O ano de 1915, em plena I Guerra Mundial, o mundo assistiu ,calado, como se
nada se passasse, ao primeiro genocídio, entre muitos outros que se iriam
suceder desse século de sangue e horrores, que foi o século XX.Como não referir
alguns sobre os quais não é politicamente correcto falar, como os perpetrados
na União Soviética, na China de Mao, no Ruanda, na Alemanha nazi … Naquele
desgraçado ano, o Império Otomano, massacrou 1 500 000 ( um milhão e quinhentos
mil! ) cristãos arménios. Um massacre sem nome e por causa da Fé cristã desses
mártires.
Foi um genocídio que, como disse, os “ grandes e poderosos não quiseram ver
e muito menos quiseram agir. E ainda hoje muitos se recusam a aceitar, a
começar pelo Governo turco.
O Papa Francisco, com a coragem e determinação que todos lhe reconhecemos,
na sua recente visita à Arménia, não receou denunciar, mais uma vez, e com
clareza, esse terrível genocídio.
Então, o Papa disse:
“( … )Aquela tragédia,
aquele genocídio, marcou o início,
infelizmente, do triste elenco das imensas catástrofes do século passado,
tornadas possíveis por aberrantes motivações raciais, ideológicas ou
religiosas, que ofuscaram a mente dos verdugos até ao ponto de se prefixarem o
intuito de aniquilar povos inteiros. Como é triste que, neste caso como nos
outros dois, as grandes potências virassem a cara para o outro lado! ( … )
Presto homenagem ao
povo arménio, que, iluminado pela luz do Evangelho, mesmo nos momentos mais
trágicos da sua história, sempre encontrou na Cruz e na Ressurreição de Cristo
a força para se levantar de novo e retomar o caminho com dignidade. E o Papa continuou, denunciando os crimes,
poer causa da Fé, praticados hoje, perante o silêncio de tantos de nós: ( … )”Hoje, nalguns lugares, particularmente os
cristãos – como e talvez mais do que na época dos primeiros mártires – são
discriminados e perseguidos pelo simples facto de professarem a sua fé, ao
mesmo tempo que demasiados conflitos em várias áreas do mundo permanecem ainda
sem soluções positivas, causando lutos, destruições e migrações forçadas de
populações inteiras. Por isso, é indispensável que os responsáveis pelo destino
das nações empreendam, com coragem e sem tardar, iniciativas destinadas a pôr
fim a estes sofrimentos, fazendo da busca da paz, da defesa e do acolhimento
das pessoas que são alvo de agressões e perseguições, da promoção da justiça e
dum desenvolvimento sustentável os seus objetivos primários. O povo arménio
experimentou estas situações na própria carne; conhece o sofrimento e a dor,
conhece a perseguição; guarda na sua memória não só as feridas do passado, mas
também o espírito que sempre lhe permitiu começar de novo. Neste sentido, eu
encorajo-o a prestar a sua valiosa contribuição à comunidade internacional.”
( Papa Francisco, na visita pastoral à Arménia ,25 e 26 de Junho de 2016 ).
Aqui fica o meu eco de denúncia deste massacre, deste Genocídio que NÃO
PODEMOS ESQUECER e cuja denúncia passou despercebido entre nós. Contudo, ele, o
GENOCÍDIO , existiu e eliminou 1 500 000 cristãos. Como podemos ficar calados?
Que os Santos Mártires deste genocídio nos dêem a coragem de professar a
nossa Fé, sem vergonha e sem medo.
Carlos Aguiar Gomes
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