terça-feira, 29 de setembro de 2020

Solenidade de S. Miguel Arcanjo

Do Livro do Apocalipse do apóstolo São João 12, 1-17

Os Arcanjos combatem pela Virgem Santa Maria

Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade. E apareceu no céu outro sinal: um enorme dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas. A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra.
O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe devorar o filho logo que nascesse. Ela teve um Filho varão, que há-de reger todas as nações com ceptro de ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono, e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar, para ali ser alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
Travou-se então um combate no Céu: Miguel e os seus Anjos tiveram de lutar contra o dragão. O dragão e os seus Anjos lutaram também, mas foram derrotados e perderam o seu o lugar no Céu para sempre. Foi expulso o enorme dragão, a antiga serpente, aquele que chamam Diabo e Satanás, que seduz o universo inteiro. Foi precipitado sobre a terra, e os seus anjos foram precipitados com ele.
Depois ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o domínio do seu ungido, porque foi precipitado o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus. Eles venceram-no, graças ao Sangue do Cordeiro e ao testemunho que deram: desprezaram a própria vida, até aceitarem a morte. Por isso, alegrai-vos, ó Céus, e vós que neles habitais. Ai de vós, terra e mar, porque o Diabo desceu até vós com grande furor, sabendo que dispõe de pouco tempo».
Quando se viu precipitado na terra, o dragão começou a perseguir a mulher que tinha tido o Filho varão. Foram dadas, porém, à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto e ao lugar que lhe estava destinado, onde é sustentada por um tempo, tempos e metade de um tempo, longe da serpente.
A serpente lançou então pela boca, atrás da mulher, um rio de água, a fim de a arrastar na torrente. Mas a terra veio em auxílio da mulher: abriu a boca e engoliu o rio que o dragão lançara pelas fauces. O dragão enfureceu-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto dos seus filhos que observam os preceitos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus.


David Perez (1711-1778)
Natural de Nápoles, de uma família espanhola, David Perez foi, em 1752, chamado de Roma para Lisboa, onde assumiu o cargo de mestre de capela e de professor das princesas reais e onde viveu até sua morte.
Em Abril de 1755, foi inaugurada a Ópera do Tejo com a ópera de David Perez Alessandro nell”Indie, numa produção deslumbrante que reunia no seu elenco os maiores cantores italianos daquele período, para além de 400 figurantes e dois elefantes. Este teatro magnificente acabaria, infelizmente, por ser destruído poucos meses depois pelo terramoto de 1755. A reconstrução de Lisboa pelo Marquês de Pombal não incluiu a Ópera do Tejo, pelo que, quando a atividade operática foi retomada oito anos depois, esta passaria a ser produzida numa escala mais modesta nos teatros da Ajuda e de Salvaterra. Das 38 óperas de Perez, 14 foram escritas para Lisboa, mas a sua produção dramática decresceu muito após o terremoto. Continuou, no entanto, a compor partituras religiosas, que constituem um dos mais requintados corpus de músicas de rito católico de todo o século XVIII.
Durante anos negligenciado por investigadores e intérpretes, David Perez gozou, contudo, de enorme projeção européia na sua época, a qual viria a desvanecer-se gradualmente ao longo dos 26 anos que passou em Portugal. Teria também uma importância crucial na música portuguesa, mas a ausência de estudos e de oportunidades para ouvir as suas obras não têm até agora permitido comprová-la ou reavaliá-la.

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