KOFFIE – EUTHANASIE
Eutanásia: há ou não RAMPA DESLIZANTE?
Há um ditado espanhol que diz: « Mejor ladrar
que rebuznar», sim, é verdade. E no que me toca a mim, qual cão rafeiro, prefiro
ladrar, muito, do que zurrar. É próprio de gente que não se assume. Tem
medo/vergonha. Não faz parte do meu feitio e educação o zurrar! Ladro, alto.
Ladro sempre que uma ameaça me ronda ou ataca o que acredito como fundamental.
Apesar de um simples cão rafeiro, gosto de ladrar, sinto que tenho a obrigação
de ladrar, mas não mordo, tal como diz um ditado português que todos conhecem:
« cão que ladra não morde!» e eu não
mordo nem nunca mordi. Ladrei muitas vezes e continuarei a ladrar! Nunca serei,
porém, “ um cão mudo”! … Nem as pedras que me possam atirar me calam!
Vem este quase preâmbulo a
propósito de uma notícia horrível que correu as redes sociais e fui confirmar:
era verdade e deu origem ao título que dei a este artigo, em holandês, língua
que desconheço em absoluto mas é de muito fácil, compreensão. O “ KOFFIE –
EUTHANASIE” ( Café – Eutanásia)
refere-se ao triste e revoltante episódio ocorrido nos Países Baixos,
país que está em total descontrolo no concernente á Eutanásia e que partiu de
pressupostos legais rigorosamente iguais às propostas que foram aprovadas no
nosso Parlamento e que depois foram deslizando sucessivamente no sentido de
uma total e descontrolada prática da Eutanásia.
Vamos, então à situação que deu o nome ao meu escrito. O episódio « nomeado
assim pelo facto de se ter administrado um sedativo, por um médico, numa
chávena de café a uma pessoa com demência, para que se pudesse eutanasiar. Esta
tinha previamente à sua demência declarado por escrito querer ser eutanasiada,
mas “ a seu pedido” e “ quando ela calculasse que tinha chegado o
momento”. Apesar destas precisões e a atitude confusa da doente sobre o
seu desejo de morrer, o médico não julgou necessário requerer o seu
consentimento para proceder à eutanásia. O médico e a família decidiram agarrar
pela força a doente debatendo-se esta no momento da injecção da substância
letal». O assunto passou aos tribunais e chegou ao Supremo. Todos deram razão
ao médico, com o argumento que a senhora
doente não tinha que dar o seu assentimento! O médico tinha a liberdade de
interpretar e agir de acordo com e como entendesse. Ou seja, chegou o momento
de ser o médico/ família a decidir , o que é muito grave e atentatório da
liberdade e da nossa dignidade, sobre
quando nos devem matar, mesmo que não sejamos convidados a dar a nossa opinião.
A nossa liberdade, pelos vistos, esfuma-se e desaparece com a nossa idade e a
nossa capacidade de decidir livremente.
Neste caso «Koffie – Euthanasie» foi mais o resultado de uma porta
entreaberta em nome da compaixão que se abriu ainda mais e já nada nem ninguém
vai poder fechar. Como nos aproximamos, a passos de gigante, da doutrina Nazi e
dos campos de concentração onde era dada liberdade aos médicos para agirem como
bem entendessem. Peço aos meus leitores que releiam o episódio que descrevi
acima e em que é a própria família que agarra pela força a doente, enquanto
esta esbracejava para não ser injectada pela droga da morte. Uma demente, ainda
que com alguma lucidez, como era o caso, é um “ produto” para ser descartado,
já não uma Pessoa Humana, agredida no seu direito primordial: O DIREITO À VIDA!
E a situação é tanto mais revoltante quanto se trata de ataque contra pessoas
extremamente frágeis. É, sem dúvida, ignóbil que se possa agir deste modo. E é
isto que nos espera num futuro próximo e que nos foi imposto pelos eutanasistas
do Parlamento português.
Que ninguém acredite na bondade da lei que vier a ser elaborada. Será
uma lei com pés de lã. Cheia de compaixão. Plena de controlo e com a “
garantia” que nunca será ultrapassada!
Ladrarei, mesmo que me venham a colocar um açaime, contra todo e
qualquer atentado à dignidade da VIDA HUMANA. Ladrarei, com veemência, pelos
CUIDADOS PALIATIVOS, acessíveis a todos os cidadãos em fim de vida e a quem se
lhes dê o alívio no sofrimento e a Amor que os frágeis necessitam. CUIDADOS
PALIATIVOS onde seja permitida a presença de familiares que possam assistir ao
último suspiro mão na mão. E para os crentes, que lhes seja permitida a presença
de um assistente religioso (talvez, mesmo, perguntar se gostariam de ter a
presença destes).
Este caso ocorrido nos Países Baixos é bem relevante do que se prepara
entre nós.
Podemos continuar alheados e a só pensar no COVD – 19, tantas vezes
funcionando como uma verdadeira alienação colectiva, enquanto nos bastidores já
estão a preparar a legalização do homicídio ou do suicídio legal praticado nos
hospitais pagos com os nossos impostos?
“
… pedirei a eutanásia no momento que achar que chegou o momento”. Era a opinião
da senhora holandesa. Não foi cumprida. E tudo decorreu como o médico quis e a
família obrigou. Que nos sirva a lição.
Carlos Aguiar Gomes
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