« DEVEMOS SER EXIGENTES E ESTRITOS NESTE PONTO» (2)
« O Concílio é o Magistério da Igreja. Ou
estás com a Igreja e, portanto segues o Concílio, e se não o segues ou
interpretas à tua maneira, à tua vontade, não estás com a Igreja.». ( Papa
Francisco,1.II.21)
Pensei várias vezes, depois de ter escrito o
artigo anterior com este título, se valeria a pena voltar ao tema. Decidi
que regressaria ao mote.
A Igreja , a que
pertenço desde o dia 30 de Junho de 1945, está a viver , há décadas, uma crise
profunda que se agrava todos os dias. Deveria escrever isto? Sim, sinto que
tenho a obrigação como baptizado, e como leigo que não se envergonha da sua Fé,
de voltar ao tema que a frase com que encimo este artigo, do actual Papa, me
encorajou.
Na outra semana, muito
de relance, referi-me aos católicos que não aceitam o II Concílio do Vaticano.
Não aceitam que nada se tenha mudado. Este grupo tem muitas cambiantes. Está a
aumentar. Têm seminários a abarrotar de gente nova, que não tem a menor ideia
do que era e como era a Igreja de antes
do dito Concílio. Frequentam somente a Forma Extraordinária do Rito Romano.
Seguem-na com imenso recolhimento. Levam as famílias com crianças. Não são,
pois, não podem dada a sua idade, ser saudosistas, como são frequentemente
insultados pelas tais “almas” cheias de …. Misericórdia! Há dioceses onde lhes
fecham as igrejas, mas abrem-nas a cultos esotéricos (recordo uma situação de
uma catedral francesa que abriu as suas portas para o culto druida e fechou-as
aos cristãos que queriam somente celebrar a Missa na Forma Extraordinária!)
Espantoso este ecumenismo “misericordioso”… Para esta “ cultura” do encontro e
do acolhimento. Ou ainda de outra onde se lhes fecharam as portas e os cristãos
celebraram a Missa no exterior como prófugos. Enfim…É o que é.
Voltando ao Papa e à
segunda parte da dita frase. Disse o Papa, textualmente, se o « interpretas
à tua maneira, à tua vontade, não estás com a Igreja.».
O que haveria aqui a
dizer!
Mas vou aos textos do Concílio, e vou citá-los “ ipsis verbis”
para não se pensar que estou a manipular os textos e a interpretá-los à minha
maneira. Por exemplo, entre muitíssimos que poderia aqui chamar:
«Além disso, são infames as
seguintes coisas: tudo quanto se opõe à vida, como seja toda a espécie de
homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário…» ( Gaudium et
Spes, nº27).
ABORTO
– EUTANÁSIA – SUICÍDIO VOLUNTÁRIO são INFAMES!
Pode um cristão dar o
seu apoio implícito, explícito, descarado ou camuflado as “ estas coisas
infames”?
Pode um cristão na vida
política dar o seu voto a propostas que avalizem/legalizem/liberalizem estas “
coisas” infames sem se contradizer ou, pior ainda, dizendo-se, HIPOCRITAMENTE
católico, conquistar os “ idiotas úteis” que votam?
Como se compreende a
aceitação tácita, consentida e acarinhada por parte da Igreja ( Corpo Místico
de Cristo e Povo de Deus) destas “ coisas” infames? Vejamos o caso em moda do
Biden e as medidas que já tomou nesta área…
Como se pode compreender
a FALTA de condenação dos cristãos que ( não julgo intenções!) dão o seu apoio
a estas “ coisas” infames, clara, sem sofismas, sem meias tintas ou por
eufemismos, por Justiça e MISERICÓRDIA, por parte de quem tem o DEVER de ser
claro e Mestre da Fé e na Fé?
E o que dizer de outros
documentos conciliares que foram banidos ( p.e. no concernente à língua e
cânticos das celebrações), literalmente expurgados como “ tinhosos”… E a
clericalização dos leigos…quando o que se pretendia era que os leigos fossem “
Lumen gentium” na economia, na política, nas artes…
Basta de meias tintas.
De falsa caridade. A Caridade liberta! Liberta do erro, dos erros, porque
exerce a Justiça e a Misericórdia que se não opõem mas se completam.
Por isso, como disse o
Papa Francisco, não se está na Igreja se cada um tem a “ sua” interpretação do
II Concílio do Vaticano, dos seus verdadeiros e autênticos documentos que,
todos, ainda mantêm o seu frescor. Não deixemos contaminar a riqueza do
Concílio pela vaidade da “nossa” interpretação.
E, já agora, não
atirem pedradas aos “ maus” conservadores! Olhem, antes e acima de tudo, para
seu próprio umbigo, o orgulho da interpretação individualística! Vejam como
aqueles enchem seminários e igrejas. Olhem para o que é “ guiado” por
interpretações pessoais e fantasiosas, como se esvaziam. Comparem. Concluam. Não dá
muito trabalho!
…Acima de tudo, que nos bafeje a Caridade!
Carlos Aguiar Gomes
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