No passado dia 18 ocorreu o 1º centenário do nascimento do grande e
inigualável Papa, o nosso muito querido S. João Paulo II, Magno.
Dadas as actuais limitações sanitárias, a celebração desta efemérida
teve pouco brilho, pois as Missas comemorativas foram, em todo o mundo,
praticamente “ virtuais” e foi pena. Nesse dia nasceu em 1920, na Polónia, um
gigante maior da Igreja. Nesse dia deveríamos recordar, também, os seus pais,
que estão em processo de beatificação.
S. João Paulo II foi lembrado de
vários modos, mas, para mim, o melhor e brilhante foi a carta que o Papa
Emérito Bento XVI escreveu a propósito deste centenário e que (
intencionalmente!) se quis ignorar Permitam-me que transcreva um segmento dessa
carta, que me tocou particularmente:
« Quando o cardeal Wojtyla foi eleito
sucessor de São Pedro em 16 de outubro de 1978, a Igreja estava em uma situação
desesperada. As deliberações do Concílio apresentavam-se ao público
como uma disputa sobre a fé, o que parecia privar a própria fé da sua certeza
indubitável e inviolável. Um pastor bávaro, por exemplo, comentando a situação,
dizia: “No fim, acolhemos uma fé falsa”. Esta sensação de que não havia nada
seguro, de que tudo estava em aberto, foi alimentada pela forma como se
implementou a reforma litúrgica. Tudo, afinal, parecia factível na liturgia.
Paulo VI tinha fechado o Concílio com energia e determinação, mas, uma vez
terminado, ele viu-se confrontado com mais assuntos, sempre mais
urgentes, o que acabou colocando a própria Igreja em escrutínio. Os sociólogos
compararam a situação da Igreja naquele momento com a da União Soviética sob
Gorbachov, quando toda a poderosa estrutura do Estado se derrubou na tentativa
de a reformar.
Uma tarefa que superava as forças humanas
esperava o novo Papa. Entretanto, desde o primeiro momento, João Paulo II
despertou um novo entusiasmo por Cristo e pela Sua Igreja. Primeiro, ele o fez
com o brado no sermão inicial do seu pontificado: “Não tenham medo! Abram, ou
melhor, escancarem as portas para Cristo!”. Esse tom determinou todo o seu
pontificado e transformou-o num renovado libertador da Igreja.»
Lembrar S. João Paulo II Magno é trazer à
ribalta da Igreja e do mundo a defesa de valores que não estão na moda: a
DEFESA INCONDICIONAL DA VIDA HUMANA ( da concepção – logo contra o aborto – até
à morte natural – logo contra a eutanásia) e da FAMÍLIA ( logo contra todos os
“ esquemas” mais ou menos descaradamente “ abençoados” de novas comunidades a
que chamam Família e que mereceram a condenação deste santo Papa). Quem, hoje,
tem a coragem de falar da “ Familiaris consortio”, da “ Evangelium vitae”, “ Da
carta às Famílias” e de tantos outros documentos papais de S. João Paulo II
Magno, sem ser apodado de “ integrista” ou … imagine-se, da “ extrema direita”!
E quem se lembra da sua primeira Encíclica – “ Redentoris hominis”? Mas também
do amor, respeito e adoração à Santíssima Eucaristia. De um acrisolado amor a
Maria Santíssima.
S. João Paulo II, Magno, foi um Homem determinado e corajoso.
Lembram-se, caros leitores, do raspanete veemente que deu a um jesuíta (
Ernesto Cardinali), Ministro do Governo Comunista da Nicarágua, quando, com o
Governo, foi receber o Papa ao aeroporto? Lembram-se como deu a comunhão na
boca à Senhora Giscard D`Estaing, Mulher
do Chefe de Estado francês, e que se apresentou com as mãos para comungar (
esta cena mereceu duas páginas centrais do PARIS MATCH em que se vê o Papa
ignorando a ousadia da dita senhora)? Lembram-se da “ limpeza” que começou a
fazer na Cúria pontifícia ( Mons. Bugnini, o célebre Bugnini, por exemplo, foi
“ despachado como Núncio para …. Teerão!) ( Continua no próximo artigo)
Carlos Aguiar Gomes
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