Na noite
de 31 de Julho para 1 de Agosto p.p., a Assembleia Nacional Francesa
aprovou uma medida que prevê a IMG (
Interrupção Médica da Gravidez), um eufemismo para dizer Interrupção Voluntária
da Gravidez – ABORTO - de bebés até ao
final da gravidez!
Entre as causas atendíveis para matar um
bebé, está o que os autores ( 26 deputados) designaram por “ angústia psico-social” da mãe, com o que esta designação
tem de fluido e de falta de rigor, abrindo, deste modo, a porta para o
infanticídio.
Simone Veil, a mulher que fez aprovar a
legalização do Aborto em França, não imaginaria que tinha aberto, escancarado,
as portas da prática deste crime. Mas tem sido assim com os chamados temas
fracturantes, como o Aborto e a Eutanásia. Abrindo uma pequena fresta da porta está vai-se abrindo cada vez mais e o retorno
torna-se impossível. É a chamada “ rampa deslizante” em que se desliza mais
devagar ou mais depressa, consoante a oportunidade política.
A França inicia, assim, um processo que irá
desembocar na legalização do infanticídio. Aliás, já há alguns anos, um
deputado francês propôs que se deixasse nascer uma criança para ver se seria ou
não uma pessoa humana. Caso fosse considerada negativamente, então seria
eliminada. Graças a Deus a proposta não passou. Regressa agora com mais
suavidade e com a designação eufemística de IMG – Interrupção Médica da
Gravidez – que pode chegar ao limite desta, os nove meses.
O que se passou nesta sessão parlamentar
francesa, já de madrugada, é infame. Como infame é a proposta que foi já
apresentada ao Parlamento dos Países Baixos para que quem tiver 75 anos possa
ser eutanasiado sem mais justificação. Disse a deputada que fez a proposta, que
nessa idade já se tinha vivido o suficiente e a vida já “ estava cumprida”,
independentemente do seu estado de saúde!. E a mesma eleita propôs a criação de
uma nova profissão: “ Acompanhante de fim
de vida”, alguém que irá aconselhar
e ajudar a morrer. Será uma espécie de Parteira ao contrário! Que raio de
profissão!
Vivemos um mundo terrível e temível!
Esta
Terra é um lugar, cada vez mais, menos frequentável. E é-o por acção de todos
nós, os impassíveis, anestesiados e embriagados com o conforto e o prazer,
centrados no nosso umbigo. Distraímo-nos com a poluição que criámos e os
“direitos dos animais” (!) e esquecemos o Homem, os seus direitos essenciais em
que o primeiro é o « DIREITO À VIDA». Vida que começa precisamente na concepção
e que deverá terminar naturalmente.
O mundo está um lugar perigoso, cheio de
facínoras que, a coberto de compaixão e de liberdade, impõe critérios legais
para matar os incómodos e os mais fáceis de eliminar pela sua fragilidade: os
não nascidos e os que já não produzem (
discutível esta ideia de produção!), os velhos que cada vez mais frequentemente
são descartados e abandonados, mesmo que tenham dado , toda a vida, imenso para
o progresso da nossa civilização mas a quem faltou, talvez, a coragem de serem
educadores da sua descendência, tendo-se acomodado à tendência gerida pelo
chavão: « Agora é assim!». E este « Agora é assim!» deu nisto. Estamos a colher
os frutos das árvores que tutorámos.
O ódio contra a vida é tal que,
recentemente, em Julho pp. , a artista Daphné du Barry ( francesa) viu
vandalizada uma das sua criações, uma estátua em bronze ( a Virgem dos
Inocentes), em Menton, que representa a Virgem acolhendo sete bebés mortos, os
inocentes assinados por aborto em todo o mundo! Nem para a Arte se permite a
liberdade, sobretudo e acima de tudo, quando não “ embarca” no politicamente
correcto. De facto estamos já a viver a ditadura do “ pensamento único”! Da
cultura da morte que odeia a cultura da Vida e do Amor.
Carlos
Aguiar Gomes
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