia) e não ser herdeiro dos milhões de
mortos que os “ camaradas” (palavra que está a cair em desuso) são herdeiros
directos e dilectos a quem nunca ouvi chamar de extrema- esquerda. Vivemos,
assim, por imposição numa democracia “ manca” e falsa. Doente. Doente e “
aleijada”. Nem com muletas já se endireita!
Onde está a liberdade de expressar o seu
pensamento, mesmo discordante de uma quase maioria, de alguns cidadãos?
Cercear, seja como seja, a liberdade de cada um exprimir o seu pensamento é uma
forma dominante de totalitarismo hoje vivida pela “ Cancelamento “ e wokismo
cada vez, mais influente, prepotente e arrogante.
Se
alguns discordam das ideias de um grupo, só tem um remédio: expor as suas
ideias de forma coerente, educada e convincente e que ganhe o melhor. O insulto
é o argumento dos fracos, não duvidemos.
Não é a democracia um
sistema político que privilegia a liberdade de pensamento e de o expressar
respeitando sempre os outros na sua diferença?
Uma democracia que vive de insultos, ameaças
ou de mentiras ou meias verdades, não é democracia. É um arremedo. Assim
vivemos nós.
Bem sei que já vivemos períodos democráticos
(?) mais turbulentos e violentos: a 1ª república comandada por Afonso Costa:
insultos, assassínios, pancadariagreves e bombas diárias. Por isso acabou e desembocou
num largo período autocrático. Será que nos estão a empurrar para qualquer
coisa do género?
Lamentáveis estes tempos de vivências de um
projecto tirânico em curso, apesar de nem sempre estar bem camuflado.
Caro leitor, veja e oiça com atenção o que
se passa nas “ discussões” parlamentares… e para lamentar!
A liberdade é a possibilidade de eu
expressar, como entender, o meu pensamento e de saber ouvir os que não “ afinam
pelo meu diapasão”.
Não vivemos tempos de ficar calados! … é que
se eu me calar, outros falarão e não haverá contraditório e ficaremos mais
pobres e escravos.
Carlos Aguiar Gomes
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