DE VITÓRIA EM VITÓRIA
ATÈ À DERROTA FINAL
É assim. Sou assim e não
tenciono mudar. Não frequento as redes sociais. Nunca fui dado a mexericos e a
saber “ as últimas”. Gosto de estar bem informado e não aceitar os “ palpites e
bocas”.
O meu último artigo, sobre o
Natal , a propósito de uma Directiva europeia que, entretanto “ abortou”, nas
ditas redes, segundo me disseram, foi objecto de críticas nem sempre
simpáticas. Não fui confirmar. Não me interessam nem me incomodam. Sempre,
desde criança, até esta idade bem avançada, fiz e disse o que pensava. Sofri
com isso, mas estou tranquilo de consciência. Assim espero morrer. O meu
saudoso sogro, pessoa de altíssima formação moral, dizia-me muitas vezes: “ O
Carlos Alberto ( só na família de minha Mulher me chamam assim, pois é uma
família de Carlos, a começar pelo meu sogro!) não devia expor-se tanto ao
escrever para os jornais”…). Ouvi a sugestão amiga mas continuei rigorosamente igual a mim
mesmo. Portanto, o que escrevi, está escrito! Não mudaria uma palavra nem uma
vírgula. E não será por teimosia. É assim que penso e é assim que sempre agi.
Não deixo que cortem a raiz ao meu pensamento, como diz o poeta. E podem crer
que não é caturrice do velho que sou. Sou de causas.
Posto isto, vou ao tema deste
artigo.
A Igreja dos Países Baixos está
numa crise tão profunda que se pode afirmar que está em vias de extinção. A
Holanda do célebre Catecismo. A Holanda de todas as mais loucas experiências
litúrgicas (chegaram a ter máquinas para distribuir as Sagradas Partículas fora
da Missa!), morais e teológicas. A Holanda do “ espírito” do II Concílio do
Vaticano… Esta mesma Holanda, tomada como paradigma por tantos Cardeais,
Bispos, Sacerdotes e Leigos está
moribunda. Todas essas experiências , pelos vistos, deram… bons resultados que
é preciso copiar … De vitória em vitória…
Estou a exagerar? Vamos aos
FACTOS:
1.
A
catedral de Santa Catarina de Utreque foi vendida bem como o museu de arte
sacra adjacente;
2.
Em
Eindhoven uma igreja foi transformada em parque infantil;
3.
Outras
igrejas foram já transformadas em ginásios, piscinas e armazéns de móveis e
outras finalidades;
4.
Há 50
anos a Holanda contava com 2 milhões e setecentos mil católicos activos. Em
2016 eram … 173 000 e em 2030 serão 63 000;
5.
O
cardeal Wim Eijk explicou ao jornal De Gelderlander que “ o cristianismo na Holanda está próximo do fim”. Nesta diocese só
15 das 280 igrejas continuam a celebrar a Missa;
6.
Um
quinto das igrejas holandesas já foram convertidas para outros fins das quais
25 foram-no em mesquitas;
7.
A
igreja de S. Tiago, uma das maiores e mais antigas igrejas de Utreque foi
transformada em residência de luxo;
8.
Daqui
a 3 ( três) anos 20 igrejas de
Overrijssel serão fechadas;
9.
Na
região de Frise, 250 das 720 igrejas já foram fechadas ou demolidas;
10.
Em
Amesterdão, a mesquita Fatih Camii, era ,outrora, a igreja de Sto Inácio.
Creio que estes exemplos chegam para
mostrar para onde caminha esta minha Igreja. Muitos crêem que vão de vitória em
vitória… Em caminhada consonante. De mão na mão…
Estes dados, que traduzi de um artigo
publicado por Albert Soued ( 11 de Dezembro de 2021), mostram à saciedade o “
bom “ caminho seguido na Holanda. Na Holanda e um pouco por toda a Europa.
Entretanto… atente-se nas grandes preocupações dos nossos hierarcas por exemplo
com toda a perseguição aos católicos que não compreendem ao Motu Proprio Traditionis custodes ( 16.VII.21).
( Para as almas sensíveis a este tema, quero reafirmar o que tenho escrito e
dito muitas vezes: não estou preocupado com o Rito, mas sim, e de que modo, com
o modo como cada um é celebrado).
E
não se querem tirar ilações dos, para mim, bem tristes, dados que apresenta a
Igreja que está na Holanda. E até querem e conseguem copiar o modelo cujos
resultados nos vão levar à derrota final! Aliás, esta está à vista de todos.
Basta olhar com alguma atenção.
Um SANTO NATAL para todos os meus leitores
e suas famílias. Todos sem excepção.
Carlos Aguiar Gomes
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