Esta Cultura, que já substituiu a anterior em que muitos de nós foram
criados, combate permanentemente e sem
cerimónias, renega e nem quer ouvir, ver ou sentir qualquer referência a esta
herança, é uma Cultura de falência e não vai ter futuro. Mas, também, creio,
que este episódio doloroso faz-me lembrar aqueles foguetes que nas nossas
romarias minhotas terminavam a sessão de “fogo”, depois da girândola final. Pum!
Ruído, fumaça e … uma cana que caía algures. Depois, bem, depois, nada ficava e
o povo debanda(va). Assim esta Cultura de destruição que se instalou e a que
muitos de nós já se resignaram.
… Mas não será bem assim. Ninguém consegue matar a Esperança. Malgrado
os imensos esforços de “ intelectuais” e milhões de euros despejados para esta
“ festança” mortífera, há , sempre quem mantenha acesa a chama da Esperança.
Vem este introito, a propósito de um livro que a Fundação Junção do Bem
teve a gentileza de me oferecer antes de estar à venda nas livrarias. O livro
em questão chama-se “ O FUTURO DO CRISTIANISMO” , da “ Lucerna” e é seu autor a
segunda figura da hierarquia ortodoxa russa, o Metropolita Hilarion Alfeyev que
esteve em Lisboa em meados de Setembro passado e onde assisti a uma brilhante
conferência que então proferiu ( 18 de Setembro, no Círculo Eça de Queirós
sobre o tema : “ O Futuro do Cristianismo na Europa”).
Tive o enorme prazer e a grande honra de assistir a esta conferência e
que integra este livro. Aliás, este hierarca russo fez outra extraordinária
conferência na Universidade Católica e deu uma notável entrevista a Filipe
d`Avillez, da Rádio Renascença. Todas estas intervenções constam deste livro que termina com a Declaração conjunta
de Havana do Papa Francisco e do Patriarca Cirilo da Igreja Ortodoxa Russa.
Este livro, que subscreveria do princípio ao fim, é não só uma análise
correcta e muito bem estruturada da hecatombe que caiu sobre o cristianismo no
Ocidente, como um luzeiro que aponta o caminho. É uma verdadeira “ sementeira
de esperança” de que tanto temos necessidade. E o seu autor é uma voz
autorizada e que vem de uma Igreja mártir e perseguida no século XX .
“ Acreditamos que o Senhor Jesus Cristo, que criou a sua Igreja de
modo a levar a cabo a sua a missão no mundo humano, não nos abandonará com a
sua ajuda todo-poderosa e o seu apoio: « No mundo, tereis tribulações; mas
tende confiança: Eu já venci o mundo! (Jo 16,33 )” ( o.c., pág. 19).
Nesta frase ,do Metropolita Hilarion há esperança que nem sempre vemos
no nosso quotidiano amoral, descrente, relativista e efémero.
A presença do Metropolita Hilarion foi uma lufada de esperança que em
boa hora ficou registada em livro - «O FUTURO DO CRISTIANISMO».
Do Oriente veio luz. É, de facto, do Oriente que veio e virá a LUZ da
luz. Não lhe viremos as costas! Semeemos Esperança voltados para Oriente, pois
quem se volta para Oriente não vira as costas ao povo, está com o povo voltado
para o Sol Nascente.
O Metropolita «orientou-nos» nas suas
intervenções magistrais.
Na realidade entre Católicos e Ortodoxos há muito que nos une,
independentemente dos conflitos internos desta última tradição cristã, que
lamento. Há uma linha mariana que nos liga: de Portugal (Fátima) a Moscovo ou
Kiev nomeadamente. Por isso, não foi por acaso ou turismo que o Metropolita
Hilarion esteve em Fátima. A THEOTOKOS está connosco.
Bem haja à patrocinadora desta edição da Lucerna pela riqueza que
coloca sob os nossos olhos para que a mensagem do Metropolita Hilarion penetre
em nossos corações.
Carlos Aguiar Gomes
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