Evangelho (Mt 16,21-27)
Jesus nos exorta: “Se
alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”.
Podemos perceber com que pleno amor
Jesus sentia pelo Pai e por toda a humanidade no momento de o primeiro anúncio
de sua paixão, morte e ressurreição?
Vamos lembrar aqui de 3 coisas que
envolvem este momento, sendo estas o amor de Deus a nós, o pecado que deforma
os homens e a figura do servo sofredor que se oferece ao mesmo tempo aos homens
como oferta do Pai (cf. Jo 3, 16-17) e ao Pai como nossa oferta perfeita e
agradável. O mais puro amor dos homens que por Jesus foi oferecido ao Pai.
O Senhor nos dá a chave para
compreendê-lo: “Renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Jo
16, 24). Ou seja, para compreender o Senhor é preciso se colocar como seu
seguidor e imitá-lo em tudo. Não nos coloquemos no lugar do Senhor, mas como
seguidores do Senhor, imitando-o, renunciando a nós mesmos, tomando a nossa
Cruz e seguindo os passos de Jesus.
Esta é a única forma observaremos o
olhar de amor que Jesus olha em nosso favor (pois, é Ele também quem nos salva)
e em favor de todos os homens, pecadores ou santos.
Assim, Jesus Cristo, conhecedor da
Face Divina de Deus, não se oferece aos pecados dos homens, mas se oferece como
Homem a Deus pela restauração de sua obra e ‘fazer novas todas as coisas’ (cf.
Ap 21, 5), para nos curar, nos levar de volta para si a partir de seu Sagrado
Coração.
Jesus Cristo se apresentará diante de
Deus como o homem justo, o um único justo pelo qual a humanidade fosse
justificada e salva. Eis a obra do Senhor! Eis o amor que Jesus derramou sobre
as nossas vidas, sobre a nossa história, sobre toda a humanidade.
Se compreendermos o amor de Jesus a
nós, pecadores, entenderemos a dura censura que o Senhor faz ao pensamento
mundano de Pedro, que talvez, por pura vaidade pensaria em um Senhor que
triunfasse sobre os homens e que os que estavam com o Cristo triunfariam
juntos. Não. Jesus não deseja triunfar sobre os homens, mas Jesus quer que a
humanidade alcance a sua vitória definitiva por meio Dele, de seu amor provado
na Cruz, para recobrirmos a visão e sermos curados por Aquele a quem
transpassamos.
O que nos pede Jesus hoje em relação
ao mundo que se levanta contra a Igreja e contra o Cristo? Ele não nos pede que
triunfemos sobre o mundo, mas que sejamos instrumentos que iluminam os que
jazem nas trevas, mostrarmos o amor de Deus e darmos as razões de nossa
esperança (cf. I Pd 3, 15), uma esperança repleta de eternidade (Sb 3, 4).
Não somos instrumentos de condenação,
mesmo que o mundo nos condene, somos instrumentos nas mãos do Senhor para a
salvação nossa e de nossos semelhantes, mesmo aqueles que nos perseguem.
"Se fordes zelosos do bem,
quem vos poderá fazer mal? E até sereis felizes, se padecerdes alguma coisa por
causa da justiça! Portanto, não temais as suas ameaças e não vos turbeis.
Antes, santificai em vossos corações Cristo, o Senhor. Estai sempre prontos a
responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa
esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito."
1 Pedro 3, 13-15
João Batista Passos,
MSM Brasil
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