quarta-feira, 24 de outubro de 2018

SERÁ “MAÇÃ-DE-ADÃO” OU TESTÍCULO?

Os concursos televisivos podem bem ser uma radiografia do país, onde, em princípio, vão os melhores concorrentes.

Será?

Um dia destes, vi um famoso destes passatempos da noite com que nos ocupam as televisões. Foi colocada à concorrente, que podia apoiar-se três vezes num “auxiliar”, uma questão absolutamente elementar. Eram adultos jovens. Devem ter frequentado todo o ensino secundário. Entre as 12 questões do citado concurso, foi-lhes colocada a tal questão: “Qual destas palavras é sinónimo de gâmeta masculino?". Questão absolutamente elementar. Básica para quem vive inundado de sexo, educação sexual, pílulas do dia seguinte e outras, de preservativos, de filmes e séries eróticas, de “direito” ao aborto. Também de relações sexuais cada vez mais precoces… E onde os rapazes inundam as raparigas de milhões de espermatozoides e estas são inundadas pelos mesmos gâmetas desde muito cedo.
A opção a identificar era uma das quatro seguintes: pénis, testículo, maçã-de-adão e espermatozoide.

A concorrente foi escolhendo, entre duas hipóteses, errando sempre. Depois pediu apoio ao amigo. A mesma dúvida. Seria testículo sinónimo de espermatozoide?
Um espanto! Uma ignorância tremenda para quem andou nestas escolas portuguesas onde se fala de gâmetas femininos e masculinos e se “ traduzem”, sempre para óvulos e espermatozoides.

Não saber a diferença entre… testículo e espermatozoide… maçã-de-adão e pénis... ou entre pénis e espermatozoide!

O sistema de ensino, na sua vertente educação sexual ficou mal. Muito mal.

Contudo as escolas, as televisões, as revistas ou as redes sociais ocupam-se desalmadamente de sexo. Será mesmo sexo e educação sexual? Ou será baralhar as crianças e jovens sobre a sua real identidade biológica? Será usar o tempo todo de que se dispõe para ensinar a colocar bem o preservativo (o “impermeável” que impede os famigerados espermatozoides de chegar às Trompas de Falópio que não são instrumentos musicais  que a mulher tem dentro de si) ou para usar a pílula do dia seguinte (um abortivo) quando se suspeita que um gâmeta feminino foi fecundado por um gâmeta masculino (o tal espermatozoide) ou… Ou… Também se gasta o tempo escolar para dizer aos meninos que naturalmente produzem ou irão produzir espermatozoides (gâmetas masculinos) de que , afinal podem não ser rapazes mas raparigas… espermatozóidicas (um neologismo de que me arrogo a autoria) ou tudo ao contrário. Mas, também, que os naturais produtores de gâmetas masculinos, os famigerados espermatozoides, se podem mandar “capar” para não vendo o incómodo pénis e os  pingentes que os produzem se passarem a ver de outro género. Espantoso. Espantoso e dispendioso, já que SNS paga estas intervenções.

E nós, os contribuintes, os pais, pagamos esta ignorância e a promoção desenfreada destes atentados gravíssimos à Biologia e à Natureza. 

Para terminar, permitam-me este grito de alegria: viva o espermatozoide do meu pai que esteve na minha origem. Abençoado gâmeta masculino.

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Carlos Aguiar Gomes

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