«Se eles se calarem, gritarão as
pedras» Lucas, 19 – 40 )
Este versículo do
Evangelho escrito por S. Lucas sempre me impressionou muito. Muito mesmo. E
como geólogo, ainda mais, pois sei que as rochas (tinha um Professor na
Faculdade que afirmava que um geólogo nunca deveria dizer pedras, que essa
linguagem era para pedreiros, mas sim rochas). Mas, como não quero nem posso
alterar a palavra de Jesus, mantenho “pedras” seres inanimados que não têm, por
isso, o dom da palavra. Assim, quando Jesus diz que se o silêncio se fizer “
ouvir” da nossa parte, o escândalo é tão grande que as “ pedras” clamarão.
Tremendo aviso.
O nosso povo, na sua imensa sabedoria tem um
dito que vai no mesmo sentido, apoiando, o que Jesus disse: «Quem cala consente»,
isto é, anui, colabora com a falsidade, a mentira. Velha e profunda sabedoria!
A que propósito estou a escrever sobre as “
pedras” gritarem, clamarem ? Porque num contexto em que se exige e impõe a
palavra clara, verdadeira e límpida, se quem tem a responsabilidade de falar a
verdade, não grita essa mesma verdade e não a proclama? Ou, pior, desdiz essa
mesma palavra, e confunde os que têm o direito à palavra completa, justa e
verdadeira.
Este tempo que nos é dado viver, é um tempo
de caos da palavra. É um tempo de palavra “ liquida” ou “ soft” se se preferir.
Quando, o que é até muito frequente, a palavra é abastardada, não é o que
significa mas o que alguns querem que signifique. Gerou-se a balbúrdia. É a “
novilíngua” orwelliana Não estou a falar do “ Acordo Ortográfico” em que se
abandalhou a nossa língua.
A nossa identidade portuguesa está em perigo
de morte. Já não chegam os anglicismos como o que eu apliquei acima (soft), mas
pior, muito pior. Mãe, palavra tão rica, já querem apagá-la , substituindo-a por “ pessoa lactante”, por “ respeito” á “ Teoria do Género” e à
igualdade do que é desigual por natureza? Pai? Mas o que é isso? Uma “ máquina”
incógnita de produção de espermatozoides! Pai e Mãe têm os dias contados se
deixarmos com a nossa indiferença e encolher de ombros com uma indiferença que
me assusta. O grande “ apagamento” está em marcha. A nossa identidade de
católicos também corre seriíssimos riscos. Muitos de nós já não ousa dizer o
que pensa com medo de ser tomado por fundamentalista e de extrema - direita ou
….
Os leitores que eventualmente me leiam, se
não andarem distraídos, já constataram que está instalado o caos na proclamação,
incómoda sem dúvida, da palavra e dos princípios fundamentais da Fá católica.
Todos já sabem, mas deixem-me repeti-lo, que vários responsáveis católicos propõem
o “ casamento” católico entre homossexuais. E com ele está um significativo
número de Bispos. Contrariando todo património doutrinário e fundamento da
nossa Fé, desde o Antigo Testamento, logo no Génese ( “ Deus criou-os homem e
mulher…) até aos últimos ensinamentos dos Papas, inclusive Francisco. O caos
instalou-se e resta o silêncio excepto de algumas “ pedras”, as verdadeiras “
pedras vivas” que gritam e clamam perante os insultos dos “ cães mudos” que não
se levantam e EXIGEM que, de uma vez por todas, se proclame e reproclame com
clareza, firmeza e sem ambiguidade nenhuma que o casamento só entre Homem e
Mulher, porque só assim se cumpre a determinação de Deus: “ Crescei e multiplicai-vos
e enchei a Terra….”, respeitando, sem dúvida, as “ orientações” e preferência
sexuais de cada um.
Precisamos urgentemente
que “ as pedras gritem” perante o silêncio e a complacência dos “ pastores” que
não “ sentem o odor das suas ovelhas” que andam perdidas, confusas se sentem
abandonadas ou que a doutrina, os fundamentos se alteraram… Não meus amigos
leitores, há imensos pastores que não sentem o odor das ovelhas que lhes foram
confiadas e não querem reparar no perigo que elas correm com os lobos que andam
à sua volta procurando devorá-las, como nos avisou S. Pedro, a primeira “pedra
viva”, o único a quem Jesus disse: “ tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei
a minha Igreja….”. E o pior é que há lobos no meio do redil. Basta ver como
está a Igreja, sobretudo no chamado Ocidente. Olhem para a Alemanha, por
exemplo.
«Se eles se calarem, gritarão
as pedras»!
Carlos Aguiar Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.