quarta-feira, 10 de julho de 2019

CRISTÃOS PERSEGUIDOS

 
 
                                              
 
10 Julho, 2019
Mais de uma centena de cruzes foram removidas de igrejas nas cidades de Changchun e de Yushu, na província de Jilin, na China, segundo denuncia o site Bitter Winter, que monitoriza as questões de liberdade religiosa neste país.

Algumas dessas cruzes terão sido retiradas por elementos das próprias comunidades cristãs de forma a se evitar o seu encerramento pelas autoridades, refere o responsável de uma das igrejas ao referido site.

Esta situação agora descrita é exemplo da repressão que as autoridades chinesas continuam a exercer sobre as comunidades cristãs nomeadamente as que não estão inseridas nos organismos criados por Pequim para o controle das actividades religiosas.

Segundo o Bitter Winter, na província de Henan, por exemplo, houve centenas de cruzes removidas de igrejas cristãs durante o ano passado, assim como foram encerrados centenas de espaços que as comunidades cristãs utilizavam nas suas actividades na cidade de Xinjiang.

A repressão das autoridades chinesas sobre os cristãos, nomeadamente os que pertencem à chamada Igreja Clandestina, fiel ao Papa e ao Vaticano, foi referida recentemente por um sacerdote português à Fundação AIS a propósito da proibição do funeral público e enterro num cemitério católico ao Bispo de Tianjin, D. Stefano Li Side, falecido a 8 de Junho com 92 anos de idade.

Para o padre Ricardo Teixeira, que viveu durante cerca de 4 anos na República Popular da China, entre 2013 e 2017, e que conheceu pessoalmente D. Stefano Li Side, este Bispo da Igreja Clandestina “foi um gigante na fé”, tendo lembrado à AIS que “o seu coadjutor, que ainda está vivo, está em prisão domiciliária”.

O sacerdote português, dehoniano, de 39 anos de idade, testemunhou a política repressiva contra os cristãos fiéis ao Papa por parte das autoridades comunistas. Sobre essa experiência, o padre Ricardo recorda que, “logo desde a primeira semana, começámos a celebrar (em Pequim) em casas particulares de pessoas que eram cristãs e não o podiam dizer…”

Apesar de reconhecer que, por vezes, é difícil falar numa igreja colaboracionista com as autoridades em contraste com outra, fiel ao Papa, “pois não há uma linha assim tão clara, tão objectiva”, o padre Ricardo refere que, em jeito de balanço, a sua experiência na China permitiu-lhe conhecer uma realidade extraordinária.

“É um cristianismo forte mesmo no meio das perseguições”, disse, acrescentando: “fiquei sem palavras com a forma como esta gente vive, quer viver e quer continuar a viver o cristianismo, mesmo nas dificuldades, mesmo muitas vezes sem entender as questões políticas”. “E dizem que o que lhes interessa é que os deixem celebrar em paz.”

Mesmo à distância, o padre Ricardo continua a acompanhar as notícias oriundas da China, e afirma, à Fundação AIS, que é “mesmo com muita tristeza” que vê os actos de violência por parte das autoridades, nomeadamente a destruição das cruzes das igrejas como agora aconteceu na província de Jilin. “Vejo essas notícias mesmo com muita tristeza porque estamos a falar de comunidades vivas…”

Uma das situações que testemunhou refere-se a uma igreja que as autoridades confiscaram à comunidade cristã. Preferindo, por uma questão de segurança, não divulgar a sua localização, o padre Ricardo Teixeira lembra que foi “das imagens chocantes” que mais lhe custou presenciar.

Na referida diocese, cujo bispo até era reconhecido pelo governo, as autoridades retiraram a catedral à comunidade e transformaram-na “num centro comercial”. Mas não alteraram grandemente o edifício. “Tem os vitrais, as cruzes, o altar… como se nada fosse. Mas nós entramos… e não é uma igreja. Tem lá as lojas, algumas até bem escolhidas no sentido de humilhar os cristãos. O altar, por exemplo, era a zona do peixe, onde se cortava o peixe…”
 

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