quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

O FUTURO DO CRISTIANISMO


 
Perante o descalabro a que assistimos atónitos desta Cultura que é a nossa e foi gerada, essencialmente, pelo cristianismo, salta-nos ( a mim salta-me  muito assiduamente!) uma angústia tremenda quanto ao nosso futuro colectivo.

Esta Cultura, que já substituiu a anterior em que muitos de nós foram criados, combate  permanentemente e sem cerimónias, renega e nem quer ouvir, ver ou sentir qualquer referência a esta herança, é uma Cultura de falência e não vai ter futuro. Mas, também, creio, que este episódio doloroso faz-me lembrar aqueles foguetes que nas nossas romarias minhotas terminavam a sessão de “fogo”, depois da girândola final. Pum! Ruído, fumaça e … uma cana que caía algures. Depois, bem, depois, nada ficava e o povo debanda(va). Assim esta Cultura de destruição que se instalou e a que muitos de nós já se resignaram.

… Mas não será bem assim. Ninguém consegue matar a Esperança. Malgrado os imensos esforços de “ intelectuais” e milhões de euros despejados para esta “ festança” mortífera, há , sempre quem mantenha acesa a chama da Esperança.

Vem este introito, a propósito de um livro que a Fundação Junção do Bem teve a gentileza de me oferecer antes de estar à venda nas livrarias. O livro em questão chama-se “ O FUTURO DO CRISTIANISMO” , da “ Lucerna” e é seu autor a segunda figura da hierarquia ortodoxa russa, o Metropolita Hilarion Alfeyev que esteve em Lisboa em meados de Setembro passado e onde assisti a uma brilhante conferência que então proferiu ( 18 de Setembro, no Círculo Eça de Queirós sobre o tema : “ O Futuro do Cristianismo na Europa”).

Tive o enorme prazer e a grande honra de assistir a esta conferência e que integra este livro. Aliás, este hierarca russo fez outra extraordinária conferência na Universidade Católica e deu uma notável entrevista a Filipe d`Avillez, da Rádio Renascença. Todas estas intervenções constam deste  livro que termina com a Declaração conjunta de Havana do Papa Francisco e do Patriarca Cirilo da Igreja Ortodoxa Russa.

Este livro, que subscreveria do princípio ao fim, é não só uma análise correcta e muito bem estruturada da hecatombe que caiu sobre o cristianismo no Ocidente, como um luzeiro que aponta o caminho. É uma verdadeira “ sementeira de esperança” de que tanto temos necessidade. E o seu autor é uma voz autorizada e que vem de uma Igreja mártir e perseguida no século XX .

“ Acreditamos que o Senhor Jesus Cristo, que criou a sua Igreja de modo a levar a cabo a sua a missão no mundo humano, não nos abandonará com a sua ajuda todo-poderosa e o seu apoio: « No mundo, tereis tribulações; mas tende confiança: Eu já venci o mundo! (Jo 16,33 )” ( o.c., pág. 19).

Nesta frase ,do Metropolita Hilarion há esperança que nem sempre vemos no nosso quotidiano amoral, descrente, relativista e efémero.

A presença do Metropolita Hilarion foi uma lufada de esperança que em boa hora ficou registada em livro - «O FUTURO DO CRISTIANISMO».

Do Oriente veio luz. É, de facto, do Oriente que veio e virá a LUZ da luz. Não lhe viremos as costas! Semeemos Esperança voltados para Oriente, pois quem se volta para Oriente não vira as costas ao povo, está com o povo voltado para o Sol Nascente.

  O Metropolita «orientou-nos» nas suas intervenções magistrais.

Na realidade entre Católicos e Ortodoxos há muito que nos une, independentemente dos conflitos internos desta última tradição cristã, que lamento. Há uma linha mariana que nos liga: de Portugal (Fátima) a Moscovo ou Kiev nomeadamente. Por isso, não foi por acaso ou turismo que o Metropolita Hilarion esteve em Fátima. A THEOTOKOS está connosco.

Bem haja à patrocinadora desta edição da Lucerna pela riqueza que coloca sob os nossos olhos para que a mensagem do Metropolita Hilarion penetre em nossos corações.

 

Carlos Aguiar Gomes

 

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