domingo, 29 de outubro de 2017

Conciliação trabalho/Família


No actual momento da humanidade, particularmente no chamado Ocidente, devem-se expressar, de forma muito esquemática, algumas pistas que devem merecer particular atenção aos cidadãos engajados na “res publica” e aos cristãos de forma muito particular:

1. A situação da Família, como comunidade estruturante da sociedade, atravessa uma das maiores crises de que há memória na história da humanidade. Um verdadeiro tufão varre a Família, perante a indiferença geral face à tempestade, parecendo esta, muito frequentemente, um montão de ruínas;

2. Alguns referentes a propósito (Portugal):

- a taxa de natalidade, desde 1980, não tem cessado de cair. Estamos em mínimos catastróficos (1,36);

- a taxa de divorcialidade é das maiores do mundo (70%);

- a chamada recomposição familiar cavalga a sociedade, num verdadeiro labirinto de relações frequentemente complicadas perante um relativismo incrível (“Agora é assim. E pronto. Temos de ir com os tempos!”);

- a esperança de vida está, e ainda bem, a aumentar. Os velhos são cada vez mais e a durar muito mais tempo (e até um político teve a “lata” de lhes chamar “a peste grisalha”!);

- a imposição legal da equiparação de formas de convivialidade homossexual ao casamento;

- a promoção legislativa da chamadas “barrigas de aluguer”, onde a muitas crianças é negado o direito de um dia virem a saber quem é o seu Pai e, talvez mesmo a sua Mãe;

- a promoção , como lei, da “Teoria do Género” que apaga a importância das diferenças entre homem e mulher que existem para a complementaridade;

- O aumento das doenças degenerativas está em progressão acelerada;

- cada vez mais há idosos mais isolados da sua família que, em número muito significativo, estão mais afastados do(s) filho(s), quando o(s) há;

- a população residente tem caído assustadoramente, prevendo-se que em pouco tempo seremos metade de hoje;

- o consumismo e imediatismo hedonista prevalecem sobre todos os valores;

- desde há décadas que os políticos e os “fazedores de opinião” se têm ocupado na promoção de políticas anti-natalistas e pró-abortivas. Agora, estão ocupados com o “género”, com a “Teoria do Género” bem destruidora da nossa cultura;

- a sociedade, a nível micro e macro, não está a dar respostas atempadas;

- as IPSS estão estranguladas por um Estado que cada vez mais contribui menos e se torna muito exigente sem contrapartidas;

- o capitalismo selvagem e sem rosto é hoje um verdadeiro esclavagista, sem respeito pela vida das famílias;

- e basta olhar à nossa roda para perceber que este elenco está pobre.

… Perante esta radiografia deficiente, que se espera dos decisores políticos, culturais e económicos?

Que, segundo o sagrado princípio da subsidiariedade, sejam capazes de, efectivamente, promoverem, apoiarem e defenderem uma cultura respeitadora da vida e da Família, sobretudo na sua estrutura natural, apoiando sem reservas as IPSS que estão no terreno, em contacto directo com as realidades.

Que as entidades empregadoras respeitem, sem reservas, o direito de os Pais (Pai e Mãe) terem o tempo adequado para os seus velhos, crianças e adolescentes, paguem os justos salários e se abram ao mecenato social que não tem expressão entre nós. Lamentavelmente. Contrariamente ao mecenato ao futebol.

Aqui ficam alguns indicadores para possível reflexão e acção.

__________________
Carlos Aguiar Gomes
(O autor não acata o chamado AO)

1 comentário:

  1. Infelizmente, concordo com tudo o que li, e o pior é que não estou a ver tomar medidas, para contrariar estas politicas ! Sinceramente, vejo o futuro cheio de incertezas, para mal de todos Nós. Sempre pensei que o progresso tecnológico, fosse uma arma para bem da humanidade ... Mas hoje em dia, cada vez estou mais descrente...Valores já há poucos e, por isso não se olha a meios para atingir os fins!

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