domingo, 20 de maio de 2018

FAKE NEWS: NOTÍCIAS FRAUDULENTAS

Somos seres de comunhão, de relação, de interdependência com os outros a quem nos dizemos e eles se nos dizem. Comunicar-se é socializar-se, é impossível viver sem comunicar. Muitas vezes, o que a palavra não diz é dito por outras formas de linguagem. Ora, a missão da Igreja também é comunicar, servindo-se de todos os meios possíveis. Sempre tomou isso a peito, mesmo que, por vezes, o pudesse fazer melhor e mais eficazmente. O Concílio Vaticano II, através do Decreto Inter Mirifica, estabeleceu o Dia Mundial das Comunicações Sociais, tendo como objetivo primordial chamar a atenção para o vasto e complexo fenómeno dos meios de comunicação social. Quem primeiro comemorou o Dia Mundial das Comunicações Sociais foi o Papa Paulo VI, em 7 de Maio de 1967, já lá vão 51 anos. Desde então, em cada ano, os Papas que se têm sucedido, têm publicado uma bela Mensagem, regra geral na festa de São Francisco de Sales, dia 24 de janeiro, padroeiro dos jornalistas.



Este ano, o Papa Francisco também publicou uma Mensagem sob o tema: “A verdade vos tornará livres” (Jo 8, 32) – Fake news e jornalismo de paz”. Vou procurar resumi-la na certeza de que muitos dos amigos leitores já a leram ou irão ler, basta perguntar por ela a sua excelência o senhor doutor Google que sabe tudo e tem tudo à mão de semear, não sei se também tem algumas fake news...
A expressão fake news, normalmente “alude a informações infundadas, baseadas em dados inexistentes ou distorcidos, tendentes a enganar e até manipular o destinatário. A sua divulgação pode visar objetivos prefixados, influenciar opções políticas e favorecer lucros económicos”. Estas informações apresentam-se “como plausíveis”, são “falsas mas verosímeis”, “capciosas”, “hábeis a capturar a atenção dos destinatários”. Elas apoiam-se “sobre estereótipos e preconceitos generalizados no seio dum certo tecido social”. Exploram “emoções imediatas e fáceis de suscitar”, levando facilmente a que se “morda a isca”. Difundem-se rapidamente graças ao “uso manipulador das redes sociais e das lógicas que subjazem ao seu funcionamento”, de forma que “ganham tal visibilidade que os próprios desmentidos categorizados dificilmente conseguem circunscrever os seus danos”. 

Muitas vezes, as pessoas, “dentro de ambientes digitais homogéneos e impermeáveis a perspetivas e opiniões divergentes”, acabam por se “tornar atores involuntários na difusão de opiniões tendenciosas e infundadas”, revelando “a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio”. 

A desinformação, escondida “por detrás de milhões de milhões de perfis digitais”, baseia-se “muitas vezes sobre discursos variegados, deliberadamente evasivos e subtilmente enganadores, valendo-se por vezes de mecanismos refinados”. É uma espécie de lógica que se poderia definir “como a «lógica da serpente», capaz de se camuflar e morder em qualquer lugar”. É a lógica da serpente do Livro do Génesis (cf. 3, 1-15): sedução, argumentação falsa e aliciante.

A lógica das fake news torna-as “frequentemente virais, ou seja, propagam-se com grande rapidez e de forma dificilmente controlável, não tanto pela lógica de partilha que carateriza os meios de comunicação social como sobretudo pelo fascínio que detêm sobre a avidez insaciável que facilmente se acende no ser humano. As próprias motivações económicas e oportunistas da desinformação têm a sua raiz na sede de poder, ter e gozar, que, em última instância, nos torna vítimas de um embuste muito mais trágico do que cada uma das suas manifestações: o embuste do mal, que se move de falsidade em falsidade para nos roubar a liberdade do coração”.

Francisco cita Dostoevskij que, neste sentido, deixou escrito algo de notável: «Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras, chega a pontos de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo nem ao seu redor, e assim começa a deixar de ter estima de si mesmo e dos outros. Depois, dado que já não tem estima de ninguém, cessa também de amar, e então na falta de amor, para se sentir ocupado e distrair, abandona-se às paixões e aos prazeres triviais e, por culpa dos seus vícios, torna-se como uma besta; e tudo isso deriva do mentir contínuo aos outros e a si mesmo» (Os irmãos Karamazov, II, 2)”.

Para nos defendermos contra o vírus das falsidades é preciso deixar-nos “purificar pela verdade” e, atraídos pelo bem e livres de ambição, sermos “responsáveis no uso da linguagem”.

O Papa Francisco convida “a que se promova um jornalismo de paz, sem entender, com esta expressão, um jornalismo «bonzinho», que negue a existência de problemas graves e assuma tons melífluos. Pelo contrário, penso num jornalismo sem fingimentos, hostil às falsidades, a slogans sensacionais e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para as pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas se comprometa na busca das causas reais dos conflitos, para favorecer a sua compreensão das raízes e a sua superação através do aviamento de processos virtuosos; um jornalismo empenhado a indicar soluções alternativas às escalation do clamor e da violência verbal”.

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Antonino Dias
Vila de Rei, 11-05-2018.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

ILUMINAR CRISES, ANGÚSTIAS E DIFICULDADES


Em plena Semana da Vida, celebrámos o Dia Internacional da Família. Em sinal de presença e de interesse pelo bem das famílias, convido-os a lerem comigo, sintetizando, uns números da Exortação do Papa Francisco sobre a Alegria do Amor. Há famílias que, treinadas e testadas no caminho do amor, “já envelheceram o vinho novo do noivado”. Numa fidelidade “cheia de sacrifícios e alegrias”, tudo foi amadurecendo e, hoje, os seus olhos “brilham com a contemplação dos filhos de seus filhos”. Eles “foram capazes de superar, juntos, as crises e os momentos de angústia, sem fugir aos desafios nem esconder as dificuldades” (AL 231).

As crises da família fazem “parte da sua dramática beleza”. E uma crise superada leva “a melhorar, sedimentar e maturar o vinho da união”, há "uma aprendizagem, que permite incrementar a intensidade da vida comum ou, pelo menos, a encontrar um novo sentido para a experiência matrimonial. É preciso não se resignar de modo algum a uma curva descendente, a uma inevitável deterioração, a uma mediocridade que se tem de suportar” (AL 232). Muitas vezes, quando surge uma crise, “a reação imediata é resistir, pôr-se à defesa por sentir que escapa ao próprio controle, por mostrar a insuficiência da própria maneira de viver, e isto incomoda. Então usa-se o método de negar os problemas, escondê-los, relativizar a sua importância, apostar apenas em que o tempo passe”. Isso, porém, não resolve, “adia a solução e leva a gastar muitas energias num ocultamento inútil que complicará ainda mais as coisas. Os vínculos vão-se deteriorando e consolida-se um isolamento que danifica a intimidade”, a comunicação deixa de existir, e assim, “pouco a pouco, aquela que era «a pessoa que amo» passa a ser «quem me acompanha sempre na vida», a seguir, será apenas «o pai ou a mãe dos meus filhos», e, por fim, “um estranho” (AL 233). Nesta situação, os cônjuges tendem a isolar-se “para não mostrar o que sentem, trancam-se num silêncio mesquinho e enganador”, quando precisavam mesmo de “criar espaços para comunicar de coração a coração”. Mas se nunca se aprendeu a fazê-lo, torna-se “ainda mais difícil comunicar num momento de crise”. Comunicar é “uma verdadeira arte que se aprende em tempos calmos, para se pôr em prática nos tempos borrascosos.” (AL 234).

Há crises mais ou menos comuns em todas as famílias: “quando é preciso aprender a conciliar as diferenças e a desligar-se dos pais; ou a crise da chegada do filho, com os seus novos desafios emotivos; a crise de educar uma criança, que altera os hábitos do casal; a crise da adolescência do filho, que exige muitas energias, desestabiliza os pais e às vezes contrapõem-nos entre si; a crise do «ninho vazio», que obriga o casal a fixar de novo o olhar um no outro; a crise causada pela velhice dos pais dos cônjuges, que requer mais presença, solicitude e decisões difíceis. São situações exigentes, que provocam temores, sentimentos de culpa, depressões ou cansaços que podem afetar gravemente a união” (AL 235).

A estas, juntam-se as “crises pessoais com incidência no casal, relacionadas com dificuldades económicas, laborais, afetivas, sociais, espirituais. E acrescentam-se circunstâncias inesperadas, que podem alterar a vida familiar e exigir um caminho de perdão e reconciliação” (AL 236).
Frequentemente, “quando um cônjuge sente que não recebe o que deseja, ou não se realiza o que sonhava”, pensa que isso lhe é “suficiente para pôr termo ao matrimónio”, não havendo, assim, “matrimónio que dure”. Não raro, “para decidir que tudo acabou, basta uma desilusão, a ausência num momento em que se precisava do outro, um orgulho ferido ou um temor indefinido. Há situações próprias da inevitável fragilidade humana, a que se atribui um peso emotivo demasiado grande”. Assim, por exemplo, “a sensação de não ser completamente correspondido, os ciúmes, as diferenças que podem surgir entre os dois, a atração suscitada por outras pessoas, os novos interesses que tendem a apoderar-se do coração, as mudanças físicas do cônjuge e tantas outras coisas que, mais do que atentados contra o amor, são oportunidades que convidam a recriá-lo uma vez mais” (AL 237). Importante é que se tenha “a maturidade necessária para voltar a escolher o outro como companheiro de estrada, para além dos limites da relação”, que se aceite, com realismo, que não se pode “satisfazer todos os sonhos acalentados”, que se evite pensar que são “os únicos mártires”, que apreciem “as pequenas ou limitadas possibilidades que lhes oferece a vida em família”, que apostem “em fortalecer o vínculo numa construção que exigirá tempo e esforço”, que reconheçam “que cada crise é como um novo «sim» que torna possível o amor renascer reforçado, transfigurado, amadurecido, iluminado” (AL 238).

Muitas das dificuldades surgem nas famílias “quando um dos seus membros não amadureceu a sua maneira de relacionar-se, porque não curou feridas dalguma etapa da sua vida”, quando a infância e a adolescência foram mal vividas no relacionamento com os seus pais e irmãos e nunca se sentiu amado, quando não amadureceu normalmente… Tudo isso acaba “por afetar o matrimónio”, compromete a “capacidade de confiar e entregar-se”, tudo “reaparece e danifica a vida conjugal” e as crises tornam-se mais frequentes e mais dolorosas. Por vezes “as pessoas precisam de realizar aos quarenta anos um amadurecimento atrasado que deveria ter sido alcançado no fim da adolescência. Às vezes ama-se com um amor egocêntrico próprio da criança, fixado numa etapa onde a realidade é distorcida e se vive o capricho de que tudo deva girar à volta do próprio eu. É um amor insaciável, que grita e chora quando não obtém aquilo que deseja. Outras vezes ama-se com um amor fixado na fase da adolescência, caracterizado pelo confronto, a crítica ácida, o hábito de culpar os outros, a lógica do sentimento e da fantasia, onde os outros devem preencher os nossos vazios ou apoiar os nossos caprichos (AL 239). “Isto exige que se reconheça a necessidade de ser curado, que se peça com insistência a graça de perdoar e perdoar-se, que se aceite ajuda, se procurem motivações positivas e se tente sempre de novo. Cada um deve ser muito sincero consigo mesmo, para reconhecer que o seu modo de viver o amor tem estas imaturidades. Por mais evidente que possa parecer que toda a culpa seja do outro, nunca é possível superar uma crise esperando que apenas o outro mude. É preciso também questionar-se a si mesmo sobre as coisas que poderia pessoalmente amadurecer ou curar para favorecer a superação do conflito” (AL 240).

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Antonino Dias
Portalegre, 18-05-2018.

Celebração da Santa Missa na igreja da Lapa (Braga)

COMUNICADO

A Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora (Portugal), informa que a partir do próximo dia 24 de Maio, haverá a celebração da Santa Missa na igreja da Lapa (Arcada – Braga), às 18 horas, todas as semanas, excepto Dias Santos.

Brevemente serão anunciados outros actos de culto naquele templo, nomeadamente
oração pelos cristãos perseguidos, pela unidade da Igreja e pelo Papa e pelas Famílias.

Carlos Aguiar Gomes
(Miles—Pauper et Peccator)

sábado, 12 de maio de 2018

... debate "sereno sério, esclarecido e esclarecedor, aprofundado e humanizador" sobre a eutanásia

"Não se elimina o sofrimento de uma pessoa. É preciso cuidar da pessoa para lhe aliviar o sofrimento com todos os meios possíveis e a qualidade de vida das pessoas e das famílias"
D. António Marto, vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e Bispo de Leiria-Fátima

(ler notícia completa em: https://ionline.sapo.pt/611799)


terça-feira, 1 de maio de 2018

Amor à maternidade - Homilia de D. Jorge Ortiga na eucaristia com a bênção de grávidas

Nesta celebração eucarística procederemos à bênção das grávidas. É um momento que se reveste de singular importância para quem vai ser mãe mas pode tornar-se também numa oportunidade para tomar consciência da alegria de ser mãe e pai.
É com tristeza e espanto que vemos o modo como, hoje em dia, a parentalidade é encarada. Muitas pessoas focam-se, quase exclusivamente, nos problemas e nas dificuldades que os possíveis filhos podem trazem à vida familiar. Parecem ser um estorvo à felicidade e um impedimento à realização de projectos pessoais e laborais. É imperioso inverter esta tendência e suscitar uma nova cultura de apoio à parentalidade. Ser mãe e pai nada retira às suas vidas. Pelo contrário! Oferece-lhes consolações e alegrias de preço incalculável. Basta ver o que acontece por ocasião do nascimento de um novo ser humano. Um bebé, recém-nascido, ou nos primeiros anos de vida, centra as atenções de todos e congrega familiares e amigos numa atitude de verdadeira festa perante a maravilha da vida. Uma criança é sempre motivo de festa e uma força que imprime coragem perante as dificuldades.
Se esta é a experiência que habitualmente os familiares e os pais fazem, importa perguntar qual a razão para a diminuição da natalidade. Conhecemos bem o estado de Portugal e as estatísticas que nos chegam. Em menos de cinco décadas, o número de nascimentos desceu para menos de metade. Nos anos 60 do século passado, os nascimentos por ano atingiram a marca de 200 mil. Actualmente, o número é de menos de 90 mil. Já em 1982 o número médio de filhos desceu abaixo de 2.1. Esta referência é considerada o limite para a substituição de gerações. Na década de 90 (1994), o indicador fixou-se abaixo dos 1.5 filhos por mulheres, o que é um valor alarmante para a sustentabilidade da população e impede a renovação das gerações. Sabemos que actualmente o índice se situa em 1.2. Não serão razões suficientes para preocupar toda a população e a classe política? Seguindo esta tendência, em 2060 ao invés de sermos 10 milhões de portugueses, seremos apenas 7 milhões.
Esta inversão da natalidade desemboca inevitavelmente no envelhecimento da população. Serão muitos os desafios que a sociedade terá, desde já, de enfrentar de imediato. É o caso, por exemplo, da sustentabilidade da Segurança Social. Uma sociedade que não se renova mergulha em situações cuja gravidade nem sempre é possível prever.
O envelhecimento é um fenómeno que atinge todas as localidades, mas particularmente nas regiões do interior. Verifica-se nos concelhos do interior da Arquidiocese uma desertificação generalizada. A diminuição dos nascimentos é uma razão forte mas não exclusiva. Caímos, por vezes, na ilusão de que a beleza paisagística poderá ajudar a fixar as famílias nesses locais. Estou convencido, contudo, que, com a morte dos idosos e na ausência de crianças que se habituem a gostar desses lugares, dentro em breve estaremos diante de um deserto populacional.
Perante esta realidade é de louvar que uma das preocupações estratégicas de um partido consista na atenção à demografia. Estranho, todavia, a solução proposta, mesmo considerando a demografia “como central para o nosso futuro enquanto país”. As políticas de natalidade são referidas só que sublinha-se que é necessário “atrair para Portugal talentos, força de trabalho, pessoas, que, sendo estrangeiros, vivendo noutras partes do mundo” permitam aumentar o equilíbrio demográfico. Segundo esta estratégia, Portugal “precisa de imigração, de atrair talento para resolver o problema da natalidade que poderia e deveria ser resolvido por nós. Há muita coisa que poderíamos e deveríamos fazer”. A classe política, em vez de investir em políticas de aborto, de gestação de substituição (em que algumas normas fundamentais até foram chumbadas pelo Tribunal Constitucional) e tantas outras orientações como a teoria do género, deveria criar estímulos e fazer com que a parentalidade pudesse ser estimada e estimulada. Sei que tudo depende de opções pessoais. Mas estas devem ser implementadas, esclarecidas e devidamente enquadradas num esquema de vida feliz, talvez com dificuldades.
A ideia de acolher imigrantes ou mesmo refugiados e louvável. Só que impressiona ver os nossos jovens, também com tanto talento e capacidades, graças à formação superior na qual o Estado gastou tanto dinheiro, terem de emigrar e procurar uma vida mais digna e humana. A questão do primeiro emprego, sobretudo após o curso universitário, é um problema para muitos jovens. Sem segurança laboral e realização pessoal, como é possível apelar ao casamento, ao aumento da natalidade e ao contributo para o progresso económico e social? A juventude necessita de um espaço onde se possa desenvolver e enriquecer o país.
Ouvíamos S. Paulo alertar os cristãos para o dever de amar as pessoas e as causas não só com palavras mas também com obras. A maternidade e a paternidade necessitam de ser verdadeiramente acarinhadas. Só assim as dificuldades serão ultrapassadas e não ficaremos reféns da lógica dos dados estatísticos. Defender a parentalidade é defender o futuro da nossa sociedade.
É precisamente do futuro que hoje falamos. Nesta eucaristia estão presentes 35 casais que se preparam para o matrimónio. Louvo a coragem de pararem para reflectir sobre o vosso noivado, a vida em conjunto, os sonhos e o futuro. O matrimónio é um passo sério e um sinal de maturidade humana e cristã. Tiveram oportunidade de conversar com casais na mesma situação mas sobretudo de aprender com a experiência dos casais mais velhos. Auguro que esta tenha sido uma oportunidade para criarem laços de amizade e saberem que podem contar sempre com o apoio da Igreja. A preparação para o matrimónio é apenas o arranque de uma longa caminhada rumo à felicidade e constituição de uma família. Tereis muitas alegrias mas também muitos desafios. Sabei que estaremos sempre cá para vos apoiar.
Às mulheres grávidas aqui presentes gostaria de sublinhar o que Evangelho de hoje nos recorda. A vida do crente assemelha-se à alegria do enxerto. Cristo é a videira e nela está a força e a coragem para nada temer na hora do parto, assim como nos desafios que o primeiro filho ou, o que seria de augurar, o segundo ou terceiro poderá trazer aos pais. Permitindo que a vida esteja enxertada em Cristo nada tememos e deixamo-nos possuir por uma forte esperança que nos assegura que a vitória não é da noite mas da aurora. As sombras poderão ser muitas e densas. A fé afasta o medo e permite que encaremos o futuro com um optimismo que vence todas as dificuldades.
O parto para Maria não foi fácil! Não teve lugar nas estalagens, assim como hoje parece não haver para muitos filhos. Mas que melhor lar do que os braços de uma mãe e de um pai? Esta é o verdadeiro lar de um criança.
Caríssimas mulheres grávidas, que Maria, a Senhora do Ó, a Senhora da Esperança, vos abençoe e esteja convosco para viverdes este momento de emoções e de sentimentos de beleza ímpar.
† Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz

La situation en Syrie/ A SITUAÇÃO NA SÍRIA

  En raison de l’actualité en Syrie, nous avons interrogé Benjamin Blanchard, directeur général de   SOS Chrétiens d’Orient   : Après une ré...